Promised ( Tomarry)

Instinto.

"Me sinto um pouco mais idiota agora" 

Eu nunca tive muita noção das coisas a minha volta, ou eu agia por instinto ou muitas vezes fazia as coisas sem pensar direito. 

Naquela manhã, eu tinha me alimentado pouco de fato, mas não precisaria me preocupar com o intervalo que Tom me garantiu que eu perderia, afinal,. eu não tinha a primeira aula com ele. 

Eu tinha ido pra sala de aula mais cedo com Hermione, pelo fato de que ela gosta de ficar estudando e eu precisava falar com ela, mas quando Tom apareceu eu me desesperei e agora aqui no salão comunal me dei conta da tremenda idiotice que tinha acabado de fazer.

Voltei desanimado pra sala, Hermione, parecia não ter entendido o que tinha acontecido, cochichei no ouvido dela e logo de cara ela deu um tapa em sua própria face. 

— Meu santo Merlin, como sou burra. — Hermione levou a situação melhor do que eu e começou a rir de si mesma. — Não conte isso ao Rony... 

— Não vou contar, agora aonde o desgraçado do Tom se enfiou? — Perguntei apertando o olhar, eu queria muito confrontar ele. 

— Ele saiu rindo... não entendi na hora, mas acho que agora sei o motivo, Harry, nós dois agimos por impulso, o professor na sala, a situação toda, esquecemos que não tínhamos a primeira aula. 

Olhei para ela me sentindo derrotado, logo eu o vi voltando pra sala, Hermione balançou a cabeça em negativa e me olhou quase que em suplica, ela não queria que eu arrumasse confusão com ele, por causa da pegadinha, porem eu estava um pouco mais bravo do que o normal. 

— Ontem disse que queria ser meu amigo, hoje brincou com a minha cara. — Falei assim que ele sentou na beirada da mesa. 

— Você estava tão desligado, tão desesperado para saber como se livrar do pacto que se esqueceu de tudo a sua volta. — Tom apertou o olhar e sorriu de lado. — Dessa vez eu vou deixar passar a distração dos dois futuros aurores, na próxima eu irei lhes dar uma detenção, a pegadinha era com Harry, mas a senhorita também comprou a ideia. 

— Mas... — Hermione tentou argumentar, mas eu pigarreei na hora. 

— Desculpa. — Falei sem graça, acho que rir de nervoso era a unica coisa que eu poderia fazer naquele momento. 

— Quando estive na Albânia, eu passei por algo parecido, um dos meus superiores havia me dito para esperar o suspeito aparecer para depois ataca-lo, só que eu estava distraído montando guarda, não dei atenção ao suspeito que saiu do esconderijo e ficou andando cerca de trinta minutos na floresta, quando percebi o que tinha feito, corri para detê-lo, por sorte eu consegui, mas até hoje meu superior não sabe desse meu deslize. — Tom explicou gentil, mesmo ele tendo me feito de idiota a poucos minutos eu não podia brigar com ele. 

— professor, deve ter muitas aventuras. — Hermione comentou se animando um pouco. — Pode nos contar alguma? — Ela realmente se empolgou. 

— Bom, eu sou interrogador, não tenho muitas historias divertidas, mas uma prisioneira uma vez foi confundida com a irmã dela, eram gêmeas, dai ela mesmo sabendo que era inocente aceitou tudo o que eu disse, desconfiei de inicio, então coloquei um crime bem idiota na lista, "roubou melancias usando o crucio?", ela concordou no mesmo instante, foi assim que descobri que minha prisioneira estava mentindo. 

— Como pegou a verdadeira? — Inqueri um pouco afoito. 

— Eu sabia aonde ela estava, tinha assumido a vida da irmã, elas tinham uma ligação muito forte, por isso uma se entregou no lugar da outra... — Tom sorriu para mim e Hermione e olhou para um dos vitrais. — Teve uma vez que sai em missão com meu tio Morfino, ele não tem todos os parafusos na cabeça, é um pouco psicótico demais, porem ninguém sabe usar uma magia negra como aquele cara, formamos uma bela dupla, o problema é que tínhamos que caçar fadas assassinas, são mais rápidas do que o pomo de ouro e muito mais violentas, podem assumir a forma de um animal, matam por diversão, a questão é que meu tio também, ficamos caçando aquelas coisinhas por quase seis dias, mas ele conseguiu terminar o serviço. 

