Na porta da escola do Bruno se escondendo da chuva, Dani aguardava sua saída pela primeira vez. Ela nunca tinha feito aquilo, mas estava feliz em começar a colocar em pratica algumas coisas que só via em seus livros de romance, mas sem o exagero, claro. O garoto passou a acordar mais cedo para leva-la até a porta do colégio que ficava algumas ruas após a dele e na volta ela esperaria alguns minutos na porta do colégio dele, visto que ele entrava mais tarde e consequentemente saia mais tarde.
As semanas estavam passando, Dani estava se sentindo realizada em muitos aspectos e não via como nada dá errado, seu pai estava bem com seu namoro e sentia reciprocidade em seus sentimentos, seus estudos estavam indo bem na medida do possível e se via colocando em pratica seus sonhos acadêmicos em breve. Com toda certeza, o fato de estar feliz ao lado de alguém, a deixava feliz para fazer muitas outras coisas.
Poucos minutos após chegar, ela observou vários carros parando na porta do colégio, e quando sinal da majestosa escola tocou, muitos alunos saíram rumos aos seus carros sendo guiados por motoristas segurando guarda-chuva, alguns deles até tinham a porta do carro aberta por seus funcionários.
— São da elite mesmo... — Dani cochichou debaixo da coberta ao ver uma menina entregar a bolsa ao motorista.
Ela ajeitou sua própria roupa e olhou para seus cabelos um pouco úmidos no reflexo do celular. Mesmo sem querer, via claramente a diferença entre os mundos que seu pai tanto mencionava. Observou um casal sair de mãos dadas da escola, a menina com marcas na pele segurando a mão de um rapaz igualmente elegante; era impressionante.
Em poucos minutos, viu Bruno sair conversando com um amigo, e uma menina lhe enviou um beijo no ar quando ele se afastou sem retribuir. Dani se via constantemente surpreendida por um novo sentimento: o ciúmes.
— Aí está você. — Bruno correu, limpando alguns pingos da chuva do seu casaco, e sorriu em sua direção. Ela sorriu de volta. — É ótimo que podemos ir e voltar juntos. Nossa, a chuva piorou.
Bruno abraçou Dani com alegria, sendo abraçado de volta, e retirou os pingos de chuva da testa dela com carinho, fazendo-a sorrir.
— Bruninho, meu filho, se ligue. Vai para a pista mais tarde, se a chuva parar? — Um rapaz se aproximou do casal, quebrando o clima romântico. — Opa, desculpe estragar o clima...
Dani encarou o rapaz simpático, que estava acompanhado de uma moça. Bruno tocou na mão do amigo e apresentou Dani.
— Essa é minha namorada, Daniela. — Sorridente, Bruno tocou a cabeça de Dani. — Dani, esses são Pedro e Tália, irmãos gêmeos e meus amigos mais próximos.
— Olá. — Dani sorriu com simpatia e foi cumprimentada de volta.
— É um prazer te conhecer, Dani. Então você é a pessoa que o faz acordar mais cedo... — Pedro, verdadeiramente simpático, sorriu, pegando a mão dela, logo Tália apenas sorriu.
Bruno permaneceu com o braço ao redor dos ombros de Dani enquanto conversava com Pedro, mas ela percebeu alguns olhares de Tália, como se estivesse sendo julgada por suas vestes simples e unhas sem esmalte. Era triste como as diferenças poderiam facilmente se transformar em abismos, mas ela não iria abaixar a cabeça, não tão rapidamente.
— Pedrinho, não sei se vou, mas te falo! — Bruno explicou. — Estou ajudando minha mãe em algumas coisas durante a tarde.
— Beleza, chefia. — Pedro respondeu e correu tentando não se molhar tanto.
Dani acenou quando os rapazes se despediram. Já Tália abriu seu guarda-chuva e saiu andando sem dizer nada, ela percebeu que Tália não havia simpatizado e não entendia o motivo.
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Quase suficiente, amor.
Roman d'amourDestino, no século 21 mais precisamente no estado de São Paulo, Sol acredita firmemente que o destino pode moldar sua vida, apesar dos desafios que enfrenta. Com um sorriso que ilumina qualquer ambiente e uma paixão pela patinação artística, ela enc...