12° No precipício

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Eloá,

O perfume do Donga se mistura ao cheiro fraco de maconha, e seu gosto de cerveja me deixa arfando.

Não quero dar o braço a torcer e mostrar que estou perdida de desejo, por isso resisto bravamente a vontade de colocar minhas mãos em sua nuca.

Donga, amassando firmemente uma de minhas coxas, a suspende mais. Depois faz o mesmo com a outra, juntando-as em torno de sua cintura. Encaixo meus pés atrás de suas costas para dar firmeza, e quem sabe, para que ele não tenha como fugir mais de mim. Super contraditória, eu sei.

Não tem mais alternativa... preciso assumir que estou encantada com ele. Ele pode ser o que for, mas é lindo, beija como ninguém, cheira como um anjo...ou talvez como um demônio. Eu não ligo!

Estou perdida nesses efeitos fascinantes que ele tem o dom de causar no meu corpo.

Encaixando seu membro entre minhas pernas, ele faz questão de o pressionar em um ponto específico, me obrigando a morder sua boca, que está me beijando ardentemente.

Só os tecidos da minha calcinha e de sua cueca nos impedem. Deixo de lado minha resistência e envolvo sua nuca com meus braços. Meus dedos sentem seus cabelos molhados. Por que ele tirou o boné? Gosto dele de boné.

Me sinto tão preenchida nesse espaço entre ele e a borda desse ofurô, com essa água borbulhante e quente alcançando meu queixo e me cobrindo inteira.

Donga tem os olhos fechados enquanto me beija. Agora a velocidade de nossas línguas diminuiu. Estamos nos curtindo, curtindo nossas bocas.

Ele junta sua testa a minha e abre apenas um pouco as pálpebras para me olhar, assim como eu o espio pela pequena fresta dos meus olhos meio fechados e meio abertos.

Suas mãos que se encontravam em minhas coxas, se despedem com uma última esfregada para que ele as mude de lugar e segure a minha cintura. Ele consegue quase fechar suas mãos ao redor de mim, e um sorrisinho safado ilumina seu rosto ao detectar isso.

Eu jamais pensei em um bandido dessa forma... isso é muito novo e diferente. Para mim eles eram simplesmente pessoas incapazes se quer de sorrir ou de conversar amigavelmente, mas a vida fez questão de calar minha boca.

Mesmo o Donga possuindo essas características ruins que presenciei, ainda assim consegue sorrir e quase ser normal. Sim, quase, pois me recordo muito bem de minutos atrás, quando eu ainda estava embaixo de seu corpo sendo enforcada.

Porém, cá está um novo lado dele. Esse lado em que ele junta sua testa na minha e despeja selinhos em minha boca, sua mão subindo a camiseta que cobre meu corpo. Raspando, na verdade, porque sua mão enorme é um rodo, sentindo cada milímetro ao subir a blusa.

Ele toma distância para me inspecionar. É, o ordinário fica muito lindo com essa carinha travessa. Também é lindo bravo.

Ah, caramba, ele é lindo de qualquer jeito!

- Virgem...? - Não sei se é uma pergunta. Soa como se ele estivesse em um papo interno consigo mesmo.

- Virgem! - Repito, em uma afirmação, juntando meus lábios numa linha reta.

Resolvo tirar minhas mãos dele, e as mergulho água adentro, movendo-as, criando algumas ondas. Que chato ter de falar da minha virgindade.

O modo como ele me olha faz eu me sentir uma anomalia - um objeto a ser estudado.

- Tava esperando pelo Donguera, será?

Não consigo não rir quando sua sobrancelha sobe com descaramento.

Love no Morro da Liberdade 1Onde histórias criam vida. Descubra agora