Cap 9.

24.1K 1.2K 76
                                    

Martins💎

Plantão tava um saco depois que o Ret conseguiu a localização do Mt, serião.

Bagulho é que agora ele tenta pegar informação até o talo, mas não consegue nada e fica puto.

Desceu três tiros na testa de um cara ontem, que estressou ele por não ter conseguido pegar a porra de um comprovante.

Sem contar que enche o cu de cocaína agora, acha que é água.

Nem eu tô aguentando.

Julya tinha dado um sumiço das ruas do morro, depois do que aconteceu com o Mt.

E a Maysa? Nem se fala. Vemos uma vez ou outra nos bailes, mas nem fala com nois.

Depois do tiro que o Ret deu no Mt, gerou a maior briga. Vidigal e Alemão, as meninas com nois, até vapor ficou puto.

Mas alguém peitou? Que nada. Só sabem falar e ficar putinho, peitar que é bom ninguém tem coragem.

Só ficam falando pelas costas, quando tão perto só faltam se curvar.

Mas nem vou avisar isso pro Ret ainda, se não vai fuder o rolê todo.

Saí da boca e fui pra salinha, bater um papo com o Mt.

Era pro Ret ter ido, mas acabou ficando pela boca mesmo, amém por isso.

Entrei na salinha e ele tava com o rosto inchado, amarrado numa cadeira e zonzo.

Martins: Porra mano, é foda o que tão fazendo contigo. - Falei desamarrando ele da cadeira, que logo deitou no chão.

Mt: Vai tomar no cu, não fiz porra nenhuma e tô tendo que passar por isso. - Falou puto.

Martins: Tô tentando convencer mano, mas Ret tá impossível esses dias. - Entreguei uma sacola pra ele, com comida e água.

Mt: Até quando vou ficar nesse caralho? Tenho que ver minha mulher e minha filha. - Encarei.

Martins: Sua mulher?

Mt: a Julya mano.

Martins: Não era sua ex?

Mt: Sim, mas ainda temos ideia. - Fechei a cara. - Por que, mano?

Martins: Peguei ela. - Falei e ele engasgou. - Sabia que cês tinha caso ainda não mano, foi mal.

Mt: Vacilo pô, mas posso fazer nada. Não tenho nada sério. - Cortou.

Comecei a marolar sobre uns assuntos, mas ele não falava nada sobre o outro morro.

Sinto que ele sabe das coisas mas não fez nada, e sabe que se abrir a boca pro povo daqui, vai tomar bala por lá.

O problema é que se ele não abrir boca aqui, quem vai dar bala é o Ret.

E dessa vez, não vai ser na barriga não.

Mt: Conversa com a porra do seu chefinho inútil e vê se ele me tira logo daqui, sério.

Martins: Tu também precisa ajudar né, mano? Fala pra nois, garanto que não vão vir atrás de você.

Mt: Se tem uma coisa que eu não sou, é x9. Não vou abrir minha boca. - Assenti e saí da sala.

Quer ajuda mas não se ajuda, porra, ai me fode né.

Fiquei pensando no que fazer e subi pra boca, de cara encontrei o Ret e vários vapores subindo pra sala, vi três desconhecidos e estranhei.

Me juntei aos vapores e chegamos na sala, eles jogaram os caras no chão e trancaram a porta.

Martins: O que tá rolando?

Ret: Três tentando subir. - Encarei. - Se a porra do teu amigo não abrir o bico logo, eu vou descer três balas nele.

Martins: Já tentei conversar, mas ele não fala.

Ret estourou a cabeça de dois dos homens, deixando só um vivo.

Ele tava assustado, com sangue na cara e tremendo pra cacete.

Ret: Acompanhem ele até o morro dele, levem os dois corpos de brinde e entreguem para os vapores de lá.

Os vapores assentiram e o Ret pegou uma faca, escrevendo "FR" no pulso dos mortos e na testa do vivo.

Saíram da sala e eu só olhei o sangue no chão. Ele já tava saindo dos limites, podia fazer nada que ele tava querendo matar.

Tá comprando briga.

Além do Morro | Filipe Ret.Onde histórias criam vida. Descubra agora