Um erro extremamente valoroso

Capítulo 46

Maurício chegou na porta do quarto de Marina:

- Agora chegou a hora de você fazer a sua escolha.

Ele disse olhando para Marina e ela abriu os olhos lentamente:

- Quem é?

Ela perguntou.

- Não me reconhece mais?

Perguntou Maurício com um sorisso e Marina se assustou:

- O... O que você está fazendo aqui?

- Vim me despedir de você. Te dar o meu último adeus.

Disse o homem rindo e Marina reparou na seringa que ele segurava:

- O que é isso? O que você está fazendo?

- Quer saber o que é isso aqui, meu amor? O veneno que mandou seu maridinho para o inferno.

Marina começou a chorar e tremer:

- Quê?! Você... Você não pode ter feito uma coisa dessas... Não é possível!

Ela dizia sem querer acreditar no que ouvia do homem.

- E sabe porquê eu fiz isso? Por causa de você. Para que quando ele morresse você só tivesse a mim e assim você mesma reataria nosso relacionamento, mas, isso não adiantou de nada e daí usei a minha última carta na manga: o moleque... O meu filho que você e Sérgio fizeram questão de transformar em um sem noção, um mané, um palerma...

Ele disse e Marina não soube de onde tirou forças para se levantar, ficar sentada e acertar Maurício com um forte tapa no rosto:

- Você lave a sua boca com sabão antes de falar do meu filho. Eu te odeio. Eu te odeio com todas as minhas forças!

- Pode odiar. Não estou nem aí para você. Vou te tirar do meu caminho assim como fiz com seu marido e assim como a morte dele, a sua também ficará impune, afinal de contas, vocês dois são um " Zé ninguém" já eu tenho um nome, sou o médico Maurício Ferraz, sou renomado, tenho o que eu quiser, na hora que eu quiser e com quem eu quiser.

Claro que eu quis passar isso para Gustavo, mas, como sempre desde o momento em que te conheci, você só fez atrapalhar a minha vida.

Disse Maurício com desprezo.

- Se você não gostava de mim por que se envolveu comigo?

Perguntou Marina confusa.

- Você quer mesmo saber?

Perguntou Maurício.

- Se eu perguntei é porquê quero.

Respondeu a mulher.

- Como você muito bem sabe, eu e Gilberto sempre fomos muitos amigos e aconteceu uma coisa que nem eu nem ele imaginávamos que fosse acontecer:

Nós nos apaixonamos pela Elizabeth ao mesmo tempo e para que nossa amizade não acabasse por causa dela, nós fizemos uma aposta...

- Cala a boca, Maurício.

Marina pediu chorando.

- Continuando... Nessa aposta quem ganhasse poderia tentar conquistar a Elizabeth, aquela moça linda, meiga e amorosa, inocente... Já o perdedor ia ter que tentar conquistar você.

Maurício explicou.

- Nenhum de vocês presta. Que raiva! Que ódio! Usaram eu e Elizabeth como se fossemos dois objetos descartáveis.

Disse Marina com o rosto coberto de rubor.

- Dorga, eu perdi feio, chorei durante dias semanas inteiras só imaginando o que me esperava quando fosse pagar essa maldita aposta, mas, você, burra como sempre, pensou que eu realmente te amava e tratou logo de engravidar para tentar me segurar, mas, você falhou miseravelmente nessa missão.