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Marília não se incomodou com o fato de estar nua, abriu a porta por completo e antes que pudesse sair, Maraísa apareceu. Nos braços da morena Liz dormia tranquilamente.

As duas ficaram se olhando sem dizer nada por um longo período. Marília respirou aliviada, trancou a porta e em silêncio elas voltaram para a cama.

– Desculpe. – Marília sussurrou quando sentiu os braços de Maraísa abraçando ela e Liz.

– Você pensou que eu tinha sumido... – Maraísa falou com a voz triste.

– Eu me assustei. Você disse aquilo tudo mais cedo e eu acordo sem você do meu lado. – a fotógrafa rebateu.

– Até quando nós vamos viver assim, Marília? – olhou para a mulher e passou a mão em seu rosto.

– Assim como? – Marília sabia do que se tratava, só não queria falar, não queria dizer em voz alta o que a razão gritava dentro dela.

– Com medo... – Maraísa também não queria dizer, mas alguém precisava falar.

As duas se abraçaram, sem se aproximar tanto, pois Liz dormia no meio delas.

– Nós vamos vencer isso. Vencer sua doença, vencer os meus traumas. Vamos vencer juntas. – uma lágrima desceu pelo rosto de Marília. – Você está comigo nessa, Maraísa?

– Não tem nenhum outro lugar que eu possa querer estar. Juntas para sempre...

Maraísa secou a lágrima de Marília. Entrelaçou seus dedos nos da mulher e beijou a mão de Marília.

Trocaram um sorriso e se aproximaram mais, Liz reclamou jogando os braços e pernas por cima das mães. Marília arrumou a filha sob seu corpo, só assim Maraísa conseguiu chegar mais perto da fotógrafa e não demorou para pegarem no sono.

[...]

Maraísa acordou com Liz dormindo em seu colo e Marília com o braço em volta das duas. Lentamente a morena passou a filha para os braços de Marília. Levantou, tomou um banho e foi preparar o café.

Ao acordar sozinha, a fotógrafa sentiu o cheiro do café invadindo o quarto. Levantou sem dificuldades, tomou um banho rápido e vestiu uma das roupas de Maraísa que tinham ficado no apartamento. Quando saiu do banheiro, a morena tentava acordar Liz.

– Até sua mãe já levantou, tomou banho e está cheirosa. – Maraísa falou para Liz que se escondia debaixo dos travesseiros.

Marília se aproximou da cama sorrindo e deu um longo beijo de bom dia na mulher.

– Bom dia, meu amor.

– Bom dia, minha linda. – Maraísa disse sorrindo.

– E essa miniatura aqui não quer acordar hoje? – a fotógrafa puxou o travesseiro do rosto de Liz, que manteve os olhos fechados.

– Não... Meu super café da manhã improvisado está sendo rejeitado dolorosamente. – Maraísa sorriu.

– Só tem um jeito diante dessa situação, amor. – Marília sentou ao lado de Maraísa.

A loira deu o mesmo sorriso sapeca que Liz dava, e sem falar mais nada, começou a fazer cócegas na menina.

Liz logo acordou tentando escapar de Marília mas não conseguiu. Mesmo querendo ficar brava, a menina não podia conter as gargalhadas. Esticou os braços para Maraísa.

– Mama...socorro. – Liz finalmente estava desperta.

– Primeiro você rejeita meu café, agora pede socorro? – Maraísa olhou desconfiada para a filha.

ʙᴏʀɴ ᴛᴏ ᴅɪᴇ • ᴍᴀʟɪʟᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora