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O silêncio tomou conta da sala. Todas olhavam para Marília, exceto Maraísa, que olhava em desespero para Débora.

Podia ser um engano, não podia? Porque ninguém falava que era um engano ou uma brincadeira de mal gosto?

Maraísa olhou para a irmã e as lágrimas vieram. Não era uma mentira.

Marília seguia imóvel nos braços de Maraísa, sentindo apenas o aperto da mulher ficar maior. Seu olhar estava em Débora, mas não transmitia nada. O silêncio da fotógrafa começou a preocupar Maraísa.

– Amor? – a morena falou com a voz chorosa e passou a mão no rosto de Marília.

– Eu tenho que ligar pro meu pai. – Marília soltou-se dos braços de Maraísa e pegou a bolsa em busca do celular.

– Marília... – Débora colocou a mão no ombro da fotógrafa, mas a mesma desviou.

– Não acredito que ele inventou uma coisa dessas só porque eu não atendi as ligações dele. – Marília falava, suas mãos tremiam enquanto procurava o número do pai.

– Amor... – Maraísa levantou e foi atrás dela.

Marília andava de um lado para o outro com o celular na orelha, enquanto Maraísa buscava forças para amparar a esposa.

– Marília! – a morena gritou, fazendo a fotógrafa parar e olhar pra ela.

– Cai na caixa postal... – o celular foi desligado. – Por que ele tá fazendo isso? – Marília perguntou enquanto olhava para Maraísa.

A morena se aproximou e a abraçou. O celular caiu no chão e as duas permaneceram abraçadas.

O silêncio foi quebrado quando Liz entrou na sala correndo e parou olhando assustada para as mães.

– Hey, meu bem... Vem cá. – Cecília foi até a menina e a pegou no colo. – Tá com fome já? – a modelo tentou desviar a atenção da criança, mas era impossível.

Mesmo no colo de Cecília, Liz não tirava os olhos das mães.

– Mommy... – Liz chamou quase em desespero.

Sem alternativa, Cecília colocou a menina de volta ao chão. Ela correu para os braços das mães, e em prontidão Marília a pegou no colo.

– Meu amorzinho... – a fotógrafa abraçava a filha com força.

Maraísa secou as suas lágrimas, mas não antes de Liz perceber.

– Você vai embora, mama?

– Oi? – Maraísa respondeu e olhou apavorada para a menina.

– Não, amor.. A mama não vai à lugar nenhum, porque você está dizendo isso? – Marília perguntou.

– Porque ela tá chorando. – Liz falou olhando de Maraísa para Marília.

– Não, minha pequena, não é nada disso. É outra coisa que deixou a mamãe triste. – Maraísa abraçou Liz, junto com Marília.

– Não quero você triste... – Liz resmungou entre as duas.

Era difícil ouvir a menina, já que as duas mulheres a escondiam em seus braços. Marília não chorou, apenas ficou com Liz em seus braços.

Maraísa foi quem decidiu que era melhor as duas irem para casa e falar com a filha lá. Foi a morena quem guiou a esposa para o carro de Cecília e a mesma quem levou Liz e Marília até o quarto.

Antes de conversarem com Liz, deixaram a menina brincar com a cachorra, que pulava em cima da criança e corria para as duas mulheres também.

Nesse meio tempo, Débora entrou no quarto com o telefone nas mãos. Não conseguiu dizer quem era, porque Marília já o tinha pego.

ʙᴏʀɴ ᴛᴏ ᴅɪᴇ • ᴍᴀʟɪʟᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora