Capítulo 27

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Giovanna Martins

Passar o dia na praia é cansativo, mas também é muito gratificante ver Bruno passar a maior parte do tempo dando atenção a Christian. Eles fazem um castelinho de areia que é levado pelas ondas, tomam sorvete juntos, se banham e brincam com a bola colorida que Bruno compra para ele.

No final da tarde, estamos todos cansados, mas eu preciso buscar em meu reservatório de energia o ânimo para ir até a casa do meu pai dar a ele a notícia do casamento.

Bruno e eu também mostramos a cobertura para Christian, explicamos que essa será a nossa nova casa e ele fica animado com a área de lazer e toda a linda vista privilegiada do mar.

Tudo, absolutamente tudo está perfeito, até eu perceber que Bruno está um pouco apreensivo quando eu digo que a hora de ir para casa está chegando. Chego a questionar se ele está ou não pronto para dar ao meu pai a notícia, mas ele garante que está mais do que preparado.

Com Christian dormindo no colo de Bruno, passamos pelas portas da minha casa, pelas malas na entrada, imagino que meu pai já chegou de viagem, mas tudo permanece em completo silêncio.

— Eu vou colocar ele na cama — Bruno diz subindo os degraus, e eu me sento nas poltronas da sala de visita, deixando o cansaço do dia me vencer. Quando meus olhos vão ficando pesados, e eu sinto meu corpo ficar leve, ouço a voz do meu pai vindo do alto da escada, logo depois risos, e em minutos meu pai aparece.

Percebo que seu semblante está cheio de uma alegria que há muito tempo ele não demonstrava. Pelo visto a viagem o fez bem.

— Bruno me contou que vocês vieram da praia — eu confirmo com o polegar. — Ele também disse que tem algo importante para me dizer.

Me levanto da poltrona e me recomponho.

— É... é muito importante, e antes que o senhor saiba o que é e se oponha, quero que tenha plena consciência de que eu quero muito isso.

Ele se aproxima, pega minhas mãos e me abraça. Sinto certa emoção em suas atitudes, mas me forço a ficar calada.

— Hum-Hum — Bruno limpa a garganta atrás de nós, nos obrigando a desfazer o abraço e olhar em sua direção. Une as mãos na frente do cós da calça e começa seu discurso — Senhor, César, eu queria fazer esse anúncio em um jantar formal, mas como sua filha tem pressa...

— Seja lá o que for, quero que me digam logo, não gosto de suspense — meu pai corta Bruno com seu tom ríspido.

— Conversei com sua filha, e... eu pedi a mão dela em casamento — as sobrancelhas grossas e brancas do meu pai estão tão altas que penso que isso é um indício de infarto.

— Pai? — o sacolejo. — Está tudo bem?

— Nossa! — Um sorriso incrédulo toma os lábios do meu pai. — Ca-sa-men-to? Eu ouvi isso certo?

— Isso mesmo, pai — deixo suas mãos e me ponho ao lado de Bruno, entrelaçando nossos dedos. Diferente de mim, que estou nervosa, ele parece tranquilo e à vontade. — Bruno e eu vamos nos casar.

— Você me surpreendeu, rapaz! Prezo homens que sabem fazer as coisas corretamente — essa frase me lembra quando meu pai descobriu sobre meu envolvimento com Santiago e pensou que ele estava se aproveitando de mim. — Estou feliz por você, Giovanna — meu pai fala e abre os braços para me receber novamente.

Logo depois, aperta forte as mãos de Bruno, o ameaça nos tirando risos do rosto.

— Agora eu vou descansar — Bruno aperta a minha mão me forçando a ficar, e eu percebo que ambos ficaram sérios.

Depois que tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora