O dia das estaduais chegou mais rápido do que Sol esperava, e ela se perguntava se tinha treinado o suficiente. A competição entre atletas paulistas era muito maior do que apenas entre atletas do seu colégio; dessa vez, Sol estava competindo contra atletas de todos os níveis, incluindo alguns já de academias de patinação.
Ela estava apreensiva, a quadra de uma das academias de patinação estava completamente enfeitada, com muita torcida. Não havia um só lugar na plateia que não estivesse ocupado, o lugar estava lotado de pessoas animadas com pompons, bastões infláveis e tudo o que remetesse a uma torcida. Parte da família dela estava lá, junto a Cecilia e alguns colegas de Sol que não deixariam de torcer por ela. Também estavam Nadja e alguns representantes da escola com enfeites nas cores do colégio.
Na noite anterior, após muito pensar nas palavras do seu pai de semanas atrás, Sol havia tomado a decisão de ligar para Vicente e pedir desculpas, contando o motivo que a fez sumir e arriscando perder sua amizade ao confessar seus sentimentos. Mas o que ela não imaginava aconteceu: Vicente não atendeu suas ligações. Ela se deu conta de que tê-lo longe não diminuía seus sentimentos; pelo contrário, aumentava ainda mais.
Horas atrás, ela insistiu em contactá-lo com uma mensagem de texto que dizia: "Oi, será que podemos conversar? Desculpa se for tarde demais...", porém, a mensagem não foi sequer entregue.
Sentada no camarim com seu nome na porta, ela estava pensativa, aguardando sua vez de se apresentar após ouvir que o evento já tinha iniciado. Não estava tão nervosa; ela já havia passado para as nacionais no ano anterior.
Ela pegou seu celular e encarou a mensagem não lida de Vicente.
—Eu te magoei, me desculpa... —Ela sussurrou. —Fui uma besta...
Sol baixou a cabeça e tocou nos cabelos duros pelo gel. Ela estava imersa em tantos pensamentos que quase ignorou a moça parada na porta chamando seu nome.
—Sol Seifer? —A moça chamou mais uma vez.
Sol levantou a cabeça e deu atenção.
—Sim, pode entrar. —Disse ela.
A moça responsável por alguma parte do evento se aproximou com uma caixinha de flores em mãos.
—Pediram para te entregar. —A moça sorriu, e Sol sorriu de volta.
—Obrigada.
A moça saiu, e Sol pode sorrir verdadeiramente. Naquele dia, ela já havia recebido flores da escola, da sua família e alguns doces de Cecilia. Mas aquele box com girassóis era diferente; ela nunca havia ganhado um daqueles e parecia caro.
—Uau, um box com flores. Me sinto famosa! —Sol comentou, voltando a sentar com as flores no colo. —Girassóis são tão lindos, olha essa cor.
Ela sorriu ao tocar nas pétalas e encontrou algo em meio às flores: um envelope marrom. Surpresa, ela largou as flores e deu toda a sua atenção ao gesto.
Abriu o envelope e reconheceu o logotipo da floricultura renomada de São Paulo, mas não reconheceu a letra.
—Nossa, é uma carta e tanto. —Ela sorriu, ansiosa para ler.
"Sol, sou seu fã há muito tempo e gostaria de soubesse que tem o dom para tal esporte. Não recordo de saber o que acha de ganhar flores, tomara que não seja alérgica. Isso não é um presente para causar mistério, mas posso dizer que te admiro há muito tempo e irei continuar. O Girassol está diretamente ligado ao seu nome, esse foi um dos motivos de enviá-los. O girassol está diretamente relacionado com a energia positiva, com o sorriso, a luz, e a beleza, isso resume você.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quase suficiente, amor.
Roman d'amourDestino, no século 21 mais precisamente no estado de São Paulo, Sol acredita firmemente que o destino pode moldar sua vida, apesar dos desafios que enfrenta. Com um sorriso que ilumina qualquer ambiente e uma paixão pela patinação artística, ela enc...