Que estranho, essa letra, o modo de escrita... Não era assim que Akaza costumava fazer suas cartas. Impossível não lembrar-se dos detalhes, nem em cinqüenta anos sem receber aquelas cartas cometeria o erro de não recordar da sua escrita. De fato, estava diferente.
Levando sua mão à maçaneta, girou sua trava, realmente, a porta estava aberta. Adentrando metade de seu corpo ao apartamento, chamou pelo nome de seu amado, recebendo o silêncio como resposta. Passeando seus olhos pelo apartamento, observou o lugar.Era um apartamento comum, decoração elegante como todos daquele prédio, mas nada que se assemelhasse à uma surpresa, de qualquer nível. Bem, então qual a lógica de ir ao andar anterior ao que morava, em um apartamento completamente normal, só para uma surpresa? Era tão mais simples fazer a tal surpresa no próprio lugar onde morava. Bom, diz-se que a surpresa se encontrava num quarto, talvez lá encontrasse o sentido, que correu há tempos.
Adentrando completamente o local, sentiu uma suspeita incômoda. Pensando em precaução, deixou a porta completamente aberta. Seguindo à procura do quarto, andava cauteloso, seu coração batia rápido. Mesmo com a porta de fato aberta, sentia-se um invasor daquele lugar vazio. Talvez fosse melhor ir embora e questionar seu marido pessoalmente. Dando meia volta, seguiu devagar em direção à porta aberta. De repente, com um susto, seus passos travaram abruptamente.
- Não chega perto de mim! - Abafado, ouviu um quase grito irritado. Seu coração palpitou e seu corpo estremeceu, seu corpo logo entrou em modo de defesa por reflexo. Em uma voz grossa, uma ordem saída de maneira raivosa. A voz de Akaza.
Não tinha erro, aquela braveza junto àquela rouquidão, sim, a voz era de Akaza, que estava em algum cômodo daquele apartamento desconhecido. Mesmo confuso, aliviou-se ao considerar que seu marido estava por perto, sim.
- Senhor Kyojuro?! - Ouviu próximo de sí, por outro susto leve, virou-se rapidamente em direção à voz, vendo David de pé à porta lhe encarando com uma expressão estranha, sem seus óculos escuros, sobrancelha arqueada.
- David? Tá fazendo o que aqui? Aconteceu alguma coisa? - Aproximando-se do homem, o loiro perguntou rápido e em tom baixo, sua cabeça alternava entre o homem e a direção em que ouviu a voz do oni.
- Desculpe minha intromissão, mas o senhor não mora no andar de cim- - Interrompido, a voz de Akaza é ouvida mais uma vez, tom mais elevado.
- Cala a porra da boca! Já mandei ficar longe de mim! - Um grito alto é ouvido, dessa vez sendo possível ser identificado sair do último quarto ao primeiro corredor logo a frente, mais irritado que antes, fazendo os dois homens olharem em direção para onde se ouviu. Kyojuro logo se viu preocupado, com certeza era Akaza, e parecia muito bravo com uma outra pessoa.
Direcionando seu olhar à porta, o loiro viu David se aproximar de sí rapidamente, testa franzida e seus olhos estreitos passeavam por todos os lados. Viu o homem levar uma mão à cintura e erguer a outra em sua frente como uma proteção.
- Tá fazendo o quê?! - Kyojuro perguntou curioso. Levando o dedo indicador aos lábios, David fez um sinal rápido de silêncio para seu segundo chefe, que se mostrou ligeiramente surpreso, mas calou-se. Retirando algo de seu cinto, David posicionou seus braços de modo que escondia pouco algo que suas mãos seguravam, expressão rígida em direção ao corredor suspeito em que saiu o grito de segundos atrás. Em espanto, Kyojuro arregalou seus olhos em direção as mãos de seu motorista. David segurava uma arma de forma habilidosa.
- Senhor Kyojuro, eu não quero assustá-lo, por isso lhe deixo avisado que talvez irei atirar em alguém. - O homem falou, calmo como se não fosse nada, tom baixo quase como sussurros.
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Um Universo Diferente ( AkaRen )
Fanfiction- Akaza... Eu confiei tanto em você... Te amei tanto e sempre confiei em você de olhos fechados!... Pra isso? - Suas palavras continham raiva, as lágrimas teimosas logo rolaram por sua bochecha, seu peito doía ao respirar, e seu belo rosto assemelha...