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Marília ficou em silêncio. Maraísa estranhou a atitude da mulher, levou a mão ao sem ombro e chamou baixo por ela. Marília não respondeu, respirou fundo e olhou para ter certeza de que a filha não estava por perto.

– Ela está viva? – a fotógrafa perguntou quase sem emoção.

– Sim, senhora.

– Nós estamos indo. – Marília desligou o celular e olhou para Maraísa. – A Ceci deu entrada na emergência e a Débora não está bem, nós precisamos ir para lá.

– Ok, vamos lá. – Maraísa levantou-se se ainda atordoada.– Mãe, a Liz...

– Eu cuido dela, podem ir. – Almira respondeu com a mesma apreensão da filha.

– Ir aonde? – Liz entrou na sala correndo e assustou-se quando viu as mães fazendo menção em sair sem levá-la.

– Amor, a gente precisa ir ao hospital ver a tia Cecília. Você fica aqui com a vovó e logo nós voltamos para pegar você.

– Deixa eu ir junto. – Liz pediu diante das palavras de Marília.

– Pequena, hospital não é lugar para criança. Espera aqui, por favor. – Maraísa pediu.

Liz olhou para as duas e concordou com a cabeça. Ambas deram um beijo na filha.

– Eu vou com vocês. – André falou, deu um beijo no namorado e saiu junto com o casal.

Como a fotógrafa estava nervosa e a morena não ficava muito atrás, André foi dirigindo. Dando tempo para que as duas assimilassem a situação.

– Ela estava bem... Como aconteceu tão rápido? – Maraísa falou mais para si que para os outros no carro.

– As sessões de quimio ficaram mais fortes, isso pode acontecer mesmo. – André respondeu. – Não quer dizer que ela vai morrer. Só está mais debilitada.

– Mais? André, ela vai morrer de desnutrição nesse ritmo. – Marília rebateu com um tom de raiva, trazendo o silêncio para o carro novamente.

Chegaram o mais rápido que podiam no hospital. Maraísa e Marília foram direto saber onde as amigas estavam. Cecília estava sendo atendida pelo seu médico, e Débora estava na observação.

Marília teve que assinar os documentos de internação de Cecília. Entraram depois de muito tempo arrumando tudo na recepção. Foram direto onde Débora estava, enquanto Cecília era encaminhada ao quarto.

– Oi, Débora. – Marília chegou e sentou na cama ao lado da amiga.

– Cadê a Cecília? – a morena respondeu meio tonta devido aos calmantes que deram para ela.

– Ela está indo pro quarto, já já vão chamar a gente para ir lá com ela. – a fotógrafa respondeu com a voz mais doce que pode.

– Ela desmaiou, Marília, eu só fui na cozinha e quando voltei, ela estava apagada no chão. – Débora começou a chorar. – Eu pensei que ela tinha morrido...

– Não, Débora, não pensa nisso. – Maraísa falou se aproximando pelo outro lado da cama. – Não pensa assim, ela vai sair dessa.

– Ai Maraísa, essa sua ingenuidade chega a ser irritante, sabia? – Débora respondeu em meios as lágrimas.

– E como você acha que a sua negatividade é? – a morena rebateu. – Não sei o que a Cecília viu em você, ela é toda animada e você é a negatividade em pessoa.

– Maraísa, eu estou tonta, mas ainda consigo enxergar sua cara e ainda posso te bater. – Débora respondeu com um leve sorriso.

– Vocês duas querem se comportar que estamos no hospital e não em casa? – Marília fez um tom bravo.

ʙᴏʀɴ ᴛᴏ ᴅɪᴇ • ᴍᴀʟɪʟᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora