Capítulo 36

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- Porque agora todos ficamos curiosos. - Soltou debochado, vendo o homem estreitar seus olhos.

- Parem com isso já! - A voz da moça é ouvida elevada, e nervosa, fazendo todos ficarem calados. Desviando seu olhar para sua mesa abaixo, Kokushibou voltou à sua postura firme, sendo acompanhado por Akaza, que voltou à jogar suas costas ao encosto de sua cadeira e cruzar seus braços, olhos enraivecidos fixos para o nada. - O que aconteceu, Akaza? - Perguntou séria, esperando que o oni explicasse a estranha situação.

- Eu não sei de nada. - Respondeu frio, ouvindo a irmã suspirar fraco.

- Kokushibou, pode esclarecer?

- Não posso, também não estou ciente de nad- - Deu de ombros, logo interrompido por uma batida ligeiramente forte contra a mesa e um Akaza furioso levantando de sua cadeira.

- Mentiroso do caralho! - Akaza exclamou, elevado e irritado, ficando de pé e sendo acompanhado por seu marido, que também levantou-se por sua ação bruta e repentina. Sentiu uma mão tocar suavemente seu ombro.

- Akaza...

- Mentiroso? - Também levantando-se de sua cadeira, devagar e calmo, Kokushibou ficou de pé, encarando o irmão à mesma altura. - Diga-me porquê?!

- Eu não sabia que você era tão cínico. - Respondeu-lhe, debochando.

- Akaza, pare com isso... - Preocupada, a moça pediu, embora mais confusa que antes.

- Eu parar?! Por que eu tenho que parar... - Esticando um braço sobre a mesa, agarrou a caixa pousada sobre o vidro, apontando-a em direção ao irmão mais velho. - ... Quando ele tá recebendo coisas do Naomi sem a gente saber?! - Levando o cubo de volta à mesa, empurrou o objeto, fazendo-o deslizar em direção a mulher, que logo o segurou em reflexo. - A gente nem sabe o que tem aí dentro e ele não quer abrir.

- Akaza, se sente no seu lugar, não precisa fazer essa confusão... - Kyojuro falou baixo, defensivo e ameno, levando a mão ao braço do oni em sinal que sentasse em sua cadeira. Recebendo um olhar estreito do marido, se viu impaciente. - Você mesmo acabou de dizer que não sabe o que tem dentro.

- É, você sempre começa uma briga porque fica gritando desse jeito. - Gyuutaro falou finalmente, palavras lentas e tom de voz neutro, expressão ainda tranquila. Akaza bufou.

- Beleza! Então vamo sentar e ver o presente que Kokushibou ganhou. - Com um sorriso ladino, o oni soltou provocativo, jogou seu corpo de volta contra a cadeira de maneira impaciente posicionando-se como de origem. Com uma última olhada estreita para o oni, Kokushibou sentou-se devagar. O clima continuou tenso, e o silêncio piorava o ambiente.

- É verdade. - A voz de Daki é ouvida de repente, seu olhar intrigado logo foi direcionado ao irmão mais velho, que olhou-a confuso. - Tem uma assinatura com o nome do Naomi aqui. - Deslizando a caixa pelo vidro, empurrou o objeto para o homem ao centro. - Kokushibou, por favor, abra a caixa. - Pediu séria.



Com um suspiro derrotado, Kokushibou levou as mãos àquela encomenda, sem demora removendo as fitas do lado mais fácil. Em silêncio, todos tinham seus olhos fixos àquela entrega, no mínimo, suspeita, curiosos e ansiosos. Ao abrir a caixa, o homem olhou seu interior avisando somente um pedaço de papel dobrado em dois sobre um pequeno e moderno aparelho pousado ali sem o devido cuidado, um gravador. Pegando somente o papel, abriu-o, vendo algumas poucas palavras escritas de qualquer maneira, um recado. Leu em voz alta.

Um curto recado, mandado à todos os quatro irmãos e o querido cunhado, pedindo que aquele gravador seja tocado e que escutassem tudo com total atenção. Abaixo, o homem avistou, e reconheceu, a assinatura de Naomi.

Um Universo Diferente ( AkaRen )Onde histórias criam vida. Descubra agora