São Paulo era a cidade mais agitada do país e nunca dormia. Também era um lugar superlotado, com muito trânsito e poluição, o que não era novidade. Entretanto, era um local com milhões de possibilidades para todas as pessoas, com muitos lugares incríveis para conhecer. Por isso, Sol não pensava em morar em outro lugar.
Em um domingo, era comum que Sol encontrasse algo para fazer junto com Cecília e seus irmãos, principalmente após seu pai ser internado e não poder mais sair com as crianças aos domingos como de costume. Naquele dia ensolarado, Cecília, Sol, as duas crianças e Isis foram ao Parque Ibirapuera. Era o lugar perfeito para andar de bicicleta e fazer um piquenique.
O parque paulista era como um Central Park nos Estados Unidos, uma grande área verde e arborizada no meio de uma capital agitada, o ponto ideal para passeios em família, descanso e momentos de paz, com a vista de um lago e algumas fontes. Sol estava aparentemente bem, mesmo que pensativa após muitas reflexões, ela ajudou Cecília e Isis a estender uma toalha na grama e espalhar as comidas sobre ela. Era um belo momento para curtir as boas companhias, Sofia andava de bicicleta por perto e Cristian corria para cima e para baixo com um menino que tinha acabado de conhecer.
Cecília, deitada na grama, exibia sua barriga ao usar uma blusa mais curta e óculos de sol. Ela estava cada dia melhor, aceitando mais a gestação. Quanto às decepções com Júnior, decidiu que não se importaria mais, ou pelo menos estava tentando. Isis tirava fotos do ambiente e dos filhos distraídos, experimentando um novo modelo de vida ao qual precisou se adaptar após tantas mudanças, não que tudo estivesse melhor, mas em sua mente havia menos preocupações.
— Cris, vem comer. — Sol falou, e o garoto pediu para esperar. — Esse pão de queijo está muito bom.
Sol lambeu o polegar, e Isis confirmou.
— Aquela padaria tem muita coisa. Olha essas frutas frescas e os pães são fofinhos... — Isis apontou. — Charles ia amar, mesmo reclamando dos preços.
Cecília sorriu e voltou a sentar, com um pouco de dificuldade por causa da sua barriga avantajada para um corpo pequeno.
— Tia, duas visitas por mês não é pouco? — A ruiva perguntou, mordendo uma maçã. — E é bem longe, uma viagem.
Sol consentiu junto com Isis, era pouco demais, na verdade.
— É, na verdade é um absurdo de pouco, mas são as regras deles para um melhor tratamento. Querendo ou não, todas as despedidas são difíceis e podem piorar a abstinência.
Sol não comentou nada, apenas deitou na grama com a cabeça no colo da mãe, e colocou seus óculos escuros. Isis gesticulou para Cecília, tentando entender por que sua filha estava tão calada, mas a ruiva deu de ombros, sem saber o que responder. Ela realmente não sabia de nada além do que Sol contava, e ela não tinha contado muita coisa.
—É, imagino que vocês estão morrendo de saudade e ele também, mas faz parte do processo. —Cecilia falou. —Eu abri mão do Júnior, ele faça o que quiser e quando quiser, darei conta.
A ruiva deu de ombros e postou um story do piquenique em sua rede social.
—O ser humano é uma caixa de surpresas, eles podem vir a agir de forma que jamais imaginaríamos. —Isis falou e acariciou a cabeça da filha em seu colo. —Filha, tudo bem?
Isis tocou sua testa e Sol sorriu.
—Sim, tudo bem. Estou aproveitando a vibe de interior mesmo morando na capital, ouvindo vocês conversarem. —Sol falou. —E estou com saudade do pai, eu odeio esse sentimento de saudade.
Isis beijou sua testa e não fez comentários adicionais.
Não era mentira, mas tinha mais coisa nisso. Ela finalmente havia recebido uma mensagem de Vicente na noite anterior, quando provavelmente o garoto acordou. Ela sentiu um misto de alivio, mas o ciúme que sentia prevaleceu a ponto de não o responder ainda.
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Quase suficiente, amor.
RomanceDestino, no século 21 mais precisamente no estado de São Paulo, Sol acredita firmemente que o destino pode moldar sua vida, apesar dos desafios que enfrenta. Com um sorriso que ilumina qualquer ambiente e uma paixão pela patinação artística, ela enc...