Capítulo 01

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Capítulo O1

CAIO SHERMAN

E ai, beleza? Sou Caio, tenho 18 anos e minha vida é um inferno.

Somente com essas poucas palavras você já pode imaginar como minha vida é fácil, não é?

Sou filho único até certo ponto, pois dois anos antes do meu nascimento meu irmão mais velho morreu com sopro no coração. E é claro que até hoje, anos depois, minha mãe chora como louca sentindo falta dele.

Eu nem cheguei a conhecê-lo, só o vi por fotos mesmo, mas com certeza queria que nada tivesse acontecido. Pelo menos assim meu pai teria quem encher o saco e me deixaria em paz. Já perdi a conta de quantas vezes discutimos sempre pelo mesmo assunto.

Se eu namoro? Claro que não. Já tenho muita dor de cabeça e para quê mais uma? Mulher pra mim é só uma boa noite de sexo e acabou. E sim, tem sempre aquelas que grudam em você pior do que chiclete, mas não ficam por muito tempo.

Moro na grande e congestionada São Paulo, mas sempre viajo para qualquer canto, somente para não aturar o mau humor do meu pai.

Estamos em uma bela segunda-feira e lá estou eu saindo do restaurante onde almocei com Guilherme e Tomás, meus dois amigos mais próximos. O assunto? Mulheres.

- Não acredito! Você pegou ela? — Tomás levou a mão á boca.

- Claro que peguei. Aquela ali só tem cara de difícil, porque uma cantada barata compra ela. — pisquei destravando meu carro e entrando em seguida.

- Mais você comeu, cara? — Guilherme perguntou.

- Óbvio né, Guilherme!? E de todas as posições que possam imaginar.

Liguei o carro e segui para o prédio onde Guilherme mora.

- Mas que vadia! — Tomás fingiu estar pasmo e nós rimos.

- E então, o que tem de bom lá na tua casa pra gente camarada? — perguntei, olhando rapidamente para Guilherme ao meu lado.

- Comida. É a única coisa por qual vocês vão lá em casa, comer.

- Você queria que fossemos fazer o que lá? Cantar seu irmão pirralho? — Tomás perguntou cheio de sarcasmo.

- Mesmo se eu tivesse uma irmã, jamais encostariam um dedo nela. Apesar que a Clarissa é como uma irmã.

- Clarissa? Quem é essa? — o loiro perguntou curioso.

- Filha da Kendra.

- Espera ai, ela tem uma filha? Quantos anos? É gostosa?

- Cala a boca, Tomás! — ele o olhou todo sério. — Ela é como uma irmã mais nova pra mim, então não venha com gracinhas.

- Uh, ta bom. Mas o que custa responder minhas perguntas?

O olhei pelo retrovisor e ele fazia um bico horrível.

- Ela tem dezessete anos e sim é muito linda, mas não é pro bico de vocês.

- Mas eu não disse nada. — eu disse com os olhos fixos na avenida.

- Acho bom, muito bom.

Não demorou muito para que chegássemos em frente ao prédio. Estacionei ali em frente e nós entramos indo pelo elevador social, Guilherme apertou o botão do quarto andar.

Entramos e o apartamento estava silencioso, só um pequeno barulho da área de serviço e Boris, um cachorro da raça shih tzu, que veio até nós todo contente balançando o rabinho.

- E ai garotão. — eu disse alisando seus pelos.

- Kendrinha, amor!—  Guilherme á chamou

A mesma apareceu toda sorridente.

Kendra foi babá do Guilherme e do seu irmão, Gabriel. Hoje só cuida da casa e dá uns puxões de orelha neles. Ela é incrível, se tivesse uma dessa na minha casa ficaria mais alegre em ficar naquele cubículo.

- Olá meus meninos, como estão?

Ela nos cumprimentou beijando nossas bochechas.

- Bem Kendrinha. — Tomás respondeu. —  Tem aquele mouse de maracujá que só você sabe fazer?

- Viu como vocês só vem aqui na minha casa pra comer!? —   Guilherme revirou os olhos.

- Vocês nada! Só o passa fome do Tomás mesmo. — me defendi rindo em seguida.

- Tem sim, venham vou servir vocês.

- Obá! — Tomás saltitou como uma criança.

Fomos até a cozinha, nos sentamos e logo Kendra nos serviu, e claro que como de costume estava uma delícia.

Continuamos por ali conversando com ela, que no mesmo momento que ria de nós, nos dava bons sermões.

A porta da cozinha se abriu, era Gabriel com algumas sacolas nas mãos.

- Vem Clari! — ele disse olhando para trás e rindo. —  Não exagere, eu estou com mais.

- Claro que não! Você é um anti-cavalheiro. — a garota respondeu soltando uma gargalhada gostosa.

- Ah! E ai pessoal. — Gabriel entrou nos cumprimentado.

A garota logo entrou e caramba!

Como era linda!


***

A Filha da Empregada - FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora