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Ela começou a sangrar sem parar, uma hemorragia que se não fosse pelas habilidades de cura de Madja e Feyre conciliadas, Gwyn teria morrido, ela teria morrido depois de dar a luz aos seus dois filhos, mas fora salva, graças a elas, sua parceira fora salva e dormia se recuperando.

Azriel entrou em um estado  superprotetor até mesmo perigoso após o nascimento das crianças, após sua parceira quase o deixar. Ele não permitia que nenhum macho, nenhum mesmo, além dele se aproximasse da casa e muito menos de Gwyn, as únicas excessões eram as fêmeas de sua família, mas também não se sentia confiante com elas perto de seus filhos.

O mestre-espião estava de pé ao berço os pequenos, por orientações de Madja, era bom que ficassem no mesmo berço enquanto ainda eram tão pequenos e frágeis, e, uma luz feérica fora colocada sobre o berço para manter uma temperatura adequada a Raphael e Adonis.

Observava os filhos, vestidos em macaquinhos quentes, luvas e gorrinhos nas cabeças, as asinhas tão pequenas e finas que chegavam a ser transparentes. Tão pequenos, pelos deuses, tão pequenos, mas tão perfeitos.

Escutou batidas na porta e viu Nestha ali, sorrindo.

— Ela acordou — disse a cunhada de Azriel que assentiu e olhou novamente para os bebês. — Eles vão ficar bem, Az. 

Ele olhou para Nestha que revirou os olhos, o macho então se retirou do quarto e Emerie estava chegando ali, não evitou olhar para ela por cima do ombro de maneira desconfiada, sim, talvez estivesse ficando paranóico.

Azriel passou pela porta do quarto dele e de Gwyn e quase caiu para trás ao ver a parceria tentando se levantar da cama agora limpa. 

— O que pensa que está fazendo?! — ele perguntou e Gwyn o olhou confusa.

— Me levantando para ver meus bebês?

— Não, pode se deitar — disse Azriel se aproximando e Gwyn o encarou. — Perdeu muito sangue, precisa ficar de repouso.

— Então, como eu vou ver eles? — perguntou ela com uma expressão chorosa no rosto. — Emerie me disse que eles tem que ficar no berço até terem tempo suficiente. Eu quero ver eles, Az.

Mesmo querendo amarra-la na cama e obriga-la a repousar, Azriel não podia negar aquele pedido dela. Então, apoiando ela em seu corpo eles andaram juntos e bem devagar, não fora uma caminhada longa já que o quarto dos meninos era logo do lado.

Assim que entraram viram Nestha e Emerie debruçadas sobre a grade do berços sorrindo feito duas bobas para os pequenos.

— Gwyn! — exclamou Emerie baixinho e Nestha também olhou para o casal fazendo uma careta feia para Azriel.

— Eu quero vê-los — disse Gwyn e as amigas se entreolharam, não disseram nada, não deram bronca, apenas se afastaram do berço e deram cada uma um beijo em Gwyn antes de sair do quarto fechando a porta.

Azriel então guiou a parceira até o berço e Gwyn soluçou em meio a um riso ao ver os dois bebezinhos.

— Pela Mãe, eles são tão pequenininhos — ela disse entre o riso e o choro. — Tão pequenos — inclinou o corpo para frente levando a mão a cabeça de um deles, os dedos trêmulos quase não tocando na lã do gorro. — Oi, sou eu... É a mamãe — fazia carinho de um ao outro e Azriel sorriu, um sorriso que ficou trêmulo e seus olhos se inundaram de lágrimas.

— Ah! — exclamou Gwyn bem baixinho ao tirar os gorros deles. — Um é ruivinho e o outro moreninho — havia um grande sorriso na voz de Gwyn. — Az... — ela o olhou por cima no ombro se deparando com o guerreiro limpando as lágrimas teimosas que caiam pelo rosto.

Canção de Sombras. CONCLUÍDO. Onde histórias criam vida. Descubra agora