Canção de Sombras. CONCLUÍDO.

19

Azriel se sentia mais leve, feliz de fato, depois daquele treino, da conversa, de fazer Gwyn extravasar toda a raiva que ele sabia que estava reprimida dentro dela, mas ele não esperava... Ficar tão excitado com aquilo, em ver ela lutando, literalmente querendo arrancar um pedaço dele, como ela mesma disse. Ela já era bonita, linda, sem dúvidas, mas em batalha... Azriel quase se rendeu de joelhos, mas não podia e ele tentou ao máximo se controlar, até que mandou tudo para o inferno dasarmando Gwyn e a imobilizou com as costas contra seu peito.

O cheiro dela, do cabelo dela, o embriagou de tal maneira que ele se agarrou na beira daquele precipício e se posicionou de uma forma que a sacerdotisa não sentisse a rigidez que precionava contra suas calças. Mas Azriel não resistiu em cheirar ela, em roçar seu nariz, seus lábios, na orelha dela. Quando o aroma da excitação de Gwyneth chegou ao seu nariz, ele realmente achou que estava alucinando, não achou que ela se sentiria confortável com ele ao ponto de se sentir excitada... E o cheiro dela, pelos deuses, era maravilhoso, cheiroso, melhor do que qualquer fêmea que ele já tivesse se deitado. Azriel se perguntou se o gosto dela seria tão delicioso quanto.

O mestre-espião sorriu enquanto caminhava em direção ao seu quarto, tanto ele quanto as sombras estavam relaxados. Az então viu a porta do quarto de Cassandra aberta e a luz acesa, o guerreiro fora até ali e parou no arco vendo Nestha de pé a uma cômoda alta enquanto limpava a trocava a bebê.

— Boa noite, Nestha — ele disse e a fêmea o olhou e depois voltou a atenção a Cassie.

— Boa noite, Az — respondeu ela enquanto limpava Cassie. — Estava com a Gwyn?

— Sim — ele respondeu recostando o ombro no batente da porta enquanto via Nestha pegando uma fralda de pano para colocar em Cassie. — Onde está Cassian?

— O canalha do seu irmão não quis levantar para trocar ela dessa vez — disse Nestha torcendo o nariz. — Ele acha que me engana com essa de sono pesado.

Nestha sorriu, um sorriso doce e os olhos brilhando como diamantes. Azriel sorriu pequeno e então adentrou no quarto indo até a fêmea e parando ao lado dela olhando para Cassie que assim que viu o tio abriu um largo sorriso banguela e chutou as perninhas e balançou os bracinhos, até mesmo as pequenas asas se debatiam devagar.

— Ela sempre faz isso quando te vê — disse Nestha. — Mas sempre encara Cassian emburrada.

— Esse é um dos motivos dele querer me matar nos treinos — respondeu Azriel e Nestha soltou uma risada baixa.

O mestre-espião levou o indicador até a bebê que agarrou com a mãozinha, uma sombra de Azriel deslizou ate o bracinho da menina que soltou uma pequena gargalhada. Os olhos de Azriel se acenderam com puro carinho e amor.

Nestha o olhava, via o sorriso quase impercebivel do macho, os olhos acesos como brasas. Ela suspirou e olhou para Cassie que brincava com o dedo coberto de cicatrizes do tio.

— Sabe, você tem jeito com criança — disse Nestha. Azriel soltou uma risada de escárnio pelo nariz.

— Com Cassie e Nyx apenas — disse Azriel. — As outras crianças ficam assustadas comigo.

— Elas não te conhecem — disse Nestha cruzando os braços. — Você pensa em ter filhos?

— Sim — respondeu ele prontamente.

— Que bom, tenho certeza que vai se sair bem — disse Nestha dando tapinhas no ombro de Azriel.

— Gwyn também quer... — ele se viu falando baixinho e Nestha ergueu as sobrancelhas.

— Como você sabe?

— Bardhyl perguntou a ela no encontro dos dois.

— Ah — exalou Nestha. Era claro que Gwyn a havia contado sobre a invasão de Azriel no encontro dela e do Lorde de Velaris. — Bardhyl... É verdade...