Não prestei muita atenção no que ele tinha dito depois da palavra psicótico, fiquei um pouco nervoso com a informação e ao mesmo tempo fingia estar muito animado com a historia. 

— Já ouvi historias sobre Morfino Gaunt, dizem que ele matou mais de cinco trouxas em um vilarejo. — Hermione fez o comentário olhando para Tom e para mim. 

— Sim é verdade, mas não foi isso somente, ele cometeu esse crime, mas foi por minha mãe, Mérope, é doce e gentil, nunca treinou a magia e não frequentou a escola de magia, ela não conseguia nem ao menos levantar a varinha para levitar alguma coisa, antes do meu nascimento um grupo de trouxas invadiu a casa dos Gaunt, meu avô e meu tio estavam fora, eles fizeram o que bem entenderam com ela, meu tio foi buscar justiça dentro das leis dos bruxos e nas leis dos trouxas, meu avô fez a mesma coisa, mas ninguém pode fazer alguma coisa, meu tio fez justiça, ele avisou o ministério de que faria isso, como ele era muito poderoso na época tiveram medo de confronta-lo, hoje no entanto eu tento manter meu tio longe de Askaban, o que não é tarefa fácil. 

Tom explicou toda sua historia olhando fixamente para nos dois, eu mal conseguia piscar, quase morri de pena quando ele falou sobre a mãe dele, deve ter sido horrível passar por tudo isso. 

— Sua mãe ficou bem? — Hermione inqueriu um pouco triste. 

— Ela ficou bem, depois disso meu tio a obrigou a aprender o básico para se defender, ela começou a ler sobre feitiços e poções e foi assim que ela teve a brilhante ideia de enfeitiçar um trouxa por quem ela era apaixonada, meu avô conta que sentiu vontade de matar ela na época. — Tom riu um pouco do seu drama familiar. — Nove meses depois eu nasci, meu pai voltou a viver a vida dele, não se lembra de ter dormido com minha mãe, mas ele foi obrigado a me dar seu nome. 

— Estou começando a questionar se você também não é meio doido... — Murmurei olhando para um dos vitrais. 

— Harry! — Hermione me chamou atenção. — Doido ou não ele é seu professor, faça um favor a nós dois e cale a boca, não quero levar outra detenção. — Hermione brava era algo que eu não gostava muito de ver, ainda mais pelo fato de ela ter me batido na cabeça com um livro após sua fala irritadiça. 

— Relaxem, não estamos em aula, mas respondendo as duvidas do meu noivo, eu acredito que não seja doido, mas posso ter herdado a falta de juízo dos Gaunt, nesse final de semana vou visita-los, querem ir comigo? 

— Ir em uma casa de bruxos das trevas? — Hermione questionou animada. — Podemos? 

— Claro que podem, leve seu namorado ruivo, ele não vai querer ficar longe de você e do melhor amigo... — Tom sorriu na minha direção. — Quer ir Harry? 

— Sim, com toda certeza. — Respondi um pouco irônico, mas a verdade é que se Hermione fosse com Rony eu tinha de ir com eles. 

— Ótimo, vou mandar uma coruja avisando minha família, vocês querem ser aurores, é bom conhecer bruxos como eles, eles praticam magia das trevas e conhecem todas as artes proibidas, mas agem de acordo com as leis, não vão sair matando, claro meu tio é um pouco assustador, mas garanto que estarão seguros. 

Seguros dentro de uma casa de bruxos das trevas era quase começo de piada infame, mas de certa forma me senti curioso, como ele era fora de Hogwarts? 

Esse pensamento me fez sentir uma certa ansiedade, mal podia esperar para conhecer os Gaunt, claro que Hermione só falou disso o dia todo, quase executei o feitiço errado na parte da tarde de tanto que ela falava no meu ouvido e no do Rony.