Cap 66.

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Ret🇧🇷

Vou explicar um bagulho aqui. Não tô levando Cecília pra morar comigo porque quero fuder não, mas sim porque elas não se sentem confortável no mesmo lugar.

Não vou deixar ficarem se estranhando aqui, causar algazarra no meu morro.

Fora que eu chamei ela pra vir morar aqui no morro, ela tinha a vida dela mas veio pra cá, não vou tacar o foda-se pra isso.

Meu alvo é a Maysa, não vou desistir enquanto não poder acordar com ela do meu lado de novo.

Custe o que custar, é minha prioridade e tá no meu nome.

Cecília tinha colocado as coisas em outro quarto, não vamos dormir juntos.

Ret: Precisar de algo tu avisa a mulher, ela sabe das coisas daqui. - Assentiu.

Cecília: Valeu por isso, sério. - Ri falso.

Ia saindo quando vi o Almeida na porta de casa, estranhei mas continuei andando.

Almeida: Vamo bater um papo aqui, tô puto já.

Ret: Sobe pra sala que jajá eu vou, ainda tenho que resolver uns bagulho.

Almeida: Que bagulho o que, pô? Coloca um fim nisso. Tanto eu quanto você estamos cansados dessa imaturidade toda.

Ret: Tá certo então.

Ele subiu na moto dele e acelerou pra sala, subi junto e chegamos no mesmo horário.

Martins tava na porta e quando viu nós dois entrando juntos, só arregalou os olhos.

Tranquei a porta e me sentei na cadeira, bolando um beck e esperando ele começar a falar.

Almeida: Teus vacilos com a Maysa é uma coisa á parte, meu papo é minha relação contigo.

Ret: Tô ouvindo.

Almeida: Tamo junto desde pequeno pô, nunca tivemos brigas nenhuma, muito menos por causa de mulher. Querendo ou não, essa intriga besta tá afetando no meu trabalho e na nossa amizade, se é isso que tu ainda considera.

Ret: Tô de caô com ninguém não, eu falei na última reunião sobre horário e tu tava aqui pra ouvir.

Almeida: Não tô falando só de hoje, Ret. Desde que tu me colocou como sub, as coisas vem mudando muito. Quando tu se envolveu com a Maysa, começou a ficar meio doido da cabeça, tanto comigo, quanto com o Martins. Não tô colocando a culpa na relação de vocês, mas sim em você.

Ret: Não tô sacando o que tu tá dizendo, mudei por causa da Maysa? Que papo torto é esse?

Almeida: Você sabe que mudou. Sempre fomos próximos da Maysa, de sair, dormir junto, tudo. Ai você chegou e começou a sentir um ciúme possessivo dela, descontando suas coisas na gente, isso afetou demais cada coisa daqui. Tu é a cabeça do morro, nós somos apenas os braços, fazemos o que você manda. Então para de ser crianção do caralho e aprende que isso aqui não é um programa de brigas de casal, mas sim um morro e a vida de centenas de pessoas no risco.

Ret: Tô ligado pô, mas vamo entender meu lado também. Posso ter mudado sim por causa da Maysa, mas vocês também não ajudam. Toda hora uma brincadeira diferente, umas coisas fora de hora, isso me estressa e eu acabo juntando as coisas de fora com as daqui de dentro. Se quiserem que eu mude, eu tento, mas não é só eu que tô cagando isso.

Almeida: Tô mandando você fazer nada, tô te aconselhando como irmão. Acho que você é imaturo demais pra ver isso.

Ret: E eu tô discordando, mano? Tô aqui batendo um papo maneirinho contigo, me abrindo do mesmo jeito que tu tá.

Almeida: Então pronto, não quero caô nenhum contigo, teus problemas não me envolvem e fim de papo. - Assenti. - Tu é muito cuzão, otário. - Rimos. - Não vou esquecer que tu pegou minha mulher não, viu?

Além do Morro | Filipe Ret.Onde histórias criam vida. Descubra agora