Promised ( Tomarry)

Segredos

"Seria muito errado eu não contar ao Tom que também era um ofidioglota? Sim seria, mas descobrir os segredos dele era muito mais interessante, fiz cara de paspalho para que ele não desconfiasse, também não tinha motivos para ele desconfiar. "

Escutei as confissões dele, eu o olhava quando ele não estava vendo e sentia vontade de rir, de certa forma Tom, estava me cativando a cada minuto que passava ao lado dele, contudo o mais engraçado foi ver ele todo sem jeito na vassoura, ele confessou que detestava voar de vassoura, que preferia aparatar ou usar outros meios. 

Não posso julga-lo, não é todo bruxo que gosta da arte de voar em uma vassoura, porém a minha era especial, era uma celeritas, uma muito superior as nimbus, isso não tinha preço pra mim. 

Ficamos todos jogando conversa fora até próximo as oito da noite quando a mãe de Tom apareceu com o chá, eu sabia que depois do chá seriamos mandados pra cama como crianças, não me importei até achei fofa a dedicação de Mérope que seria minha futura sogra. 

Enquanto bebia o liquido fumegante, pensei que talvez ele pudesse também passar um final de semana com os meus pais, claro eu não tinha muita noção se podia ser feito isso ou não, mas aquela ideia rondou minha mente até o momento em que fomos pra cama. 

— Tom, você falou que nos próximos dias a maratona de estudos vai ser um pouco extensa, mas será que não pode achar uma brecha para passar o final de semana na minha casa? — Fiquei meio apreensivo de perguntar isso e pelo olhar dele eu acreditei que não deveria ter perguntado. 

— Bom, podemos sim, mas você vai ter que levar os livros e fazer todas as lições na casa deles, sei que quer retribuir o favor, não vou negar seu convite, mas ja sabe que vai ter que estudar. — Ele me respondeu um pouco serio, até parecia o Snape falando. 

— Eu sei disso, por isso queria saber se podia... 

— Vai ser uma honra ir com você, mas agora é hora de apagar as luzes e dormir. — Tom sorriu enquanto pegava sua varinha e fazia todas as velas se apagarem. 

— Tom... — Chamei seu nome um pouco receoso. — Você pode colocar mais um edredom na cama, esse lugar que você mora é frio mesmo no verão. 

— Claro que posso... — Não demorou muito tempo depois da fala de Tom, para que eu sentisse um peso repousar em meu corpo. — Assim como também quero poder dormir da mesma forma que ontem senhor Potter. 

Eu não tinha muitas escolhas, e também tinha gostado bastante de dormir daquela forma com Tom, a uma semana atras eu queria me livrar do pacto, mas agora ja estava aceitando a situação e sinceramente conhecer Tom um pouco melhor estava sendo muito bom. 

Ficamos abraçado em silencio, escutei o barulho de pingos caindo no teto, estava chovendo outra vez, o cheiro da terra molhada parecia invadir o quarto pelas frestas da janela, acho que isso explicava o frio que eu estava sentindo. 

— Sabe Harry eu queria que se abrisse mais comigo, você é um pouquinho misterioso também, sei que esconde algumas coisas, nem parece um adolescente, na sua idade eu fazia mais de mil perguntas ao mesmo tempo. — Tom cortou o silencio sussurrando suas duvidas. 

— Na verdade eu tenho vergonha de ser indelicado, eu estou gostando de passar esse tempo com você Tom. — Respondi em sussurros. 

— Seus pais e minha mãe estão organizando uma festa de casamento, eu soube por carta a duas semanas, mas como somente eles sabem a data temos que esperar. 

— Como vai ser? vamos acordar um dia com o ministro da magia na nossa porta pedindo para acompanha-lo? — perguntei me virando de frente para Tom, mesmo que não pudesse ver seu rosto por conta da escuridão. 

— Quase isso, Um grupo de aurores vai me levar ao local sagrado e outro grupo vai te levar, depois que estivermos juntos vamos fazer o pacto e a cerimonia vai ser realizada, mas a data pode ser a qualquer momento. 

— Então amanhã pode ser o dia do nosso casamento... e essa frase foi bem estranha de ser dita em voz alta. — Comecei a rir abafado contra o peito de Tom.

Ele riu da mesma forma pressionando a boca em minha cabeça, devo admitir que aquilo me causou um certo arrepio. 

— Vamos nos dar bem Harry, vamos conseguir. — Ele afirmou risonho, eu ja conhecia aquele modo de falar. 

— Menos na escola, imagine quando a gente for casado, vai ser muito estranho. — Comentei ainda rindo um pouco. 

— Então podemos enganar a todos, vamos fingir que ja somos casados, ninguém sabe a data mesmo, e a festa é bem depois do pacto. 

— Eu não quero ser mais zoado pelo Draco, mas parece ser divertido, não sabia que gostava de pegadinhas. 

— Também não esperava que concordasse senhor Potter.