TIRE A MÁSCARA QUE É AMOR

Capitulo28

(L). Chegou no alto da montanha 3 mil metros de altura, é a montanha mais alta dessa estação de esqui.
Olha os meus companheiros de subida todos fazem o mesmo ritual pegam a neve levam até a testa, fazem o sinal da cruz e descem a montanha.
Então eu subi em cima da minha prancha, respiro fundo sentindo o frescor no meu nariz, faço o sinal da cruz e dou primeiro empurrão me colocando montanha abaixo.
A primeira sensação é de liberdade eu estava me sentindo um pássaro livre minha equilibrando em cima da minha prancha.
A sensação de liberdade é única; O ar é limpo e gelado, a neve branca faiscante sobre meus pés e eu tinha a sensação de onipotência.
Decidi desafiar a vertigem e utilizar a lei da gravidade então inclino meu corpo o máximo que consigo montanha abaixo, saindo da pista principal e entrando no meio das árvores queria uma adrenalina maior.
Foi um tanto assustador no início pois a pista era bem inclinada preciso fazer curvas para direita e esquerda com precisão se não poderia me machucar.
Tudo ia bem até que escuto um estrondo forte e não tenho tempo nem de pensar foi tudo muito rápido e eu fui engolido por uma onda de neve gigante.
Fui arrastado por muitos metros, batendo de árvore em árvore até ter um impacto grande ,sinto minhas costelas trincarem e sou pressionado pela força da neve que me encobria.
A dor era tão grande que desmaio.
(Félix). Sou acordado pela sirene de alerta de avalanche e todos ficamos presos sem podemos sair do hotel. Saio à procura de Lucas que não está no quarto. Como sei que Lucas é desastrado é capaz dele se perder no meio dessa tempestade de neve, olho por toda parte externa do hotel e não encontro e quando chego a recepção tem um recado para mim era Lucas dizendo que estava indo fazer aulas na montanha.
Era isso que eu temia e agora como saber se ele está bem.
As horas passam e as primeiras notícias são que haviam vários turistas na montanha na hora da avalanche, sem pensar duas vezes procuro a equipe responsável e dou o nome de Lucas como desaparecido porque tenho certeza que ele estava lá ele queria adrenalina e algo me diz que algo de ruim aconteceu com ele.
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(Félix). As equipes de resgate já estavam preparadas e eu não messo esforços para garantir a segurança de Lucas. Eu havia prometido fazer tudo para que ele ficasse bem e eu não consegui cumprir,agora ele está lá fora perdido e me sinto um pouco culpado se eu tivesse acordado ela estaria aqui e não perdido lá fora.
Chego na varanda do hotel e é muito desespero para todo lado, muito grito muito choro, muitas pessoas inconformadas e querendo maiores informações.
Me informo quem era o instrutor que Lucas havia contratado e ao encontra-lo ele me diz que Lucas não obedeceu as suas ordens que ele não estava pronto para se aventurar em algo mais alto e num descuido seu Lucas havia entrado no teleférico.
Lucas estava tentando viver coisas radicais é isso pode ter lhe custado a vida, eu espero que não.
As máquinas escavadoras estavam trabalhando abrindo caminho para que o carrinho de resgate pudesse subir a montanha já que o teleférico está totalmente soterrado.
Eles precisavam ir com calma pois não sabiam aonde poderia ter sobreviventes pelo caminho em baixo de toda aquela neve.
A temperatura caiu bruscamente, comecei a nevar e estávamos em alerta vermelho, que significava que a qualquer momento poderia ocorrer outra avalanche.
Meu coração estava aflito e eu não sabia se ligava para Grazi ou esperava mais notícias.
Por fim optei esperar já que não adiantaria nada deixar ela desesperada no Brasil sem ter a resposta para as suas perguntas.
A polícia local ainda não tem nenhum número exato de quantas vítimas ou quantos desaparecidos estão sobre a neve.
As horas passam e continuamos sem notícias a imprensa já havia chegado para noticiar o desastre, a única coisa que sabíamos era que avalanche ocorreu por volta de meio-dia.
Saiu a lista de hóspedes que faltavam eram 37 pessoas ou seja tem 37 desaparecidos.
