Um acordo de eras colocava os primogênitos das famílias na obrigação do matrimônio, contudo, pela primeira vez haviam nascido dois meninos, as famílias iriam honrar o pacto?
Posso dizer que naquela manhã o beco diagonal não parecia estar tão movimentado, contudo, Tom me levou primeiro a uma loja de antiguidades na travessa do tranco, o lugar era sombrio e parecia que não via uma limpeza a anos, sinceramente não era bem o lugar que imaginava ver meu noivo frequentando.
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— Senhor Burker, conseguiu minha encomenda? — perguntou assim que se aproximou do balcão.
— Claro interrogador, me deu trabalho achar essa peça, estava na América, acredita nisso? — o homem de meia idade tinha um sorriso um tanto macabro nos lábios.
— Acreditar ou não realmente é desnecessário, mas se diz que estava longe, aposto que o preço deve ser um pouco mais elevado do que tínhamos combinado. — Tom falou com certo charme e rouquidão em sua voz, quase parecia flertar com aquele ser.
— O combinado não sai caro, mande lembranças a senhorita Mérope. — Entregou uma pedra oval transparente na qual em seu núcleo havia um pequeno gnomo.
— Mandarei lembranças é claro. — Tom entregou um saquinho de moedas para o homem e guardou o artefato no bolso.
Fiquei intrigado com o que poderia ser aquele objeto, deveria ser raro, afinal o saquinho de moedas parecia ser meio pesado.
Saímos daquela loja, no meio da rua Tom segurou minha mão, fiquei totalmente envergonhado, porem tentei agir com a maior naturalidade possível.
— Tom, o que é essa peça que pegou naquela loja estranha? — Minha curiosidade não me permitiu ficar de boca fechada.
— É um gnomo da fertilidade, existem muitos espalhados pelo mundo, mas tem que saber a quem perguntar. — Proferiu as palavras de forma simples com seu meio sorriso habitual
— E para que você quer isso?
— Não é pra mim, minha mãe é uma mulher conhecida no vilarejo, ja tem algum tempo que uma jovem procurou por ela para pedir uma poção, a moça nasceu infértil, porém foi prometida em casamento e agora o futuro marido quer que sua linhagem continue, se ela não puder dar filhos a esse homem a família dela vai cair em desgraça. — Explicou de forma gentil. — O objeto é para cozinhar junto com a poção, ele nunca perde a força então minha mãe vai poder ajudar muitas jovens.
— Entendi, vocês são bem misteriosos... — murmurei sem olha-lo.
— Só um pouquinho, mas pode confiar em mim Harry, jamais vou esconder alguma coisa de você.
Era muito fácil confiar nele, suas palavras pareciam ser carregadas de verdade, eu mal conseguia imaginar que ele pudesse ter alguma atitude diferente, sem sombras de duvidas ele estava me mimando e me dando motivos cada vez mais consistentes para confiar nele.
Demos mais alguns passos e lá estava a loja de vassouras, tinha também algumas vestes bem estilosas para aurores na cor preta com detalhes em ameixa e o nome do auror em dourado, gostei daquela veste, era lançamento e fiquei olhando fixamente para a roupa, quando olhei para o fundo da loja lá estavam as vassouras mais rápidas, as celeritas, tinha uma verde transparente, a branca e a vermelha, mas a branca era a que fazia minha imaginação saltitar, até parecia que eu estava olhando para uma vassoura de vidro.
