Isis estava esperando muito por aquele dia onde sua primeira filha completaria dezoito anos, estava finalmente entrando na fase adulta. Ela mal tinha conseguido dormir por tanta ansiedade, as lembranças estavam tomando conta do seu coração e por mais óbvio que fosse para uma mãe elogiar seus filhos, ela sabia que havia criado Sol e seus irmãos da melhor maneira e eles eram maravilhosos. Sol estava completando dezoito anos, Sofia em alguns meses faria quatorze e perto do final do ano Cristian faria nove, ou seja, seus filhos não eram mais bebês.
Sua mente estava em dezoito anos atrás, naquela mulher que precisou se despedir do seu bebê e confiou plenamente que Isis seria a melhor mãe do mundo, a enfermeira sabia que havia se saído muito bem. Falar a sobre adoção poderia ser um assunto bem complexo e em muitas casas poderia ser tratado como um segredo de estado, mas não naquela.
Com base Sol crescia com muita curiosidade, aquela família se juntava quando ela dormia para combinar apenas um tipo de explicação, a verdade. Primeiro foi explicado que ela não havia nascido da barriga da sua mãe como Sofia, e sim do coração. Após ela crescer e ver fotos dos irmãos na barriga da sua mãe, Isis e Charles explicaram sobre o que era adoção e que Deus tinha enviado ela por outra pessoa, um anjo. Por fim, quando Sol já entendia tudo foi contado sua história, ela tinha cerca de doze anos e aqueles pais morriam de medo da sua revolta.
Na noite em que aquela família sentou com a pré-adolescente para contar sua história, Sol com seu jeito calmo não fez nenhuma pergunta, o que assustou seus pais. Então, na mesma noite quando seus pais estavam deitados e preocupados, Sol entrou no quarto, deitou entre eles, tocando no assunto pela primeira e única vez desde então.
— Mãe, pai... ela não vai voltar e me levar, não é? Tenho medo daquela mulher me levar embora, não quero ver ela. Se uma estranha dizendo que é minha mãe chegar perto de mim, é pra sair correndo?
Sol encarou seus pais, esperando uma resposta.
— Ela não vai voltar, acredite em nós. — Charles pegou a mão da filha. — Você é nossa.
— Seu pai está certo, você é nossa filha. Foi como a gente te explicou: quando Deus foi te enviar para nós, a mamãe estava com algum problema na barriga... Então Ele achou uma pessoa boa, você cresceu dentro dela com muito amor, e assim que nasceu, veio para os nossos braços. — Isis explicou, e Charles sorriu.
Sol respirou fundo e assentiu.
— Então ela só me ajudou a crescer na barriga dela, não pode voltar... — Sol afirmou para si mesma.
— Isso. — Isis e Charles falaram em uníssono.
Aqueles pais sorriram aliviados. A falta de curiosidade de Sol os deixava intrigados, mas de fato, ela não estava curiosa... Estava com medo.
Naquela noite seus pais a abraçaram e juraram que nada daquilo ia acontecer, até porque tudo foi feito diante da justiça e aquela pessoa não poderia voltar. Eles sabiam que Sol havia entendido muito melhor do que imaginavam, a menina nunca mais tocou naquele assunto, não teve quaisquer curiosidades ou dúvidas.
A casa dos Moreira estava um centro de organização e correria, o terraço grande da casa comportaria o jantar, os convidados e a mesa com o bolo. Sol sempre foi adepta a simplicidade pelo fato de saber quanto custava as coisas, ela pediu a sua mãe que não fizesse uma festa, mas sim um jantar para a família e seus amigos próximos, porém Isis não deixaria de fazer algo lindo apenas por ser simples.
O terraço estava com uma decoração simples e florida nas cores azul bebê, rosa, branco e alguns toques em dourado. A empresa de decoração arrumou as mesas dos convidados com um arranjo lindo em cima, a mesa de jantar estava arrumada para colocar as comidas e a mesa do bolo e dos doces estava impecável.
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Quase suficiente, amor.
RomanceDestino, no século 21 mais precisamente no estado de São Paulo, Sol acredita firmemente que o destino pode moldar sua vida, apesar dos desafios que enfrenta. Com um sorriso que ilumina qualquer ambiente e uma paixão pela patinação artística, ela enc...