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(L). Acordo soterrado pela neve consigo mexer mesmo com dor um dos braços e percebo que estou embaixo de um galho de árvore. Estou sufocado, sinto uma falta de ar enorme, não consigo respirar profundamente só respiração de curtas, as longas me doem as costelas e pulmão.
Então começo a cavar tentando tirar a neve um pouco acima da minha cabeça para que eu possa respirar melhor.
Percebi que a neve acima da minha cabeça é um pouco menor que do resto do corpo.
Não sei quanto tempo levei para conseguir enfim respirar um pouco de ar fresco, consegui colocar somente o rosto para fora da neve não consigo mexer meu corpo,nem meu pescoço, não sinto as minhas pernas, meu único movimento é um braço estou ficando desesperado.
Começo a chorar tenho vontade de gritar,mas toda vez que ameaço aumentar minha voz a neve que está em cima da árvore cai sobre minha cabeça e eu fico mais desesperado ainda, pensando que vou ficar com a cabeça coberta outra vez pela neve.
O silêncio é apavorante e o pior eu nem estou na estrada principal, inventei de me aventurar por entre as árvores só eu mesmo para ter essa ideia.
Mas uma decisão equivocada e por causa dessa decisão eu posso não voltar mais para casa.
Será que já sentiram minha falta? E Félix será que já sabe o que aconteceu?
Será que já tem equipes a nossa procura, será que vão conseguir me encontrar aqui? São muitas dúvidas e o meu medo é gigante.
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(L). As horas passam e começo a sentir tanto frio que meus dedos estão dormentes, mesmo estando de luvas.
Dormia e acordava em intervalos curtos e meus lábios estão cortados, meu queixo treme,sinto gosto de sangue na garganta e meus dentes trincam de frio.
Estou perdendo as forças, sinto que não sairei daqui. Fecho os meus olhos e busco minha conexão com Deus.
"Senhor, as coisas nunca estão no nosso controle está sempre em suas mãos meu Deus, mas tudo aquilo que o senhor me permitiu fazer eu fiz.
Não permita que eu morra aqui, Mas se for chegada minha hora que pelo menos eu não sofra muito e que achem o meu corpo para que meus pais possam se despedir de mim".
Fecho os meus olhos e acho que estou dormindo não sei ao certo e ouço a voz de Carlinhos sexy em meu ouvido:"você não pode se entregar agora, eu ainda tenho muitas fantasias para você...
Já quero você vestido de Elsa do gelo, minha Frozen...
RESISTA CACETA!
Abro os meus olhos à procura de Carlinhos mas estou sozinho perdido nessa imensidão de neve era só uma ilusão.
Fecho novamente os meus olhos pois quero senti-lo bem pertinho de mim já que vou morrer, quero morrer com meu amor.
Lembro de seus lábios nos meus naquele elevador pequeno, nossos corpos quentes,trêmulos, ofegantes.
Ah! Como eu queria seu corpo quente a me aquecer agora, eu estou com tanto frio.
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(L).Mais lembranças vem a minha mente.
Vejo seus olhos raivosos me vendo dançar com Félix e sua dança desengonçada...
Eu já não sinto os meus dedos acho que estou com hipotermia.
EU NÃO QUERO MORRER! EU NÃO POSSO MORRER... NÃO AGORA! NÃO AQUI!
(Félix). Não aguento mais essa falta de notícias eu preciso agir, alugo um helicóptero para poder acompanhar do alto, quando fui avisado pelo instrutor que Lucas foi visto indo para o alto da montanha,eu fiquei revoltado pensando que loucura ele estava fazendo, já que ele não sabia esquiar.Então resolvi ir junto com uma equipe de resgate, sobrevoamos toda a pista e nem sinal de movimentação ou algo que chamasse a nossa atenção.
Até que vi um rastro que saia da estrada principal e ia para o meio das árvores.
Pedi ao piloto que sobrevoasse mais de perto e podemos ver um amontoado de neve em um paredão de árvores que foram arrancadas pela força da avalanche.
Descemos por uma corda o equipamento de sinal vital e comprovamos que havia atividade cardíaca debaixo daquele amontoado de neve.
Demos a volta e pousamos na pista principal.
Caminhamos devagar por entre as árvores pois o solo estava instável e fomos na direção dos sobreviventes. Precisávamos sermos precisos pois já haviam se passado muitas horas.