Noites sem dormir, noites deitado em sua cama encarando o teto e pensando no que diria Gwyn quando se reencontrassem. Oi, olá, como vai, não parecia tão adequado para parceiros que se veriam depois de um tempo separados e pensando nas merdas que fizeram. Ele sabia que tinha errado muito com Gwyn, mas ela também errou em esconder dele a parceria. O estômago de Azriel se embrulhava ao pensar que não fora capaz de sentir o laço antes, talvez ela estivesse esperando aquilo dele também, mas... Não, ela se afastou para que ele fosse feliz com a fêmea que ele queria, queria mas não podia ter.
Rhysand tinha razão, ele pensava muito com a cabeça de baixo quando se tratava de Elain e a coisa toda continuou por cinco anos, não podia sequer ser deixado sozinho com ela no mesmo cômodo que ele planejava um jeito de corteja-la. E para o que? Para massagear o ego ferido pelos irmãos terem cada um uma irmã e ele ficou sem uma, e também pode ter utilizado um pouco da aversão de Elain por Lucien para seu lado. Mas sabia que ela não o amava, nenhum dos dois na verdade. Elain vira em Azriel um porto seguro, algum que ficou perto quando ela precisava, alguém que a protegeu, que a resgatou, mas não passava de desejo e curiosidade.
Os momentos intimidos juntos foram de fato bons, cheios de desejo e fogo, mas apenas aquilo, só aquilo... E eles até esconderam bem durante os anos. Enquanto isso, Gwyn estava lá, sua parceira, do lado sabendo de tudo, sentindo o cheiro. O quanto aquilo não a tinha incomodado? O quanto não quebrara o coração de Gwyn?
Muito idiota, era aquilo que ele era.Realmente. Disseram as sombras em respostas e Azriel as xingou.
O mestre espião se sentou na cama, joelhos dobrados, cotovelos apoiados sobre eles, cabeça baixa e asas jogadas sobre o colchão. Não conseguia dormir desde o Solstício e quando cochilava aquela noite na montanha para resgatar a garota perdida o voltava a assombrar. O desespero que ele sentiu ao não ver Gwyn ali, a maneira que como o sangue dele esfriou ao ver o sangue dela colorindo a neve de vermelho. Se ele tivesse conseguido atravessar para dentro da caverna, mas por alguma razão, algo o bloqueou, tinha alguma coisa naquela caverna que não o deixou entrar, mas se e tivesse conseguido ela não teria se arriscado ao lutar com aquela besta. Se ele tivesse ficado, Gwyn não teria sido atacada e ferida e ele não accharia que o mundo todo iria desabar em sua volta se a perdesse.
Az suspirou e levou uma das mãos da nuca afagando ali e a lembrança dele colocando o colar que comprava para Gwyn no pescoço dela surgiu em sua mente. O cabelo levantando liberando o pescoço delicado e alongado, os fios de cabelo cobre que haviam escapado, a maneira de como a pele dela arrepiou ali quando ele passou os dedos lentamente pela nuca dela. O cheiro dela que o pegou desprevenido naquele momento e depois... Depois aconteceu aquilo, o carinho, as palavras dela e o beijo... Deuses, o beijo. Apenas um selar de bocas, mas ainda assim, macio, com gosto de paraíso. A boca dela... Tão certa na dele.
— Onde você está? — ele perguntou baixinho e tentou transmitir pelo laço prata ainda um pouco apagado. — Eu quero te ver... Eu preciso de ver.
Palavras jogadas no vazio, bom, naquela hora ele não iria receber alguma resposta, estava muito tarde.
Azriel se deitou novamente na mesma posição que estava antes e respirou fundo fechando os olhos. Parecia que o peso do mundo estava sobre si, um cansaço interminável que o fez cochilar profundamente e com direito a um sonho.
Era Gwyn, vestida com roupas maiores do que ela, mais largas, mas não roupas de uma fêmea, roupas de um macho e com direito até a suspensórios. Sua parceira estava sentada a uma mesa de madeira numa pequena cozinha, a luz era amarelada e apagada ali dentro, pela janela podia ver que estava de noite. Gwyneth ria enquanto comia algumas castanhas de uma tigela de madeira, ela parecia realmente contente e corada, até mesmo parecia estar fazendo charme para... Outra pessoa. Como se Azriel tivesse entrado na mente da Sacerdotisa ele pode ver como os olhos dela viam e ali estava, um macho, cabelos castanhos dourados, olhos escuros, boa aparência e usava o mesmo tipo de roupas que Geyn usava.
— Eu estou muito feliz em ter você de volta, Gwyn— disse o macho segurando as mãos da parceira de Azriel com muito carinho, muita... Intimidade.
O mundo se tornou vermelho e anuviado para Azriel, ele sentia o sangue latejar com ciúme, posse. Gwyn era sua, sua parceira e só sua.
Como se tivesse sido chutado para fora Azriel voltou a si e abriu os olhos avelã se sentando bruscamente na cama.
Quem era ele? O que ele quer com a nossa parceira? Devemos mata-lo! As sombras diziam uma atrás da outra, promessa de morte e violência.
— Vamos descobrir — respondeu Azriel sentado na cama e com um olhar que até a própria morte temeria. — Vamos buscar ela.
Havia pura determinação na voz grossa e profunda de Azriel. Ele iria encontrá-la, iria falar com ela, dizer tudo o que queria e o que sentia e também... Cuidaria daquele macho que olhava para sua parceira com os olhos de um amante.
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Canção de Sombras. CONCLUÍDO.
FanfictionEsta é uma fanfic da série de livros ACOTAR, pertencido a Sarah J. Maas. Focado no casal Gwynriel. Durante o aniversário de Nestha, Gwyn usara o colar dado a ela por Azriel durante o aniversário de Nestha, entretanto, Elain, ao reconhecer a peça di...