Nenhum sentimento definia mais Sol do que felicidade e realização. Na noite anterior, ela e Vicente andaram até sua casa de mãos dadas, como se já estivessem acostumados. Sol havia perdido as contas de quantas vezes quisera fazer aquilo; finalmente, pôde sentir a mão macia e quente apertando a sua.
Ele a deixou na porta de casa e, por vários motivos, recusou-se a entrar. Estava tarde, e sua família poderia não entender muito bem. Ainda assim, eles ficaram um bom tempo sentados na calçada, conversando e rindo sobre tudo que haviam discutido nos últimos seis meses. Por fim, Vicente pediu um carro por aplicativo e foi para a casa dos seus avós.
Sol estava nas nuvens, ela sorria à toa desde a hora em que acordou, e sua família tinha certeza de que era por sua classificação. Também era, obviamente, mas ela estava lidando com sentimentos que se intensificaram com o primeiro olhar, toque, abraço e beijo. Tudo que achava sentir por Vicente foi confirmado, e, mesmo sabendo que estava entrando na maior aventura de sua vida, tinha certeza de que seria a melhor.
Sentada à mesa junto a sua mãe, tia e irmã, Sol contou tudo o que havia acontecido. Sua mãe, que não sabia da existência de Vicente, estava de olhos arregalados.
— O último romântico, que menino incrível. — Nicole sorriu, batendo palmas. — Eu te falei, ele também gosta de você e detalhe, ele ainda fez uma surpresa.
Com a mão no queixo, Ísis tentava entender tudo.
— Me sinto traída, como assim você não me contou nada? Aplicativo de relacionamento? — A enfermeira fez Sol revirar os olhos. — Sabe o quão perigoso é falar com estranhos na internet? E se ele for um louco? E se sua irmã fizer isso?
Nicole negou, sorrindo e Sofia ria baixinho.
— Não é aplicativo de relacionamento e nem o uso mais. Eu não contei por isso, sabia que a senhora iria se preocupar à toa. A tia sabia desde o começo, e eu me certifiquei de que ele não era um maluco fake. Desde o início, achei as redes sociais da mãe dele, do escritório do pai, do irmão e do amigo. — Sol explicou, mostrando tudo à mãe. — Olha aqui.
Sol, ao lado da mãe, mostrava tudo em seu celular.
— E eu não vou fazer isso. A Sol também não me falou como o conheceu de cara. Eu sei dos perigos, mãe. Existem pessoas legais na internet e não podemos generalizar por causa das ruins que aplicam golpes. — Sofia decretou, e Ísis semicerrrou os olhos.
A enfermeira via tudo que Sol mostrava, obviamente percebendo que ela estava fazendo isso para que, quando Vicente chegasse lá, ele não fosse visto com desconfiança.
— E olha a fábrica da família materna dele aqui em São Paulo. — Sol mostrou o site, e Ísis mudou a expressão, pegando o celular. — São itens de couro, nem são pessoas tão anônimas assim.
Nicole ria da expressão da irmã e sabia que iria conversar com a irmã mais velha logo menos.
— Essa fábrica de itens de couro é bem renomada e popular. — Ísis falou. — Certo, vocês se conheceram de uma forma nada convencional, mas se gosta dele, nossa família irá recebê-lo bem da mesma forma que o Yuri. E, claramente, já sabe que a responsabilidade do seu relacionamento é sua e dele. — Ísis sorriu quando viu Sol comemorar.
Sol respirou fundo, comemorando pacificamente. Luzia ouvia tudo de longe e, mesmo sem entender nada de internet, reconhecia na expressão da neta o quanto ela estava animada.
— Tenho um novo cunhado, ele é tão inteligente e lindo! — Sofia uniu as mãos, e Sol a freou.
Cristian passou pela mesa segurando sua bola de futebol após um jogo na rua e negou.
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Quase suficiente, amor.
DragosteDestino, no século 21 mais precisamente no estado de São Paulo, Sol acredita firmemente que o destino pode moldar sua vida, apesar dos desafios que enfrenta. Com um sorriso que ilumina qualquer ambiente e uma paixão pela patinação artística, ela enc...