Capítulo Quatro

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Choi Ae Ra estava sem palavras. Não somente pelo "escritório" que conseguia ser muito pior do que ela imaginava, afinal, uma sala de poucos metros quadrados com apenas três mesas não era nem de longe o que ela esperava.

— O que é isso?— Jin In Ah torceu o nariz. — Que coisa mais horrorosa, ele realmente chama isso aqui de escritório?

— Parece que sim — concordou Lin Do Woo. — Nossa, eu não fazia a menor ideia.

No entanto, para Ae Ra, isso nem era o pior, e sim saber que deveria tentar convencer Nam Tae Hyun a vender o Summer Notes, algo que poderia até acontecer, se ela não fosse a responsável por isso. Não era novidade para Ae Ra que Tae Hyun acreditava que ela era no mínimo egocêntrica, mas não parecia muito importante também, já que também pensava a mesma coisa dele.

— Alguém sabe quando a luz vai voltar?— perguntou Choi Ae Ra.

— Deveríamos ter vindo a noite, assim não iríamos ver direito o quanto esse lugar é uma tragédia — afirmou Jin In Ah. — Pelo menos o presidente Kwon não vai estar aqui.

— Achei que você era positiva  — provocou Ae Ra.

Jin In Ah bufou e se sentou em uma das poucas cadeiras que estavam na sala, pretas e de rodinhas.

— Só quando é possível  — respondeu sem paciência.

Nam Tae Hyun. Era extremamente irritante para Choi Ae Ra como mesmo depois de tantos anos, ele ainda parecia alguém que ela jamais poderia suportar. No entanto, estava disposta a fazer o que fosse necessário para conseguir o que precisava. Até porque, pior do que conviver com Nam Tae Hyun, era aquela nova realidade que Ae Ra já não suportava mais: imprevisível e básica ao extremo.

— Não existem outros restaurantes na cidade? — indagou Ae Ra, sentindo o estomago roncar.

— Você ainda não jantou? Achei que tinha feito isso quando desceu do carro — comentou Jin In Ah, surpresa.

— Não, aconteceu um pequeno imprevisto.— Choi Ae Ra sorriu amarelo.

"Não vou poder ir, aconteceu um pequeno imprevisto"

O momento em que Choi Ae Ra viu Nam Tae Hyun uma outra vez. Aparentemente trouxe mais semelhanças do presente e passado do que ela realmente gostaria, mas era irônico, dessa vez parecia que aquela velha história iria começar no verão ao invés de se encerrar. Independentemente do que fosse dito, quando se reencontram mesmo de maneira negativa, resulta em algum impacto, qualquer frase parecia voltar para o passado.

— Imprevisto? Isso não combina com você.

Certamente, não. Mas absolutamente qualquer fato que um dia envolveu Nam Tae Hyun foi imprevisível, assim como ter que implorar para que ele venda o restaurante após dez anos, esse que Choi Ae Ra nem ao mesmo sabia da existência.

— É, não combina.

Choi Ae Ra forçou um sorriso e colocou a mão na barriga, ela realmente estava com fome, por um instante até mesmo se arrependeu de ter deixado o Summer Notes pouco tempo antes, com a expressão menos amigável possível, enquanto Nam Tae Hyun parecia se divertir com a situação.

— Poderíamos ir até o Summer Notes, ouvi dizer que é o único lugar do bairro que está funcionando e eles estão precisando se livrar da comida — sugeriu Lin Do Woo.

— O que? Não!— contestou Choi Ae Ra.— Não existem outros bairros? Por que estamos presos aqui?

— Me disseram que foi um apagão e que atingiu a maioria dos bairros dessa região.

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