Tudo ia muito bem na minha vida, até... o Donga aparecer e mudar tudo! Ele mudou verdadeiramente minha vida de uma maneira intensa. Quando vi, já estava envolvida por sentimentos até então desconhecidos por mim. Perdi a razão, a noção, os sentidos e...
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Eloá,
Tenho certeza que o Donga tem uma boa explicação para não ter aparecido até o momento. No caso, oito da noite.
Ele teve um imprevisto, claro que sim... Não deu para me ligar e avisar, por isso não me deu satisfação.
E se aconteceu algo com ele? E se ele estiver com problemas? Duda teria me avisado? E se ela pensou em me poupar?
Ele esteve on line no WhatsApp à tarde. Foi a última vez. Mas não falou comigo. Eu não resisti e mandei mensagem, na intenção de saber se nosso compromisso estava de pé ainda. Nem visualizou...
Ele não faria isso de propósito, né? - Converso comigo mesma, refletida no espelho do meu banheiro.
Meu cabelo escovado, com o cheiro que ele gosta do meu shampoo de baunilha. Perfumada de Angel. Me enchi de maquiagem. Fiz um esforço sobrenatural para conseguir um gatinho reto rente aos cílios, tendo a ajuda de um blogueira no YouTube e da Duda, posteriormente, numa chamada de vídeo. Ela me ajudou a não ferrar meu olho ao passar uma sombra. É, eu queria impressionar... E cadê ele?
Ele pode ter esquecido. Super normal de acontecer... Ele é cheio de compromissos e problemas. Sua memória, devastada pela maconha, não deve ser das melhores.
Nem isso diminui minha ansiedade. Eu poderia tomar uns vinte calmantes, e, ainda assim, estaria roendo as unhas.
Minha mãe, como em toda sexta, foi se divertir com o Paulo. Tive o cuidado de adular ela a semana toda para poder sair sem empecilhos hoje.
Não que ela fosse me proibir, até gosta que eu veja pessoas e tenha amigos, ao invés de passar meus finais de semanas em meio a comidas e mundos virtuais. Mas eu trabalhei ali. Dediquei o máximo de tempo a ela para que nesse final de semana eu fosse dele - e só dele.
E CADÊ ELE?!
Meu iPhone toca no quarto. Olha ele ai!
Corro mais que foguete da Nasa, e me decepciono. É a Duda, me dando um toque no whatts. Sempre fazemos isso. Um velho hábito para obrigar a outra a ver as mensagens. Afinal, ninguém hoje em dia realmente liga para os outros. Exceto... ele.
Qual comparação seria ideal para explicar o que sinto nesse momento?
Nunca sofri um acidente, mas creio que, no primeiro impacto, a pessoa leva um baque, um choque. Deve ser difícil acreditar. Depois, quando o carro capota, a sensação de náusea, de angústia por aquilo ser real.
