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Com Gwyn fora por algum tempo, Azriel aproveitou para se deitar no sona e tirar pelo menos uma soneca. Ele estava exausto por que a parceira queria fazer sexo quase sempre, não que fosse um sacrifício para ele, muito pelo contrário, mas estava sugando suas energias sem dúvida.

Suas sombras flutuavam preguiçosamente sobre seu corpo e sobre as asas esparramadas, até mesmo as pareciam cansadas, cochichando baixinho nos ouvidos dele, mas então um aviso vindo delas fez com que o mestre-espião abrisse os olhos e rapidamente se levantasse indo até a porta e a abrindo antes mesmo que o visitante inesperado batesse.

Aquele do outro lado da porta estava de punho erguido já para bater na madeira e quase que acerta o rosto de Azriel que arqueou a sobrancelha olhando para Lucien que tinha um buquê de rosas azuis em um dos braços.

O herdeiro da Corte Diurna vestia roupas claras, uma tunica, calças, botas, nada muito diferente do habitual, mas a parte superior dos cabelos ruivos até os ombros estava presa deixando o rosto dele livre e apenas algumas mechas rebeldes caindo por ali.

Lucien sorriu sem graça ao ver o olhar julgador de Azriel.

— Azriel — cumprimentou o ruivo.

— Raposa — respondeu o encantador de sombras. Lucien apenas sorriu ao ser chamado de raposa.

— Desculpe não ter avisado, apenas queria visitar Gwyn — olhou para as rosas e Azriel também. — Ah, é, e você. Meus parabéns.

Era claro que todos já deviam saber da gravidez de Gwyn.

— Sem problemas — estendeu a mão para pegar o buquê. — Ela não está, mas entrego.

— Ah, sim, obrigado — entregou o lindo arranjo na mão coberta de cicatrizes do parceiro da amiga. Havia um clima pesado entre os dois machos.

— Veio apenas para isso? — perguntou Azriel segurando as flores de cabeça para baixo.

— Sim.

— Não avisou a ninguém?

— Não.

— Nem a Feyre? — Azriel olhou na direção do Arco-íris onde a galeria da Grã-Senhora prosperava cheia de vida e cor.

— Irei passar na galeria para dar um oi, depois irei embora — colocou as mãos no bolso da calça marrom.

Azriel assentiu, bom, mesmo ele odiando Lucien era amigo de Gwyn e talvez vê-lo a deixaria feliz.

— Não quer entrar e esperar? — as sombras chiaram em seus ouvidos discordando da decisão do mestre.

Lucien olhou para o antigo rival com surpresa, bom, até Azriel estava surpreso.

— Acredito que ver você — continuou o guerreiro. — Vai deixá-la contente.

— Tem algo errado acontecendo? — a pergunta era cheia de preocupação. Lucien sabia bem o que poderia acontecer a uma fêmea não illyriana dar a luz a um mestiço, afinal, ele sabia do que havia acontecido com Feyre antes de Nestha salva-la.

— Não, nada — respondeu Azriel e Lucien assentiu.

— Bem, eu adoraria ficar, mas tenho compromissos na minha corte. Então, apenas diga que estou muito contente por vocês e que assim que estiver tranquilo eu volto para vê-la.

— Avisando antes — replicou o parceiro de Gwyn e o Lucien concordou com um aceno de cabeça e apenas com aquilo o príncipe da Diurna se retirou andando pelas ruas de Velaris para ir até a galeria de Feyre.

Azriel entregou novamente em casa e olhou para o buquê que segurava. Rosnou baixinho, mas mesmo assim fora em busca de um vaso e o colocaria em cima do balcão para que Gwyn o visse assim que botasse os pés em casa, mais uma vez, faria pela felicidade dela.

Canção de Sombras. CONCLUÍDO. Onde histórias criam vida. Descubra agora