Capítulo 11

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Giovanna Martins

Com Bruno me abraçando pelas costas, vejo que cada peça unida do brinquedo revela a simulação de uma pista de corrida gigantesca, tomando parte do espaço. Quando Cristian posiciona o carrinho na pista e aperta a alavanca, o brinquedo sai voando entre a pista e desaparece no ar.

Ouço a gargalhada animada do garoto enquanto nós rimos de sua reação.

Minutos se passam e na repetição dos movimentos, de novo e de novo meu filho ri e lança o carinho para o ar, olhando atentamente com seus olhinhos, para ver onde vai cair dessa vez. É gostoso vê-lo tão feliz, dando as mesmas gargalhadas que no dia em que Santiago o colocou para dormir.

O sorriso do meu filho é como um combustível para mim, quando mais forte, melhor me faz funcionar.

O brinquedo consegue entreter Cristian, e é nessa hora que Bruno me arrasta lentamente para o corredor, onde podemos ter mais privacidade para conversar.

— Eu sabia que ele ia gostar — ele diz cobrindo meu pescoço de beijos calorosos quando já não estamos à vista do menino.

— Bruno aqui não! Christian pode nos ver — sussurro.

— Ele está distraído — as mãos que afaga meus ombros vão parar nas minhas costas e descem cada vez mais, enquanto seus lábios deixam meu pescoço e vão em direção a minha boca.

— Depois que ele dormir, podemos ter um momento só nosso — ele sugere com seus lábios colados nos meus.

Rio jogando a cabeça para trás sentindo cócegas e não prazer.

— Você não sabe o tanto de regras que quebrei essa noite. Deixei você vir na casa do meu pai sem que ele estivesse presente, e também estou permitindo que estrague meu filho com esse brinquedo caro e difícil de montar.

Ele ri, sem tirar seus lábios dos meus.

— Eu estou pronto para quebrar mais algumas regras, quero saber se você também — puxo suas mãos de volta para a minha cintura antes que elas alcancem meus montes baixos.

— Não sei se devo... Eu...

— Por favor. — Ele deixa meus lábios e me olha franzindo a testa fazendo um biquinho travesso. — Você sabe que estou morrendo de vontade... E esse vestido decotado que você colocou não está ajudando muito.

Rio mais uma vez.

Estou fugindo. Sim. Fu-gin-do de ir para a cama com Bruno. Não que ele não me desperte interesse ou desejos mais quentes, acontece que depois de tudo o que aconteceu com Santiago não sei se devo confiar meu corpo novamente a um homem sem antes ter a certeza.

Diferente de Bruno, Santiago nunca me pediu sexo, ele sempre foi respeitoso e esperou meu tempo, na verdade, por pensar que ele era o homem ideal acabei me entregando sem medo. Mas agora, eu tenho medo, medo de magoar novamente, e medo de Bruno me usar e se livrar de mim como se eu fosse descartável, ou me deixar com mais uma marca profunda no peito.

— Giovanna, não faz assim comigo, eu não sou como o cara que te magoou — ele diz mudando o tom para um timbre mais dramático.

— Eu sei, mas acontece que nem mesmo temos um relacionamento definido, você nem mesmo me pediu em namoro. — Jogo na mesa minhas razões.

— Tudo bem, então... Quer namorar comigo? — Ele torna a avançar em meu pescoço com beijos enquanto sua barba recém feita arranha minha pele.

— Aceito! — ele geme com a resposta. — Mas, vamos ter que conversar com meu pai. — Bruno deixa meu pescoço novamente.

— A menos que ele tenha uma arma, é claro que converso com ele.

— Você não entende. Meu pai quer alguém venha pedir a minha mão, e não que venha dizer: — enrolo a língua e imito sua voz —, querido sogro, quero namorar a sua filha, pois vamos fazer sexo a noite toda.

Bruno dá uma gargalhada, segura meu rosto com carinho, e me olha nos olhos.

— Eu te adoro garota!

Sorrio e colo meus lábios nos seus, quando começamos a fazer movimentos recíprocos, a campainha toca nos tirando do frenesi de amor, paixão ou safadeza que existe ali. 

Depois que tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora