Capítulo 34

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Vi um pássaro pousando na areia

E lembrei de mim voando pela vida inteira

Em minhas asas

Desejava ir tão longe

Em minhas pernas

Carruagens me levaram aonde

Eu te vi caminhar

E caindo na lama

Sem força pra sair dali

Ouvi um grito de socorro

Pedindo pra nascer de novo

Tanta gente já sem fôlego

Esquece de provar o gosto

Sentinelas - Selvagens à Procura de Lei

— Agora o toque final. — Disse Júlia, com um rímel em mãos. — Feche os olhos... Isso, agora espere um pouco...

E, delicadamente, deslizou o rímel sobre os cílios de Helena.

— Voilá, garota, pode abrir os olhos. Você está pronta! — E afastou-se por um momento, apenas para contemplar o seu trabalho.

— Como estou? — Questionou Helena, maquiada e usando um vestido lilás.

— Você pode dar uma olhada no espelho ali no banheiro, mas, se quer minha opinião... — Ponderou Júlia. — Deus não dá asa à cobra mesmo, não é? Você está deslumbrante, Helena. Sorte minha e de todas as outras mulheres do mundo que você não gosta de maquiagem, porque se fosse assim sempre...

Helena soltou uma gargalhada. João, ao seu lado, esboçou um sorriso simpático.

— Estou bonita, João? — Ela perguntou ao irmão. O pequeno fez que sim com a cabeça.

— É a mulher mais bonita que eu já vi. — Respondeu, alegre. — Queria ser bonito igual a você.

— Você é. — E, com delicadeza, bagunçou os cachos do garoto. — Não me sinto confortável com esse tanto de pó na cara, mas se a ocasião pede...

— Ânimo, garota, é a sua formatura! — Júlia bateu palminhas, animada. — Você precisa sair bem nas fotos. Não que seja necessária maquiagem para isso, mas...

E, com delicadeza, João a abraçou. Estava se tornando um moço já, era quase da altura de Helena; A garota devolveu o abraço, sentindo a ternura do contato entre dois irmãos.

— João, meu querido, você pode nos deixar a sós por um momento? — Pediu Júlia, se referindo à criança. — Tenho alguns assuntos particulares para tratar com Helena. Por favor?

João era um bom garoto. Assentiu com a cabeça e logo deixou o quarto de Júlia, permitindo que as garotas ficassem sozinhas ali. Assim, a anfitriã fechou a porta.

— Muito bem. — Júlia sussurrou. — Como vão você e a irmã do Maycon?

— Não precisa fazer disso um segredo, meu irmão já sabe. — Disse Helena. — Nós vamos bem. Ela é bonita, atenciosa, fofa e me faz bem. Gostamos uma da outra.

— Não estou querendo apressar as coisas, imagine, mas eu acho que vocês deveriam namorar logo. — Opinou. — Desde setembro estão juntas. Isso é bastante tempo.

Nunca Mais Seremos os MesmosOnde histórias criam vida. Descubra agora