Canção de Sombras. CONCLUÍDO.

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E o que Azriel menos esperava aconteceu, uma missão que mais ninguém poderia fazer, algo de pura diplomacia que Rhysand e Feyre pediram para que ele comparecesse com eles... Na Corte Outonal. A ideia já tinha tirado Azriel do sério, mas ir e ficar quase duas semanas na corte de Eris o tinha deixado furioso, ainda mais que partiria um dia antes de Madja visitar Gwyn novamente.

Ele sabia que ela o deixaria a parte de tudo, mandaria recados todos os dias, íris dizer o que Madja a havia dito durante a visita, diria se os bebês estavam bem, e realmente estavam, aparentemente a curandeira deu um pouco de alívio a Gwyn depois de ver que o útero dela estava se adaptando muito bem ao crescimento deles, mas ainda não era possível ver asas.

Sua parceira estava feliz, muito feliz,  então ele estava tranquilo, ou melhor ,tentando ficar tranquilo no mesmo ambiente do Grão-Senhor da Corte Outonal. Por mais que suas cortes tinham trabalhado juntos e ainda trabalhavam, Azriel odiava a simples presença do irmão mais velho de Lucien que no momento conversava com seus Grão-Senhores durante o baile de despedida para eles. Pelo menos iriam embora logo.

Azriel se mantinha num canto afastado, como um bom observador silencioso, suas sombras sempre o falando algo ou avisando se aproximações, conversas, tudo, ele simplesmente poderia saber de tudo ali, até da aproximação do maldito Eris.

O guerreiro illyriano o olhou impassivel, mãos juntas as costas, pernas levemente separadas, ombros retos, asas bem fechadas, uma postura que apenas um guerreiro como Azriel, e Cassian, tinham.

— Então — disse Eris parando ao lado de Azriel e tomando um gole de vinho. — Você procriou com alguém parte da Corte Outonal, hm? 

O encantador de sombras ficou em silêncio olhando para a movimentação do salão cheio de integrantes da Corte Outonal.

— Me lembro dela, sabe — continuou Eris. — Uma fêmea realmente muito bonita. Olhos lindos também. Uma pena não ser pura.

Azriel trincou os dentes com força fazendo o músculo de seu maxilar saltar.

— Bom, dois bastardos combinam bastante — havia um sorrisinho infame nós lábios do Grão-Senhor. Azriel sabia o que ele estava fazendo, sabia que o estava provocando e sabia que se suas sombras fossem serpentes venenosas já teriam atacado e mordido Eris até mata-lo.

— E como o genitor dela veio da Corte, isso faz de você parte daqui também agora.

— O que você quer? — perguntou Azriel irritado e se dando o trabalho de olhar para Eris que sorriu.

— Nada, apenas lhe dar os parabéns — respondeu Eris girando a taça e o vinho ali dentro. — Gravidez entre os feéricos é algo bastante difícil, de gêmeos então, quase um milagre.

— Fique com as felicitações para você, Eris — disse Azriel. — Eu e Gwyn não precisamos delas.

— Claro, claro — o ruivo deu de ombros. — Mas sabe, quem diria de depois de ter feito tudo o que fez para tirar a parceira de meu irmão dele, você acabou ficando com outra. Pobre Lucien, mamãe disse que ele ficou arrasado.

Azriel ficou em silêncio e um sorriso viperino surgiu em seus lábios, se aproximou mais levando a boca a orelha de Azriel que ficou tenso, pronto para tirar uma adaga da bainha e enfiar no estômago do Grão-Senhor, mas Rhysand e Feyre estavam do outro lado do salão sempre os observando.

— E eu acho, que se a história com a parceira de Lucien fosse diferente, você jamais notaria a sua fêmea bastardinha — o mestre-espião engoliu em seco. — Não é?

As sombras de Azriel ficaram mais espessas em sua volta e o próprio olhar dele havia ficado feito o da própria morte quando olhou para o rosto de Eris e realmente apenas não tentou enforca-lo por que Rhysand e Feyre chegaram.