Um Universo Diferente ( AkaRen )

Capítulo 10

- Quando isso começou? E com que freqüência você recebe essas... Cartas? - Cuspiu sua última palavra em desgosto.

- Bom... Não é muito, mas não é pouco considerando que é algo indesejado... Acho que umas três durante o mês. - Dizia calmo enquanto estacionava o veículo, logo desligando-o.

- Entendi.

Depois de checar com os olhos se não havia esquecido nada, saíram do carro, as quatro portas foram travadas e em seguida andaram em direção ao elevador que dava para o hall de entrada para os apartamentos. Aproximando-se da recepção, em instantes foram reconhecidos e permitidos de subir, seguiram para o elevador, caminho inteiramente tomado em silêncio e passos apressados.

- Tá com raiva de mim? - De forma envergonhada, Kyojuro perguntou ao ver seu marido apertar os botões do elevador com certa impaciência, sua expressão era séria e seus passos eram pesados.

- Não tô com raiva. - Respondeu simples. De pé ao lado do loiro, olhar fixo à porta do elevador fechando-se. - Só tô meio irritado por não bater naquele desgraçado... E também com você por não ter me falado nada. - Falou rápido.

- Mas eu não queria te preocupar!... E eu sei me virar sozinho, não é como se a minha vida corresse perigo! - Soltou irritado virando seu corpo de frente para o oni.

- Exatamente! - Falou em tom elevado também virando seu corpo em direção ao loiro, assim ficando de frente um para o outro. - Como você pode ter tanta certeza disso?! As pessoas são capazes de tudo, Kyojuro, deixa de ser tão ingênuo! - Gesticulava em irritação, sua voz era ouvida rouca e seus dentes visivelmente expostos.

- Eu não sou ingênuo! - Soltou em tom elevado. - Você que sempre vê maldade em tudo, não sabe nada sobre as pessoas, quando olha pra alguém já diz que não gosta e age sempre frio e sem educação! - Palavras atrás de palavras, Kyojuro falava apressado enquanto batia o pé no chão em irritação. Akaza era um pouco mais alto, então o loiro procurava seus métodos para intimida-lo.

- Parece até estar defendendo ele de mim! Ele te fez algo bom por aca- - Akaza falava também em tom elevado até ser interrompido pela porta do elevador se abrindo e revelando uma pessoa, rapidamente viraram seus rostos em direção à mesma.

- Oh, que surpresa agradáv-

- Vai pra puta que pariu, Dabi, a gente tá com pressa. - O oni falou interrompendo a mulher, rapidamente levou uma mão aos botões do elevador e o apertando repetidamente. Levando uma mão ao peito, Dabi olhou com expressão de espanto em direção ao oni, logo viu, em frente ao mesmo, Kyojuro a encarando em meio à um sorriso tomado em deboche enquanto lhe acenava devagar com uma mão. Sem receber uma resposta da mulher, a porta foi fechada, logo voltaram a se encarar. - Eu não sei o que ele já te fez de tão bom, mas aposto que não foi nada que valha a pena você defender ele de mim. - Falava entre dentes, expressão tomada em raiva.

- Eu não estou defendendo ninguém. Como tem tanta certeza de que ele é uma má pessoa? Você só ficou com ciúme e por isso tá agindo desse jeito e falando essas coisas. Você é muito ciumento, vai me dizer que estou errado?! - Quase em grito, o loiro falou.

- Eu não gosto que chamem o meu marido de 'amor' assim cheio de intimidade como ele te chama! Vai me dizer, Kyojuro, que você ía amar se visse alguém me chamando desse jeito, uh?! - Quase em gritos, discutiam calorosamente.

- Como tem tanta certeza de que ele não chama mais ninguém assim, Akaza?!

- Essa sua pergunta já diz que ele chama só você assim! - Gritou irritado, virando-se de costas para o loiro, acertou os antebraços na parede do elevador com certa força, cabeça baixa e respiração pesada. Se mostrando surpreso, olhava para o oni ligeiramente assustado pelo grito, Akaza não era de gritar consigo, nunca foi, talvez estivesse lhe cutucando uma ferida causada no passado. De fato, estava.