Quase suficiente, amor.

Dor ღ Capítulo 39

—Mãe, eu estou bem. —Cecilia guardou uma roupa da filha, segurando o celular. —E a Liz também, estou guardando roupas lavadas dela.

Cecilia respirou fundo ao ouvir mais recomendações dos pais que viajavam a trabalho e estavam preocupados pelo fato da noite chegar e Junior não ir mais dormir com a menina.

—Ceci, chegamos em alguns dias. Está tomando as vitaminas? Você está pálida e ficou tonta semanas atrás, preciso conversar com essa medica. —Fabio falou, mostrando estar no viva-voz. —Iremos deitar e ligamos amanhã.

—Pai eu estou bem. —Cecilia falou roendo a unha. —Vão deitar.

Cecilia se despediu dos pais e sorriu tocando na barriga grande, o final de Agosto havia chegado e os tão sonhados oito meses também para seu alivio. Ao contrario do que disse aos seus pais, ela não estava bem desde o dia anterior quando sentiu fortes dores e se recusou a incomodar alguém.

Ela estava cada dia mais ansiosa e nervosa, não reconhecia mais seu corpo e também não sabia como sua vida seria após o nascimento da filha, ela havia voltado as aulas e as pessoas não a olhavam mais com julgamento, pelo contrário, suas colegas de classe junto a Sol havia feito com chá de bebê na sala de aula onde ganhou muitas fraldas e roupas fofas.

O chá de bebe oficial da pequena Liz estava marcado para as próximas semanas mesmo Cecilia querendo fazer antes, tudo estava organizado para o grande evento que reuniria muitas pessoas importantes para Cecilia.

Ela sentou na cadeira de amamentação no quarto da filha e mexeu em suas redes sociais, secretamente Cecilia havia feito uma conta para Liz e postava todo os seus sentimentos mês a mês com fotos da barriga, fotos dela com o Junior, com Sol, com os avós da bebê e até do quarto, era como se fosse um arquivo para Liz ver quando entendesse aquilo.

Cecilia postou a foto do oitavo mês, de frente para o espelho com a mesma roupa dos outros meses e deixou uma lagrima cair ao escrever a legenda ao som da música Saturn.

"Prometo deixar as mais lindas palavras do mundo aqui para que veja o quanto te amo Liz, quero que saiba que essa semana chegamos ao oitavo mês e meu coração está um pouco mais aliviado apesar do corpo frágil, a mamãe ama você."

Cecilia tocou na barriga quando sentiu os chutes, Liz se mostrava forte a ponto da ruiva soltar algumas caretas a medida que a filha se esticava em seu ventre, aquela mãe jovem não carregava mais em si os sentimentos de antes, ela havia descoberto o amor mais puro de todos, que nem ao menos poderia explicar.

Todos os dias ela imaginava o rosto da bebê, se ela seria falante como Cecilia ou quieta como Junior, se iria gostar de doces ou iria preferir salgado. Se iria gostar de estudar ou ficaria facilmente entediada ao ler um livro, eram tantas possibilidades que mal poderia lista-las, mas aquela mãe  tinha uma única certeza: Sua filha seria o ser mais incrível que já pisou no mundo.

Seu celular tocou e o nome do seu ex namorado apareceu na tela.

—Oi. —Cecilia falou, enxugando as lagrimas.

—Tudo bem? Está precisando de algo? —Junior perguntou.

Roberto Junior sabia que havia errado em muitas coisas, mas não imaginou que Cecilia terminaria o relacionamento e aquilo o pegou de jeito, ele não conseguia mais pensar em nada que fosse mais importante que Cecilia e Liz.

—Estou bem, você liga todos os dias. —Cecilia sorriu. —A Liz também está bem, como sempre cara.

Junior bufou, e Cecilia imaginou que ele estaria no escritório como sempre.

—Não quero ficar longe de você, não aceito esse termino. Eu estou te achando um pouco mais magra e pálida, sério isso me preocupa. —Ele bufou novamente. —Irei dá seu tempo, sei que precisa e li em um livro que algum hormônio da gravidez faz a mulher enjoar do parceiro.