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Seguiram com a vida após o incidente. Marília cortou um dobrado para convencer Liz a voltar para a escola. O casal também precisou ir até lá e entender o que havia acontecido naquele dia, o que gerou uma desavença entre elas e a escola.

– Tudo bem que nós não estávamos presentes no dia da reunião. – Maraísa falou. – Mas me dizer que atitude tomada foi só uma repreensão?

– Senhora, nós não temos o hábito de punições severas com nossos alunos... – a diretora começou a falar e foi interrompida pela fotógrafa.

– Então tratem de começar. A criança brigou com outro menino, empurrou a nossa filha, ameaçou bater nela e ainda agiu de maneira preconceituosa, e você vem me dizer que ele só ouviu uma chamada de atenção? – Marília disse revoltada.

– Acredito que a conversa que tivemos com os pais também vai alterar esse comportamento, sem que uma atitude drástica seja aplicada.

– Atitude drástica? Desde quando uma suspensão é drástica? Acontecia aos montes e por muito menos anos atrás. – Maraísa rebateu. – Eu já trabalhei em escolas e conheço o esquema, ele apresentou violência gratuita e só parou porque foi ameaçado por outras crianças. Se esse é o tipo de coisa que vocês mantêm aqui, nós realmente temos que começar a procurar outra instituição de ensino.

– Eu realmente sinto muito se não condiz com as expectativas de vocês, usamos esse método desde o começo, as atitudes mais graves só serão tomadas...

– Quando algo muito ruim acontecer. – Marília completou. – Como em tudo nesse país de merda, só tomam atitudes depois que as coisas acontecem. Prevenção é artigo de luxo.

– Dessa vez a minha filha ganhou um machucado superficial no joelho. – Maraísa ficou em pé, sendo acompanhada por Marília. – Se até ela sair daqui algo mais grave acontecer, vocês podem chamar os advogados.

O casal saiu da sala da diretora sem falar mais nada até chegarem no carro.

– Merda... – Maraísa bateu com a mão no volante. – Depois de todo o trabalho que passamos com a Liz, a escolha da escola, e dá uma merda dessas.

– Ainda estamos na metade do ano, amor, vamos esperar até ano que vem e vê se realmente vai valer a pena essa mudança. – Marília disse passando a mão no ombro da morena, tentando acalmá-la.

– É, não dá pra forçar uma mudança a Liz agora, vamos deixar terminar esse ano, mas que essa escola entrou na minha esquerda, ela entrou. – a morena respondeu ainda com o tom de fúria.

– Eu sei. – a loira deu um sorriso fraco e subiu sua mão para a nuca da esposa, onde começou com carinho e seguiu até elas chegarem no escritório do advogado.

Com o primeiro problema resolvido, o segundo e mais complicado para elas enfrentarem foi a reunião com o advogado. O homem já era conhecido da família Mendonça, havia cuidado de alguns contratos que o pai de Marília tinha realizado.

Com o boletim de ocorrência em mãos, que Maraísa ficou se perguntando como ele já teria tal documento, o homem orientou as próximas ações da morena. Fazer praticamente nada, além de manter distância da mulher. Agora era esperar o inquérito seguir em frente e quando fosse necessário o depoimento da morena, ele avisaria e a acompanharia.

Muito mais calmas, elas retornaram para a escola da filha, já que não levaria mais muito tempo para as aulas terminarem.

– A Rosa disse que a Gio tá acordada. – Marília falou mexendo no celular.

– Quer que eu te deixe em casa? – Maraísa perguntou.

– Não, ela não tá chorando, já tomou o chazinho. – a fotógrafa sorriu. – Percebeu como ela tá ficando mais esperta e elétrica?

ʙᴏʀɴ ᴛᴏ ᴅɪᴇ • ᴍᴀʟɪʟᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora