Capítulo Onze

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Os olhos de Choi Ae Ra estavam inchados. Ela havia se trancado no quarto a noite inteira, não queria falar com Jin In Ah e acabou inventando uma desculpa qualquer. Além disso, sempre que tentava fechar os olhos acabava se recordando dos lábios de Nam Tae Hyun, informação essa que odiava saber que no fundo, não poderia odiar.

Choi Ae Ra cobriu o rosto com a coberta rosa felpuda. Se perguntava quais eram as chances de Nam Tae Hyun estar sobre o efeito de algum entorpecente que naquela altura fosse responsável, por fazê-lo esquecer de tudo. Embora não estivesse certa sobre isso, o remédio para dormir que Ae Ra havia tomado não prolongou o efeito pelo tempo que ela gostaria.

O pior de tudo, era saber que algo parecido já havia acontecido antes. Quando eram jovens e inconsequentes, no momento em que tudo parecia estar desabando, um beijo entre Nam Tae Hyun e Choi Ae Ra foi responsável para que se odiassem por tanto tempo, não porque havia sido ruim, mas sim, porque era algo bom mas que não poderia acontecer novamente em circunstância alguma, foi imprudente e precipitado, era isso o que Ae Ra pensava, naquela época, e não iria mudar essa conclusão tão facilmente assim.

Eu estou ferrada — murmurou, ligando o notebook e procurando por algum e-mail importante.

A classificação de um e-mail importante para Choi Ae Ra se resumia em: alguma mensagem do diretor Kwon, cancelando todos os planos em Gonghee e decidindo construir o tênis club na ilha de Jeju. No entanto, a caixa de entrada do Gmail estava repleta de promoções, principalmente de uma loja de cosméticos que havia se inscrito na newsletter já fazia tanto tempo que nem se lembrava.

— Merda — praguejou, fechando o notebook com mais força do que deveria.

Uma onda de culpa iminente invadiu os pensamentos de Choi Ae Ra. Entre atrasos e esperar, se sentir responsável por algo estava incluído na lista de coisas que ela odiava. Principalmente, porque não era a primeira vez em que se sentia responsável por causar algum problema no qual infelizmente, achava não ser capaz de resolver. Na verdade, o mais incômodo era a sensação familiar, algo extremamente similar já havia acontecido no passado. Choi Ae Ra havia sido responsável pelo namoro inesperado de Kang Young Sook e Nam Tae Hyun, mas também se sentia imensamente responsabilizada pelo término dos dois. Afinal, foi ela a pessoa que Nam Tae Hyun encontrou anos atrás, e acabou encontrado uma coisa que havia guardado no verão, e daquela vez, algo acontecerá em que as consequências iriam se arrastadas pelo resto da vida.

Os olhos de Choi Ae Ra se encheram de lágrimas, sentia repulsa e odiava aquele cenário mais do que tudo. Em algum lugar de seus pensamentos atordoados, se sentia a pior pessoa do mundo outra vez, assim como no passado, no instante em que percebeu ter perdido a amizade Kang Young Sook, porque havia feito a melhor amiga perder Nam Tae Hyun.

— Ae Ra, você está acordada?— Jin In Ah perguntou, a voz um pouco abafada do outro lado da porta. — Está se sentindo melhor? Estou preocupada com você.

Choi Ae Ra engoliu em seco e se levantou, olhando a própria aparência no espelho. Parecia mais pálida do que o normal, e o inchaço nos olhos pareciam um pouco menos evidentes mas ainda assim era incômodo, os cabelos estavam levemente bagunçados, não estava em seu melhor estado, mas poderia ser pior.

— Estou, vou abrir a porta — anunciou.

Assim que a porta foi destrancada, Jin In Ah adentrou o quarto com um olhar desconfiado, ela conhecia a amiga e percebeu que havia chorado, porém, sabia que não iria adiantar questionar se Ae Ra não quisesse contar. Logo, preferiu fingir não ter se atentado a esse detalhe, se sentando em silêncio na cama de Choi Ae Ra.

— O que você está sentindo?

— Minha cabeça dói, tomei um remédio para dormir mas não resolveu muita coisa — explicou Ae Ra.

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