Um Universo Diferente ( AkaRen )

Capítulo 35

A conversa da noite anterior durou horas, com mais esclarecimentos sobre o tenso e delicado ocorrido, dessa vez com mais calma e com a presença de uma terceira pessoa, que aceitou o convite e se pôs também a compartilhar suas opiniões e conceitos com ambos os chefes, em degustação de um suave vinho caro. Sem contestações, David livrou-se daquilo que seu comandante o pediu que pegasse. Sem alguém sequer espiar aquelas gravações, David descartou aquele pequeno pendrive com satisfação e alívio. Sem uma brecha da mínima chance de recusar o convite insistente de seus chefes, o motorista passou grande parte da noite com ambos os homens, ouvindo e contando histórias do passado.

Como amigos, o homem compartilhou parte de sua história de vida, contando aos outros sobre o nascimento complicado de sua linda filha, fruto de um relacionamento já em fim com a mulher que disse ainda amar de todo seu coração.

Depois que o convidado se foi, as palavras melosas e as carícias duraram até a madrugada. Akaza deu início a sua avalanche de elogios ao seu amado, sem chance de impedi-lo, encheu o outro corpo e cabelos de carinhos delicados e massagens. Akaza era grudento de vez em quando, como o tempo de acasalamento de um animal, por vezes o oni entrava no modo carente sem proporcionar descanso ao outro, soltando promessas de morrer ao lado do loiro, sendo acompanhado por dar-lhe o mundo e as estrelas. Akaza parecia um gato obcecado por seu dono.

Mesmo com um final de noite agradável, ambos tinham total ciência de que o perigo não havia passado depois daquela aceitação de perdão, ainda teriam como objetivo descobrir a pessoa por trás da suposta armação. Como um fantasma, Naomi ainda estava sumido, se manteve invisível quando lhe deu vontade. De fato, não era tão esperto assim no passado.

Pelo fato de Akaza ter seu irmão gêmeo como único e principal suspeito do teatro da noite anterior, o oni seguia caminho pelo estacionamento aberto, de mãos dadas com seu marido, que ouvia sua barriga reclamando enquanto era guiado para o edifício tão grande.

Por telefone, o irmão mais velho soube o que lhe aconteceu, ficando a par de toda a situação. Mesmo bravo, Akaza lhe adiantou todos e qualquer tipo de detalhe, justificando não querer ouvir perguntas sobre o ocorrido. Marcando brevemente uma conversa para decidir providências, Kokushibou disse lhe esperar na mesa da secretária, que aparentava ser cada vez mais interessante aos olhos do homem.

- A gente não vai demorar, mas se quiser comer alguma coisa, me diga e eu mando alguém comprar, pode ser?! - Akaza falou rápido, sério, em direção ao loiro, que andava preguiçosamente ao seu lado, não teve café da manhã como de costume, precisaria comer fora talvez. Ouviu um resmungo.

Em silêncio, seguiram em direção à entrada tão bem discreta do prédio alto, vazio internamente, sendo visto somente a secretária à sua mesa, que levantou-se de sua cadeira em cumprimento à presença inesperada de seu chefe tão frio.

- Bom dia, senhor Soyama. Bom dia, senhor Rengoku. - A mulher falou formal, recebendo um sorriso gentil por parte do loiro.

- Bom dia, Yuma, viu Kokushibou por aí? - Akaza perguntou sério, recebendo uma resposta rapidamente.

- Subiu sua escadaria há uns minutos. Deseja que eu o chame?

- Não, vou ligar pra ele. Obrigado. - Respondeu-lhe simples, logo seguiu em direção à escadaria mencionada, levando seu amado consigo. Despedindo-se da mulher com um aceno leve, Kyojuro agradeceu-lhe novamente, sendo retribuído com um sorriso simpático da mesma.

Depois de uma ligação rápida àquele que deveria estar ali, o tempo de espera foi curto, mas o suficiente para Daki e Gyuutaro presentearem com suas presenças o irmão e o cunhado. Com uma pequena comemoração saltitante, Kyojuro cumprimentou a amiga e retribuído em mesmo nível. Akaza observava com satisfação a verdadeira amizade que sua irmã tinha ao loiro. Daki costumava gostar de todo mundo com facilidade, e Muzan lhe ensinou o modo mais prático de fazer amigos, mas parecia ser diferente com Kyojuro.