Com o silêncio total no ambiente, o clima era sentido denso, carregava um suspense que acertou à todos presentes. Esticando seu braço sobre o vidro, Daki apertou um dos três botões visíveis no aparelho tão pequeno, logo o pousando ao centro da mesa. Uma voz familiar é ouvida pelo gravador, nítida e descontraída, em meio ao pesado silêncio ao fundo.
A gravação durou doze minutos, doze minutos dentro de um escritório tão grande ouvindo a voz de Naomi, e somente a dele. Em seu roteiro bem planejado, Naomi citou o nome de todos presentes no local. Em cada nome citado, o dito cujo soltava "elogios", como o próprio nomeou seus insultos, e "segredos". Algumas pessoas tiveram a sorte de ouvir um bônus, sendo obrigada a escutar Naomi falar de seus defeitos. Falou pouco sobre cada um, mas o suficiente para acertar os pontos mais sensíveis, deixando alguns com raiva e outros constrangidos.
Faltando dois minutos para a voz irritante calar-se, depois de falar sobre todos, Naomi pronunciou sobre tais projetos nomeados de Z1 e Z2, projetos esses que afirmou sem hesitação ser uma herança que Muzan lhe deixou. Para que não ficassem confusos, afirmou também que Kokushibou saberia de tudo e poderia explicá-los, aconselhando que o interrogassem, pois o irmão mais velho sabia de tudo sobre a vida de todos. Deixando como últimas palavras uma data e um endereço, sem mais alguma pista sobre.
Doze minutos, doze minutos de constrangimento, irritação, confusão e indignação, sentimentos compartilhados e passados de pessoa em pessoa presente, uma após a outra.
Kyojuro se viu completamente espantado ao fim da gravação, uma bomba grande caiu sobre sua cabeça, o fazendo passear seus olhos entre os quatro irmãos, sem a mínima consciência de suas reações.
Akaza se controlou estranhamente bem, ao menos não reagiu como os demais esperavam. Apesar de seus dentes expostos em direção ao pequeno aparelho terem feito barulho a gravação inteira, não interrompeu quem falava ao gravador. Seus punhos se apertavam e um sorriso furioso brotava em seu rosto por vez e outra. Permaneceu sentado e calado, falando de Akaza, isso é uma proeza.
Daki e Gyuutaro não demonstravam qualquer tipo de emoção, seus olhares vazios sempre fixos ao aparelho posto à mesa, os semblantes sempre relaxados, e nada além de uma mexidinha nos dedos por parte da moça. Eram realmente irmãos de sangue.
Kokushibou se mostrou impaciente durante todo o áudio, completamente inquieto e nervoso, o tempo quase inteiro com uma mão no rosto à esconder seus olhos e a outra cutucando a mesa transparecendo sua irritação.
Ao fim daquilo tudo, a maioria dos olhares foram direcionados ao mais velho, o fazendo sentir-se pressionado para revelar segredos que prometeu guardar até o fim de sua vida. Um interrogatório logo começou sem a chance de um descanso aos ouvidos em direção ao homem no centro, que se recusava a acreditar que seria obrigado à simplesmente jogar as palavras que Muzan lhe passou sobre a mesa, agora tão cheia.
— Eu não posso... – Kokushibou falava nervoso, entristecido pela situação que se encontrava. Olhou com preocupação os irmãos.
— E por que não?!
— Fale logo tudo pra acabar com isso.
— Gyuutaro, eu não posso. Vocês mesmos ouviram o que ele disse, são afazeres que Muzan deixou antes de morrer. E-eu... Eu não posso falar! Prometi isso à ele! – Desviando seu olhar, baixou sua cabeça, pousando seus cotovelos sobre o vidro e fazendo suas mãos passarem rígidas por seus cabelos tão longos.
Os demais se viram impacientes, ambos os irmãos mais velhos suspirando em irritação, enquanto a mais nova se via preocupada junto ao cunhado, que respirava entristecido pela delicada situação que via por fora. Kyojuro se viu pensativo em maio ao tenso silêncio, queria ajudar. Enxergando por um ponto de vista fora daquela esfera de laços familiares, viu que talvez pressionar o irmão mais velho contra a parede não fosse uma solução boa. Kokushibou sempre foi uma pessoa racional, calmo e extremamente controlado, talvez só precisasse ouvir as palavras certas.
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Um Universo Diferente ( AkaRen )
Fanfiction- Akaza... Eu confiei tanto em você... Te amei tanto e sempre confiei em você de olhos fechados!... Pra isso? - Suas palavras continham raiva, as lágrimas teimosas logo rolaram por sua bochecha, seu peito doía ao respirar, e seu belo rosto assemelha...