Promised ( Tomarry)

Os Riddle

Eu definitivamente não ia ficar na casa dos Gaunt, aceitei o convite do irmão de Tom, eu nem sabia o que estava fazendo na verdade, minha cabeça estava um caos.

- Não perguntei seu nome, desculpa a minha falta de educação. - Falei enquanto caminhávamos na direção da mansão dele.

- Thomas Riddle, mas pode me chamar de Tommy, é assim que todos me chamam de qualquer forma. - Thomas sorriu em meio as palavras e me olhou risonho. - Você vai esquecer e vai conseguir seguir com sua vida Harry, todo mundo ja teve o coração partido em algum momento da vida.

- Eu sei, mas no momento doi, sabe eu vou acabar criando coragem e contando para meus amigos, só preciso de tempo eu acho. - Murmurei as palavras olhando para o chão.

- Não precisa contar se não quiser, as vezes o silencio é mais valioso do que um monte de palavras.

Ah, como eu sabia disso, se eu tivesse sido mais esperto eu não teria caído no golpe de Tom, todos aqueles dias juntos, todas as coisas que conversamos, as juras de amor, as cartas que ele me mandava, mesmo estando dentro da escola ele sempre me mandava bilhetinhos.

Os presentes, eu nem queria me lembrar que tinha uma vassoura.

- Chegamos. - Thomas anunciou. - Eu converso com meus pais, não se preocupe, está tudo bem, pode ficar aqui o tempo que precisar.

- Obrigado, me sinto sem graça por ter aceitado vir até aqui...

- Você precisa de ajuda Harry, quando escutei a sua historia e soube o que estava sendo obrigado a vivenciar eu entendi que deveria te ajudar, os Gaunt, ja machucaram muitas pessoas.

Esse Riddle tinha um modo diferente de falar, era mais afoito e não tinha todo aquele charme na fala, porem ele parecia ser sincero.

Obviamente ja estava treinado o suficiente para não cair em qualquer conversa fiada de um Riddle, ele tinha problemas com o irmão, iria me usar de algum modo para confrontar Tom, claro que a essa altura da lua eu nem me importava.

Acompanhei o jovem, ele ia me guiando até a ala dos hospedes, por Merlin, como aquela casa era grande, eu me perderia facilmente ali.

- Bom esse pode ser o seu quarto Harry, ele fica próximo a cozinha e a sala de estar, não sei se vocês bruxos costumam sentir frio, mas tem cobertores no armário, tem roupa de tamanho padrão também se quiser tomar um banho para dormir melhor, amanhã quando for a hora do café eu venho te chamar, ja terei conversado com meus pais, eles são legais não se preocupe.

Com a mesma velocidade que ele falava ele também saiu, não ficou rondando, e da forma que estava sujo de terra imaginei que ele também precisasse de um banho.

Tomei um banho, me vesti com o que achei na frente, e me enfiei em baixo dos cobertores, tinham um cheiro bom de jasmim, me causou uma estranha sensação de conforto, Entretanto, quando apaguei as velas e fechei meus olhos as imagens pareciam vir em flashes na minha cabeça, tudo girava em torno da lembrança do Tom que dizia me amar.

Todas as suas juras de amor eterno agora me causavam ânsia de vomito, era o mais aceitável a sentir, jurei a mim mesmo naquela noite que jamais em hipótese alguma eu beijaria outro homem, se bem me lembro sempre fui apaixonado por Ginerva, não por Rony o irmão dela que era meu melhor amigo.

"Você me destruiu Tom"

Demorei pra dormir, mas mal fechei os olhos e ja escutei batidas na porta, era Thomas me chamando para o café da manhã.

Sem vontade eu me levantei e o acompanhei, era o que tínhamos combinado a final de contas, nada de novo sob o sol, como ele iria adivinhar que eu tinha dormido o mínimo possível?

Assim que cheguei na mesa do café, o senhor Riddle me olhou de canto, mas manteve um sorriso hospitaleiro, o que achei muito simpático da parte dele, a senhora Riddle, também parecia ser uma mulher muito gentil.

- Tommy falou que o salvou madrugada passada e que não tinha mais aonde passar a noite, muito obrigada por ajuda-lo. - A mãe de Tommy falou colocando uma xicara de chá preto na minha frente. - Me chamo Mary, e você é bem vindo em nossa casa, fique o tempo que precisar.

- Verdade meu jovem, sinta-se em casa. - Thomas reforçou a fala de sua esposa com um sorriso.

- Obrigado, vocês são muito gentis... - Forcei um sorriso ao falar, estava me sentindo bem na presença deles, assim como eles estavam me deixando bem à-vontade, mas de certo modo eu estava quebrado o suficiente para não ter nenhum tipo de emoção.

Eles conversavam abertamente sobre tudo, pareciam não se importar que um estranho invadisse a privacidade deles, talvez eu fosse o único que me importasse com isso.

- Harry você está muito abatido... - Tommy sussurrou ao meu lado. - Não conseguiu dormir não é?

- Na verdade não consegui mesmo... - bebi um gole do chá, estava horrível. - Mas eu logo ficarei bem.

- Relaxe, pode voltar a dormir depois do café, é que meus pais vão sair para trabalhar, dai ele sempre gostam de ter todos a mesa, como ja terminei os estudos básicos não preciso sair de casa, então posso te fazer companhia.

- Você é muito gentil Tommy... - Murmurei olhando sem graça pra ele.

- Sou?

- É o que parece...

Tommy riu da minha cara de paspalho, o que ja era de se esperar, olhei para o reflexo no prato de prata e também me vi obrigado a rir, eu realmente parecia um idiota.