Vi um pássaro pousando na areia
E lembrei de mim voando pela vida inteira
Em minhas asas
Desejava ir tão longe
Em minhas pernas
Carruagens me levaram aonde
Eu te vi caminhar
E caindo na lama
Sem força pra sair dali
Ouvi um grito de socorro
Pedindo pra nascer de novo
Tanta gente já sem fôlego
Esquece de provar o gosto
Sentinelas - Selvagens à Procura de Lei
— Agora o toque final. — Disse Júlia, com um rímel em mãos. — Feche os olhos... Isso, agora espere um pouco...
E, delicadamente, deslizou o rímel sobre os cílios de Helena.
— Voilá, garota, pode abrir os olhos. Você está pronta! — E afastou-se por um momento, apenas para contemplar o seu trabalho.
— Como estou? — Questionou Helena, maquiada e usando um vestido lilás.
— Você pode dar uma olhada no espelho ali no banheiro, mas, se quer minha opinião... — Ponderou Júlia. — Deus não dá asa à cobra mesmo, não é? Você está deslumbrante, Helena. Sorte minha e de todas as outras mulheres do mundo que você não gosta de maquiagem, porque se fosse assim sempre...
Helena soltou uma gargalhada. João, ao seu lado, esboçou um sorriso simpático.
— Estou bonita, João? — Ela perguntou ao irmão. O pequeno fez que sim com a cabeça.
— É a mulher mais bonita que eu já vi. — Respondeu, alegre. — Queria ser bonito igual a você.
— Você é. — E, com delicadeza, bagunçou os cachos do garoto. — Não me sinto confortável com esse tanto de pó na cara, mas se a ocasião pede...
— Ânimo, garota, é a sua formatura! — Júlia bateu palminhas, animada. — Você precisa sair bem nas fotos. Não que seja necessária maquiagem para isso, mas...
E, com delicadeza, João a abraçou. Estava se tornando um moço já, era quase da altura de Helena; A garota devolveu o abraço, sentindo a ternura do contato entre dois irmãos.
— João, meu querido, você pode nos deixar a sós por um momento? — Pediu Júlia, se referindo à criança. — Tenho alguns assuntos particulares para tratar com Helena. Por favor?
João era um bom garoto. Assentiu com a cabeça e logo deixou o quarto de Júlia, permitindo que as garotas ficassem sozinhas ali. Assim, a anfitriã fechou a porta.
— Muito bem. — Júlia sussurrou. — Como vão você e a irmã do Maycon?
— Não precisa fazer disso um segredo, meu irmão já sabe. — Disse Helena. — Nós vamos bem. Ela é bonita, atenciosa, fofa e me faz bem. Gostamos uma da outra.
— Não estou querendo apressar as coisas, imagine, mas eu acho que vocês deveriam namorar logo. — Opinou. — Desde setembro estão juntas. Isso é bastante tempo.
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Nunca Mais Seremos os Mesmos
RomanceLeonardo, aos dezessete anos, acaba de perder sua mãe de forma abrupta e traumática. Se sentindo apenas um peso no mundo, o garoto acaba por viver com sua avó e se obriga a encarar uma nova vida, cheia de medos e mistérios. Dentre tantas incertezas...