Cap 36.

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Retchê 🇧🇷

Ret: E você sabe pra onde ela foi? - Negou.

Vapor subiu aqui falando que a Maysa saiu do morro com a Cecília, sem meu consentimento.

Por mais que pareça tóxico, mas é obrigatório os moradores falarem o motivo de estarem saindo do morro.

Seja isso urgente ou não.

Ret: Valeu por avisar, vou cuidar disso.

Peguei meu celular e mandei logo mensagem.

Chat On:

Ret: Saiu do morro em torno das 15:37 pra fazer o que? (17:44)

Maysa: Que porra é essa? (17:49)

Ret: ? (17:50)

Maysa: Que caô é esse? Tô devendo muita satisfação e não tô sabendo? (17:51)

Ret: Quando chegar, sobe aqui que a gente vai conversar.

Maysa: Vsf.

Chat Off.

Ri pra mim mesmo só pela ousadia. Fiquei sorrindo sozinho.

Quando tomar bala não vai ter que reclamar de nada.

Acendi um cigarro de maconha e saí andando. Esqueci o radinho e quando voltei, ele tava apitando.

"Ret, avistaram o povo do Alemão saindo com vários carros blindados, vindo pra cá!"

"Posições! Não quero brincadeirinha e nem piedade, desçam bala em todos esses Alemães fudidos, todos!"

Peguei o fuzil e o colete, saí correndo rapidão e mandei um áudio no grupo do morro.

"Não saiam de casa, não coloquem a cabeça na janela, não cheguem a menos que dois metros das entradas da sua residência. Invasão detectada."

Saí correndo e subi nas lajes, conferi e tava todo mundo trancado.

De longe ouvi os tiros chegando, reforcei a segurança na salinha e nas entradas.

Fiquei no altão e vi eles entrando, atirando pra todo lado.

A trocação de tiros começou e eu só via gente morrendo, sem conseguir identificar.

Vi o Martins atirar de raspão na cabeça do Vt, que se assustou e atirou de volta.

Não sei como nenhum dos dois morreu.

Almeida: Ret, o Matheus tá subindo!

Olhei pra trás e ele tava lá, sorrindo com a arma apontada pra mim.

Mt: Ret, Ret. Quanto tempo.

Ret: Matheus, que saudades. - Falei debochando e tentei levantar a arma, mas ele puxou o gatilho pra cima.

Mt: Abaixa a arma, vamo conversar na paz. Não sei se tu sabe, mas tua namoradinha tá fora do morro, junto com a fiel do Vt, não é? - Arregalei os olhos.

Ret: Eu quero as duas aqui. Tua filha e tua mulher tão na minha salinha, ambas com armas apontadas na cabeça delas. Se acontecer qualquer coisa com uma delas, não vou exitar em mandar atirarem nas duas. - Ele encarou.

Mt: Eu te garanto que a Maysa sai viva, mas a Cecília eu já não garanto. Vt tá doido atrás dela, e metade da culpa é sua.

Ret: Tenho culpa se ela me prefere?

Mt: Sem papo, cadê elas?

Ret: Eu só vou entregar quando as duas estiverem aqui.

Mt: Tentei fazer ser fácil Ret, mas você não facilita. - Falou recarregando a arma.

Pulei da laje mermo e caí no chão, machuquei a perna mas continuei correndo.

Mt tava atrás atirando igual louco, no centro eu só via corpo.

De longe vi a Maysa correndo na minha direção, comecei a gritar mas ela não ouvia.

Corri até ela e peguei ela no colo, levando ela pra um lugar mais afastado, até sentir a perna arder. Tomei a porra de um tiro.

Maysa: Ret, Ret!

Ret: Cai fora, Maysa! - Gritei mandando ela sair.

Vt apareceu atrás de mim junto com o Matheus, que encarava junto.

Maysa correu pra caralho e eu vi o povo do Alemão recuar, menos eles.

Vt: Abre o bico, Ret! Cadê a Cecília!? - Gritou.

Ret: Não sei caralho!

Mt: Baixa a arma Vitor, mantém a conversa.

De cara vi o Almeida e o Martins atrás, apontando a arma na cabeça deles.

Almeida: Opa galera, vamo jogando a arma no chão. - Falou e o Vt sentiu a arma na cabeça, jogando ela no chão.

Martins fez o mesmo e eles levantaram as mãos.

Levantei junto e ri.

Ret: Escuta uma coisa Vt, tu sempre estará aos meus pés. - Ele riu.

Vt: Nem que eu morra agora, o que é teu, te espera!

Puxei o gatilho e eu pude ter a sensação gostosa de finalmente ver ele morto na minha frente.

Ret: Tua família tá bem, pode ficar de boa. - Avisei ao Mt, que sorriu.

Martins: Cuida dessa tua perna, vou levar ele pra salinha. - Assenti.

Fui mancando mermo pro postinho, dá nada.

Além do Morro | Filipe Ret.Onde histórias criam vida. Descubra agora