Eloá,
Andamos em absoluto silêncio.
Retiro a cabeça de seu ombro no momento em que ele para o carro de frente a um portão idêntico ao de sua casa.
Essa casa também é dele? Ele disse que tem muitas, provavelmente é.
Entramos em uma garagem e ele desliga o motor.
Essa garagem é fechada, diferente da de sua casa original. Há uma porta lateral, e passamos por ela, chegando a um quintal gramado com um caminho de blocos de pedras que leva até a porta principal de uma discreta mansão, menor do que a primeira que conheci.
Ele só tem casas bonitas assim?
De fora não são tão atrativas, mas por dentro...
Desviando os olhos para o lado, avisto de longe um sofazinho de madeira redondo, feito de palha trançada. Sobre ele, um acolchoado e almofadas dispostas. Também tem plantas e luzes no canteiro do muro e uma piscina não tão grande.
Uau!
- Agora tu bebe, né não? Bora ali ajeitar uma parada pra gente tomar. - Guardando a chave do carro em seu bolso, ele passa por mim, caminhando sobre o gramado ao invés de fazer a pequena volta e ir pela passarela de cerâmica que dá nos fundos da casa. Ando atrás dele.
Noto um volume em sua camisa, na altura do cós da calça. Ele está armado.
A confirmação se dá assim que ele retira a arma e a deixa numa mesa de madeira que tem numa espécie de cozinha aqui, no fundo do quintal.
Ainda não me acostumei com as armas e me causa certa agonia.
A casa é silenciosa. Através das janelas não se vê luz lá dentro, somente as luzes externas estão acesas.
Donga abre uma geladeira branca perto de um fogão de quatro bocas - também branco - e de lá retira o que precisa para preparar nossas bebidas.
Não pergunta o que quero beber, serve dois copos de vidro achatados e largos, aqueles próprios para beber whisky. Adiciona gelo - que ele retira de um saco transparente no congelador -, energético tropical e me entrega um, indo direto até o sofazinho de palha redondo, espaçoso e aconchegante, ao lado da piscina.
Ainda mantendo a economia de palavras, me sento ao seu lado, intrigada com o que tanto ele mexe em seu celular. A resposta se dá em forma de música - precisamente trap -, que preenche o ambiente, saindo por uma caixa de som situada num canto da área.
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Love no Morro da Liberdade 1
RomanceTudo ia muito bem na minha vida, até... o Donga aparecer e mudar tudo! Ele mudou verdadeiramente minha vida de uma maneira intensa. Quando vi, já estava envolvida por sentimentos até então desconhecidos por mim. Perdi a razão, a noção, os sentidos e...