Ao sair da casa da sua madrinha junto a sua mãe, ela sentia um grande alivio em sua mão devido aos remédios fortes. A tarde já havia chegado e após muita insistência a mesma convenceu Isis a deixa-la treinar a fim de esvaziar a cabeça.
Aos finais de semana Sol não treinava na escola, mas sim no clube de patinação no qual trabalhou por alguns anos. Foi lá que ela aperfeiçoou muito do que sabia, aos finais dos expedientes sua patroa liberava as pistas para os funcionários brincarem livremente. Lá era um local muito amplo, gelado e colorido, o lugar reunia parte da população da cidade que amava patinar no salão, no gelo, jogar rockey, brincar em maquinas e até boliche.
— Sol, quanto tempo! — Angélica, sua antiga parceira de trabalho, vibrou ao vê-la entrando. — Por que não veio mais aqui depois que se demitiu? — Ela saiu do balcão e abraçou Sol.
Angélica era uma entre muitas pessoas que trabalhavam ali e adoravam a menina das fitas coloridas.
— Angel, a vida está tão corrida que não tive mais tempo... — Sol abraçou sua amiga com força, e Angélica sorriu.
— Sol querida, você faz falta. Como está na escola? Vai nos representar nas competições estaduais este ano? — Patrícia, sua antiga patroa, se aproximou com um bebê nos braços.
Patrícia sempre foi uma ótima patroa. Quando Sol começou a trabalhar por meio período no clube, ela percebeu a paixão da jovem pela patinação e sempre a deixava patinar, sabendo o quanto isso a deixava feliz. Sol trabalhou por três anos e conquistou inúmeras pessoas com sua simpatia e talento.
— Será que um dia vou encontrar outra patroa tão boa assim? — Sol colocou sua enorme bolsa no chão e abraçou Patrícia com o bebê. — Sim, é meu último ano representando a escola na estadual e na nacional. Quero agradecer novamente por sempre me deixar treinar, já que não tinha tempo de fazer isso fora daqui. — Angélica e Patrícia sorriram enquanto mais pessoas se aproximavam de Sol, e algumas a observavam de longe.
Patrícia sorria com alegria ao vê-la.
— Que bom que voltou, menina das fitas. Hoje vamos fechar mais cedo, mas você pode sair com a gente quando fecharmos as portas. — Lucas, o responsável pela pista de gelo, sorriu.
— Vou fazer isso, Lucas. Como está o gelo? — Ela bateu na mão do rapaz, e ele sorriu.
— Está bem, mais gelado que nunca. — Ele falou, fazendo todos sorrirem.
Sol após muita conversa saiu do meio das pessoas se despedindo e seguiu para o banheiro em busca de colocar sua roupa apropriada, no clima pesado da sua manhã quase saia de casa com seu pijama. Ela vestiu sua legging preta, colocou sua blusa mais confortáveis e meias de algodão saiu rumo ao banco de apoio para calçar os patins. –Ela pegou seu celular e abriu na conversa com Cecilia.
Ceci, me atrasei e acabei de chegar na pista. O clima lá em casa pesou novamente, não sei se posso passar por aí hoje, mas irei tentar.
Aguardando sua amiga responder, ela encarou o aplicativo que havia baixado aquela noite tempestuosa. Ela ainda não havia tido tempo para mexer, ou apenas não queria por achar que tinha sido uma ideia tomada por um momento de solidão.
Tudo bem raio de Sol, discuti com o Júnior... Eu o amo, mas minha cabeça está uma pilha e descontei nele sem querer.
Ainda sentada no banco de apoio, Sol arregalou os olhos quando viu a mensagem de desabafo da sua amiga. Cecilia namorava Junior, filho de um dos amigos do seu pai e um ótimo rapaz. Eles estavam juntos a um bom tempo e Sol o adorava.
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Quase suficiente, amor.
RomanceDestino, no século 21 mais precisamente no estado de São Paulo, Sol acredita firmemente que o destino pode moldar sua vida, apesar dos desafios que enfrenta. Com um sorriso que ilumina qualquer ambiente e uma paixão pela patinação artística, ela enc...