Relacionamentos românticos estavam longe de ser fáceis, e normalmente o primeiro na vida de alguém poderia ser um pouco mais complicado, especialmente quando envolvia duas pessoas tão jovens. Havia quem dissesse que duas pessoas tão novas não seriam capazes de lidar com questões como sentimentos, responsabilidade afetiva e diferenças, mas, de fato, quando essas pessoas realmente queriam, tudo podia dar certo.
Bruno e Daniela se conheceram ainda crianças e, desde então, tiveram muito tempo para aprender um sobre o outro, conhecendo seus gostos, desgostos, defeitos e qualidades. Esse tempo também permitiu que algo além da amizade surgisse lentamente, quase imperceptivelmente. Com o passar do tempo, o sentimento se tornou tão nítido que só não via quem não queria.
A paixão despertou no coração da menina de quinze anos e no do menino de dezesseis. Após tentarem esconder ao máximo o que sentiam, o sentimento falou mais alto e aqueles dois corações se abriram simultaneamente, sem tempo a perder. Bruno não sabia ser muito romântico, mas Daniela compreendia seus gestos desajeitados e carinhosos. Dani tinha muitos medos, e ele sabia exatamente quando a abraçar e dizer "estou com você". Na mesma semana em que se beijaram pela primeira vez, decidiram juntos, sem necessidade de um pedido formal, que queriam namorar e contariam aos pais.
— Talvez deveríamos ter esperado para falar com eles. — Dani apertou a mão de Bruno. — Começamos a namorar sem nem mesmo pedir a aprovação deles; simplesmente começamos.
Dani sorriu com a situação, que não estava tão longe dos clichês que ela costumava ler, mas se sentia feliz.
— Desculpe por não ter sido tão romântico e não ter armado uma cena como nos filmes. — Ele balbuciou, fazendo um bico.
Ela tocou sua cabeça e negou com um sorriso.
— A gente se beijou na piscina, isso foi bem filme americano. E eu estou namorando com provavelmente o menino mais bonito que já vi, que deve ter mil meninas aos seus pés. Também é clichê. E eu sou pobre e você é rico. — Ela brincou, sorrindo, e ele arregalou os olhos.
runo, boquiaberto, bagunçou os cabelos dela, e ela o estapeou levemente.
— Eu nem sou o mais bonito, mas algumas pessoas me querem. E você não é pobre, e eu também não sou rico, palhaça. — Ele falou, cerrando os dentes, e ela confirmou tudo. — Não se preocupe, a conversa vai dar certo.
Dani coçou a cabeça, encheu as bochechas de ar e soltou.
— E se não der? — Perguntou ela.
— Vai dar. — Ele respondeu.
Dani concordou sem objeções; ela não gostava de enfatizar o porquê de algo poder dar errado, então deixou seus pensamentos guardados. Eles ficaram sentados no lugar de sempre, mas agora dividiam a mesma cadeira, ficando bem colados.
— Humm... — Dani pensou no que dizer enquanto era encarada por Bruno. — Algumas pessoas querem você, legal saber... Isso me deixa muito tranquila.
Bruno sorriu, sem entender o sarcasmo.
— Que bom que você fica tranquila. — Ele sorriu, com inocência.
Dani o olhou com os olhos semicerrados e bufou.
— Foi sarcasmo, eu não fico tranquila, seu abestalhado. — Ela cochichou, ao ver a luz da sua casa acender.
Bruno abraçou seus ombros, Dani era pequena a ponto de quase se esconder em seus braços.
— Quando eu era mais novo e nem sabia o que era gostar de alguém, já gostava de você. Sempre fiquei ansioso para chegar da escola e te chamar para jogar. Quando mudei de horário na escola, foi horrível. Anos atrás, quando seu pai recebeu uma proposta de emprego muito boa do nosso vizinho invejoso, eu fiquei com medo de que vocês fossem embora e implorei para meu pai fazer o Micael ficar. Mas seu pai afirmou que nunca havia cogitado sair. — Bruno respirou fundo e soltou o ar. — Eu não tenho interesse em outras pessoas, só em você.
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Quase suficiente, amor.
RomansaDestino, no século 21 mais precisamente no estado de São Paulo, Sol acredita firmemente que o destino pode moldar sua vida, apesar dos desafios que enfrenta. Com um sorriso que ilumina qualquer ambiente e uma paixão pela patinação artística, ela enc...