A Chuva

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"Não estava frio, mas meu corpo tremia sem parar"

Eu não sabia o motivo, mas sentia vontade de chorar sem parar, uma tristeza invadiu meu coração como se um dementador estivesse no quarto

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Eu não sabia o motivo, mas sentia vontade de chorar sem parar, uma tristeza invadiu meu coração como se um dementador estivesse no quarto.
— Tom Riddle... — Choraminguei para meu noivo como se ele tivesse me ofendido.
— É por causa do voto, cada pessoa reage de uma forma diferente Harry. — Tom passou o braço pelos meus ombros e me colocou próximo a seu peito.

— Me sinto patético. — Confessei de forma instintiva, não sabia se era mesmo isso que eu estava sentindo.

— Deita aqui. — Tom se deitou comigo em seu peito e me abraçou. — O chá que mamãe preparou tem propriedades calmantes, ela sabia que estaria agitado e não iria conseguir dormir facilmente.

Não falei nada de imediato, logo senti as mãos de Riddle em meus cabelos, fazia carinho em meus fios negros que viviam sempre bagunçados.

Aquela sensação era boa, me senti sonolento quase que imediatamente, o choro dava lugar a uma calmaria que parecia surgir do nada, fui vencido pelo sono, dormi nos braços de Tom Riddle.

Naquela noite caiu uma bela de uma tempestade, fui acordado pelo barulho dos trovões proximo as quatro da manhã, senti frio, um tremor insuportavel percorrer todo meu corpo, abri meus olhos e não estava escuro, tinha uma vela clareando o local. 

Ao meu lado Tom parecia resonar calmo, me lembrava de que ele tinha apagado todas as velas antes de dormir, mas aquela vela estava ali, suspeitei dele de inicio, puxei a cortina um pouco para o lado e vi raios cortando o céu escuro. 

Puxei um pouco mais do edredom para o meu lado e me encolhi no canto, não esperava que tom acordasse, mas ele se movimentou na cama e me puxou para perto dele. 

— Se assustou com os trovões? — Sua voz rouca e embargada pelo sono  cortava o silencio. 

— Hn, sim... — Murmurei um pouco constrangido. 

— Relaxe, logo o barulho passa, você está muito gelado... — Me puxou um pouco mais pra perto. 

— Tom, eu não tenho tanta intimidade assim com você... esse contato todo é um pouco demais pra mim. — Expliquei tentando evitar o abraço.

— Vai ter que se acostumar com seu noivo, não tem mais pra onde correr senhor Potter. — Ele ronronou as palavras contra o topo da minha cabeça.

— Tom... Você não entende os meus sentimentos com relação a tudo isso, eu entendo que está fazendo tudo isso por sua mãe e não só pelas muitas vidas que estão em risco. — Murmurei com um certo embargo em minha voz.

— Eu entendo, antes de saber tudo sobre minha família complicado eu pensava em me especializar em magia das trevas para quebrar o pacto, não só por mim, mas mesmo sendo muito novo pensava em você e no quanto iria sofrer. — Tom fez uma pausa, senti sua respiração mudar. — Quando fui transferido para outro país, lá eu descobri todos os segredos da minha família, descobri que eram vistos como a escória que jamais seguiam regras, que eram desumanos e que ninguém no mundo da magia os tolerava. — Tom riu um pouco abafado. — Eu decidi que iria trazer honra para os Gaunt senhor Potter.

— Por isso tenta fazer seu tio te acompanhar em missões ou faz o ministro da magia convidar ele para as missões. — Conclui a linha de pensamento de Tom, ele carregava um peso enorme em suas costas.

— Exatamente, eu quero que nosso casamento seja bom para nós dois, quero te cortejar e quero ser cortejado também, gosto muito de frutas cristalizadas com mel, não se atreva a me dar flores, mas se der que sejam rosas verdes, não sou muito chegado a jóias, então evite coisas extravagantes. — Eu podia sentir toda a verdade que tinha em sua fala, por mais que ele agora estivesse rindo.

— Ainda tô sonhando com minha vassoura, eu fui muito bem essa semana... — Soltei um pouco malicioso, fazia mais de um ano que eu desejava voar na famosa vassoura branca quase transparente.

— Amanhã cedo deixamos seus amigos aqui e vamos ao beco diagonal e te compro a vassoura senhor Potter, na verdade aproveite para comprar tudo o que precisar, as próximas semanas vão ser bem cheias e vai ter muito trabalho até nos finais de semana. — Olhei um pouco nervoso para ele, certamente Hermione vibraria com essa informação, contudo eu e Rony sempre fomos mais vagarosos.

— Sinto que não me falta nada, meus pensamentos pararam na informação de que vou ganhar minha vassoura— Soltei um pouco animado demais.

— Harry, posso te dar um beijo? — Tom perguntou com voz sedosa.

— Tom?

— Qual é, não sente curiosidade sobre isso? Por favor só um, se não gostar eu não peço mais.

Então, foi assim que minha animação pela vassoura desapareceu dando lugar a um nervosismo que nem eu sabia que tinha a capacidade de sentir.

Eu ainda estava deitado no peito de Riddle, um pouco constrangido é claro, mas minha voz se tornou um resmungo apenas, enquanto balançava a cabeça positivamente.

A única vela acessa se apagou, senti as mãos de Riddle em meu rosto, sua respiração afoita contra minha face me fizeram me arrepiar.

— Com calma Harry... — Ele sussurrou antes de tocar meus lábios.

Sua boca era um pouco suave, foi apenas um selinho simples de início, senti que meu corpo estava totalmente adormecido, logo ele aprofundou o beijo, de olhos fechados em meio a escuridão eu via em meus pensamentos imagens aleatórias, um filete de sanidade tentava me despertar, mas eu estava perdido naquele beijo.

O cheiro de Riddle era como o de um carvalho envelhecido com vinho seco, era bom, seu toque era suave, sua boca macia me faziam ter ainda mais descontrole sobre as reações do meu corpo.

Nossos corpos se colaram, agora nossas pernas se enrolaram uma na outra, eu o abraçava de volta e sentia todo o poder de um primeiro beijo, aqueles flash de luz que vinham e iam em minha cabeça, os trovões pareciam estar bem longe agora, tudo a minha volta se resumia aquele beijo.

— Ahh, eu queria muito ter feito isso antes Harry... — Sussurrou contra meu ouvido assim que nos separamos do beijo.

— Eu... Não sei bem o que te falar Tom...

— Não precisa falar nada Harry, mas se quiser continuar esse beijo eu sinceramente estou muito motivado a continuar...

Não sei em que momento Tom Riddle ficou tão interessante a meus olhos, mas ficar aos beijos com ele era algo que eu nunca me imaginei fazendo.

Não perdemos o resto da noite aos beijos, estávamos com um pouco de sono ainda e agora com a ausência dos trovões parecia iríamos conseguir dormir facilmente.

Desta vez eu o abracei, não esperei que ele me puxasse para um abraço, só agi de forma natural, dormi em seus braços, senti  paz e confiança ao lado de Riddle.

Promised ( Tomarry)Onde histórias criam vida. Descubra agora