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Era um absurdo o que Azriel fizera, tudo bem, ela tinha que ficar de repouso, mas ir para a Casa do Vento para que Cassian e Nestha, que estava quase parindo, ficassem de olho nela enquanto ele estava fora era um cúmulo, um grade exagero, mas, seu parceiro havia batido o pé e descido que ficariam ali, onde teriam ajuda quando precisasse, até que os meninos nascessem.

Gwyn apenas sentia pena do pobre Cassian, que agora além de ter que lidar com Nestha com os hormônios a flor da pele, agora tinha que lidar com a grávida de risco, e ainda por cima, cuidar de Cassandra que no momento fugia correndo pelada pela casa do banho com o pai atrás dela aos berros.

- Isso só pode ser palhaçada - disse Nestha sentada numa poltrona ao lado de Gwyn. Ambas as fêmeas com os pés sobre um puff enquanto estavam em frente a lareira. - Cassian! Você é um general que lutou em batalhas! Tem que dar conta de dar banho nessa menina!

O som de algo caindo, o xingamento de Cassian e a gargalhada de Cassie chegaram até a sala e Nestha fechou os olhos respirando fundo enquanto Gwyn prendeu o riso enquanto fazia colares com bolinhas de ambar para os bebês.

- Eu estou tentando! - gritou Cassian. - Cassandra! Desça já daí! Como conseguiu subir?! Não! Não pula! - o som de mais várias coisas caindo e se quebrando fora escutado. - Eu disse que não!

Gwyn não aguentou mais segurar o riso e gargalhou vendo como Nestha respirou profundamente.

- Francamente - disse Nestha apoiando as mãos nos braços da poltrona, colocando os pés no chão e vestindo os sapatos de pano confortáveis. - Um grande banana.

Grunhiu so fazer força para se levantar e logo, com as mãos na lombar foi até o parceiro e a filha que está sem destruindo a casa. A sacerdotisa escutou os berros de Nestha tanto com Cassian quanto com Cassandra e depois um silêncio que queria dizer que ela havia conseguido levar a filha para o banho.

Gwyn deu risada novamente e negou com a cabeça, então escutou passos se aproximando e viu Azriel, vestido em sua armadura, se aproximando. Enfim, ele havia chego de mais uma missão.

- Oi - ela disse sorrindo e o parceiro apenas respirou fundo, se inclinou e a deu um beijo no topo da cabeça. Ele estava exausto.

- Vou tomar um banho - ele disse se retirando e Gwyn assentiu com a cabeça. Ela continuou a fazer os colares para seus filhos, por alguns minutos, mas logo deixou os materiais na mesinha do lado e  apoiou as mãos nos braços do sofá se empurrando para cima. Pela Mãe, estava ficando cada vez mais difícil se levantar sozinha com aqueles dois bebês dentro dela. 

Devagar, Gwyn pegou o caminho pelo corredor da Casa até o quarto dela e de Azriel, a porta estava fechada mas logo se abriu sozinha. Ela agradeceu a Casa pela ajuda, adentrou no quarto e a porta se fechou atrás dela. A sacerdotisa fora até o banheiro cujo a porta estava aberta e se deparou com uma toalha suja de sangue no chão.

Seu coração disparou e a boca ficou seca, ela entrou no banheiro vendo o parceiro sem camisa cuidando e um ferimento profundo no ombro esquerdo. Tinha uma expressão de dor no rosto e Gwyn cruzou os braços sobre a barriga e ele então a olhou, apoiou as mãos sobre a pia e abaixou a cabeça.

— Foi apenas um descuido — ele disse.

— Estou vendo — aspirou o cheiro do sangue do parceiro dilatando as narinas, era óbvio que estava brava, mas mesmo assim fora até ele, com cuidado levou as mãos aos ombros de Azriel o virando e fazendo com que se recostadas contra a pia.

— Isso está horrível — disse Gwyn tocando com cuidado em volta do corte fazendo o parceiro grunhir de dor. — Casa, pode providenciar um kit de primeiros socorros?

Canção de Sombras. CONCLUÍDO. Onde histórias criam vida. Descubra agora