Eu ao ver o sorriso no rosto daquele homem, demorei um pouco para me recuperar, mas logo entendi que essa era a nossa situação, eu tinha sido um acidente, uma coisa da qual ele tinha sido vitima algo que ele nunca havia planejado.
— Senhor Riddle... — Respirei fundo. — Eu peço desculpas mais uma vez por lhe importunar, mas preciso ir, vou tentar achar o Harry...
— Tom, eu gostaria de tentar ser um pai pra você. — Deu trago no charuto. — Senta a bunda nesse sofá garoto, eu nunca fui até a casa de vocês, nunca me interessei na verdade, estava tão amargurado e descrente da minha vida que simplesmente não tinha como eu perdoar a dona Mérope.
Olhei de rabo de olho pra porta da sala e lá estava a senhora Mary encolhida atrás do batente tentando não nos incomodar com uma bandeja nas mãos, ela não conseguiu ir se deitar, ela voltou para apoiar o marido.
— Desculpa senhores... — Murmurou ao ser pega em espionando.
— Tudo bem querida, sente-se conosco, estou quase entrando no assunto com esse rapaz.
Eu ainda estava confuso com o que tinha escutado anteriormente, podia ser que ele quisesse mesmo ser meu pai, era algo que sempre desejei, mas nunca via um meio de isso realmente acontecer.
A senhora Mary, nos serviu e ficou em pé ao lado do marido, eles pareciam ser bem parceiros e muito unidos, algo que talvez eu não devesse ficar reparando tanto, mas eu simplesmente ficava imaginando se fosse minha mãe ali, eu sempre sonhei com isso, mas aquele não era o meu lugar, eu era apenas o filho bastardo que ele nunca desejou ter.
— Tom, eu quero que entenda que a vida não vem com manual de instruções, eu queria te conhecer melhor, tentar isso de uma forma suave, embora você esteja aqui desesperado e precisando de ajuda eu entendo o tamanho do seu fardo agora, se aquela moça engravidar, te peço para não cometer o mesmo erro que eu, acho que isso é bem provável de acontecer, ambos pareciam animais no cio por semanas. — Thomas olhou para sua esposa que não sabia de muitas coisas e sorriu gentil para ela.
— Não vou abandonar uma criança... você me disse a pouco que quer ser meu pai, mas você já é isso, só não se comportava como tal, eu tenho um cargo muito importante no meu mundo, sou respeitado, mas agora me sinto perdido, cai no mesmo golpe que você caiu a nos atrás, não culpo minha mãe, ela era jovem demais e tinha muitos problemas psicológicos. — tentei aliviar a tensão causada pela presença de Mary, eu não sabia o quanto ela tinha escutado, muito menos se ela era uma mulher discreta.
— Tom, estou disposto a te conhecer e a ser seu pai, rapaz, não fique tão desesperado dessa forma, Harry, vai parar na França dentro de alguns meses, meu outro filho vai entrar pra faculdade, ainda não sei qual é, mas ele me prometeu escrever algumas cartas, sei que consegue achar ele e tentar conversar com Harry, mas tente escrever uma carta a ele explicando tudo, pode ser que ele não esteja pronto pra te ver, não nesse estado em que você está.
Sim o velho Riddle tinha razão, eu nunca tive um pai para me aconselhar, talvez aquela fosse a primeira vez que eu o tivesse, na pior das hipóteses a ultima, mas ele estava ali, queria me dar a chance de ser um filho pra ele, e o máximo que consegui fazer foi me ajoelhar diante dele e colocar a cabeça em seu colo.
Eu era uma criança carente com um fardo enorme nas costas, eu tinha que tirar o nome da minha família da lama e ao mesmo tempo ter que lidar com os erros de todos eles, bruxos das trevas tem o seu valor, mas carregam uma marca muito profunda em suas almas.
Somos destinados a ficar sozinhos nas trevas, eu ganhei um companheiro e estraguei tudo, estraguei sendo um idiota que se deixava ser atingido por uma poção do amor.
A senhora Mary foi muito gentil comigo, depois do chá ela realmente foi para o quarto, no ponto de vista dela tudo tinha se resolvido naquela sala, no meu ponto de vista eu estava sendo enganado pela minha carência.
Meu pai me convidou para passar a noite ali com eles, eu aceitei, mas disse que iria arrumar algumas coisas em casa, tirar o feitiço da garota e tentar descobrir quem tinha feito isso conosco, e eu nem ia falar do lobisomem que estava na mata me esperando se por acaso os aurores ainda não tivessem chegado, o que eu acreditava ser muito impossível.
Quando cheguei na mata, o lobisomem estava em sua forma humana e com muito ódio, por mim, especificamente por mim.
Ele quase se transformou nas mãos de um dos aurores que tinha acabado de controla-lo apenas ao me ver, foi nesse momento que eu vi os olhos dele soltarem uma lagrima solitária, eu tinha feito alguma besteira para aquele lobo, eu só não sabia o que poderia ser, talvez eu agora estivesse com meus dias contados.
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Promised ( Tomarry)
FanficUm acordo de eras colocava os primogênitos das famílias na obrigação do matrimônio, contudo, pela primeira vez haviam nascido dois meninos, as famílias iriam honrar o pacto?