Capítulo 39

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No dia seguinte, Gustavo acordou cedo, tomou seu café da manhã sem ver Maurício, estava preucupado com a saúde de Marina. Queria saber da verdade. Saber se sua mãe estava doente ou não:

- Eu não posso perder a minha mãe. Ela é a única pessoa que se importa comigo. Já perdi o meu pai, não posso perder ela.

Ele dizia a si mesmo.

- Bom dia Gustavo!

Maurício cumprientou secamente.

- Bom dia, pai!

O rapaz respondeu educadamente.

- Já está pronto para fazer essa bobagem de viagem?

Perguntou Maurício.

- Não é uma bobagem e respondendo sua pergunta: sim. Estou pronto.

Respondeu o rapaz.

- Assuma meu filho... O verdadeiro motivo da sua viagem é outro, não é?

Perguntou Maurício.

- De você está falando da Roberta, sim, eu quero aproveitar a viagem para visitar ela.

Respondeu Gustavo.

- Filho, na boa, desencana, vai? Esse negócio de namoro a distância não dá certo. Um exemplo somos eu e sua mãe:

No início do namoro era tudo mil maravilhas, era jura de amor para lá e para cá, planos de nos casarmos e tal...

Comecei na faculdade e quando tive chance de ver a mimha carreira deslanchar não perdi tempo, joguei a real e fui viver o meu sonho. Depois o próprio destino se encarregou de dar para ela um " saco de pancadas" ... Quer dizer, um companheiro para que ela pudesse viver a vida dela. Agora olha para nós dois: dois médicos, seu futuro já está encaminhado meu filho. Chega nessa moça, diz que agora você tem que correr atrás do seu sonho e deixa ela seguir a vida dela. Se vocês dois tiverem mesmo que ficar juntos o tempo mostrará isso.

Disse Maurício.

- Mas, acontece que eu não quero fazer a Roberta sofrer.

Explicou Gustavo.

- Ah Gustavo, eu desisto de te explicar as coisas.

Maurício revirou os olhos e o rapaz não disse nada. Quando Maurício saiu de perto do filho o menino pensou:

- Ele tem um ódio mortal pela minha mãe, está na cara. Tenho que me afastar por um tempo dele.

Concluiu Gustavo e logo estava indo até a rodoviária pegar um ônibus para visitar sua mãe.

- Marina eetava no hospital, pensava em tudo o que passara ao lado do filho, desde seu nascimento, o abandono que ela sofrera ainda grávida e tudo o que aconteceu depois disso: o quanto ela ficava aborrecida ao ver que todos ao seu redor tinham uma família, e ela vivia abandonada, sozinha com seu filho:

- Ah Gustavo... Onde será que eu errei com você? Sempre te dei tanto amor e carinho e agora, quando preciso de você aqui, não tenho aeu carinho, seu amor e seu afeto.

Ela se lamentava. Gisele a tirou de seus devaneios:

- Tia, como você se sente?

- Me sinto melhor, Gi.

Marina respondeu.

- E por que a senhora está tão tristonha?

Perguntou Gisele.

- Saudade... Saudade do meu filho, da minha mãe, da sua mãe também, do Sérgio... Da minha vida antes de virar essa bagunça completa.

Disse a mãe de Gustavo.

- Eu sinto muito tia, muito, muito mesmo. Deve estar sendo muito difícil para você.

Lamentou Gisele.

- Mas e você? Já descidiu quando vai ir procurar o seu irmão para conhecê-lo?

Perguntou Marina.

- Em breve, tia. Eu estou muito ansiosa para isso acontecer, mas, tem todo um longo caminho a ser percorrido até isso acontecer: eu vou procurar ele com calma, tentar abordá-lo de uma forma branda e só depois tentar uma convivência, mas agora eu vou enfrentar um monstro interno: vou visitar a minha mãe. Mesmo que a possiblidade de ver ela atrás daquelas grades me assombre ela é minha mãe e precisa de meu amor e meu carinho.

- É lindo de se ver como você como você ama a sua mãe, como você a respeita, mesmo depois de tudo o que aconteceu com relação a você nunca ter conhecido o seu pai.

Reparou Marina.

- Conhcer eu conheci tia, mas, nunca tive tempo e nem chance de trocar uma única palavra com ele, e sempre que perguntava para a vovó se ele era pai do Diego ela dizia que ele era só o namorado da minha mãe.

- Entendi!

Respondeu Marina.

- Teve um dia que ele e a minha mãe foram lá na casa da vovó, eu vi ele de longe, lembro queca vovó me mandou ficar dentro de casa e eu não entendi o porquê, daí fiquei olhando pela janela, me lembro que ele olhou na minha direção e eu dei " tchau" para ele e ele olhou assustado e com dúvida, escultei ele perguntado quem eu era e escultei a vovó dizendo que tinha me adotado, porque eu tijha sido abandonada perto da casa dela, quando escultei isso fiquei chorando sem parar, pensando se o que ela tinha dito era verdade ou não. Quando ela voltou para dentro de casa, eu me tranquei no quarto. Foi meio confusa a explicação que ela me deu:

Disse que mentiu por uma boa causa e que um dia eu iria entender o motivo. Daí no dia em que você chegou lá em caaa com o Gustavo eu entendi:

Ela me rejeitou. Ela prefiriu ficar ao lado dele do que ao meu e no fim das contas, acabou quebrando a cara e sendo traída por ele.

Disse Gisele.

- Mas, Gi, de qualquer forma...

Marina começou a falar, mas, a sobrinha a interrompeu:

- A verdade seja dita, tia:

Ele pode ser o meu pai, mas, sempre foi e sempre será um completo estranho para mim. Nem consigo ficar triste. Para mim, o meu pai é um homem imaginário que a minha mãe e a minha avó cultivaram na minha cabeça a vida toda: Que amava a minha mãe, que respeitava ela, que estava ansioso pela minha chegada e que morreu em um acidente antes de eu nascer...

Esse é o meu pai, mesmo que ele não seja real, era nele que eu pensava quando tinha comemoração do dia dos pais na escola e eu não tinha ninguém para levar... Pensava nas coisas boas que minha mãe dizia sobre ele: que ele era amoroso, carinhoso, divertido e que...

Gisele parou de falar e começou a chorar:

- Que tinha sido ele que tinha escolhido o meu nome... Até isso ela foi capaz de inventar.

- Ela fez isso por um bom motivo, vai por mim, foi bem melhor você ter sido criada pela sua avó. Aquele homem não merecia ter título de pai. Nunca vi ter "dedo pobre" para escolher marido igual eu e sua mãe. Deus me livre.

Nessa parte da conversa Gisele riu e ficou ali ao lado de sua tia durante algum tempo.

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