I don't even recognize when I look into your eyes
All I can ever see,
is trouble hanging over me
Trouble, trouble, trouble hanging over me
Trouble, trouble, trouble is all I ever see
I got a pain in my heart and a pain in my chest
I wanna be human again
I got a pain in my head, and I'm losing my breath
I wanna be human again
Human Again - Kodaline
Leonardo não sabia que roupa usar.
Seu armário era vasto, porém composto apenas de camisetas genéricas e muito maiores do que ele. O relógio já marcava nove e cinquenta e ele precisaria se decidir rápido; Logo Helena e Douglas estariam à sua porta, chamando-o para mais uma experiência incrível que ele não poderia perder.
O rapaz jamais havia estado em uma balada. Não sabia o que vestir, ou como se portar; Nenhuma daquelas camisetas surradas parecia adequada, mas o terno que ele havia usado no velório de sua mãe era formal demais. Nada parecia servir e a ansiedade tomava conta de seu corpo, subindo por seu estômago e o fazendo ter azia; Isso sempre acontecia às vésperas de um dia importante.
— Leonardo, meu querido, estou indo dormir. — Disse Leonor, por trás da porta. — Divirta-se.
Ele havia contado para a avó que iria assistir um filme com os amigos (Helena e Helena, no caso.). Leonor não o permitiria sair para uma balada com tão pouca idade; Dessa forma, Leonardo iria precisar fazer malabarismos para justificar sua chegada às quatro da manhã.
— Obrigado, vó. — Disse ele, ainda encarando o guarda-roupa, com o torso nu e os cabelos despenteados. — Boa noite.
Após algum tempo cogitando qual das camisetas deixaria seu corpo magrelo menos evidente, Leonardo optou por uma blusa do Palmeiras. Ele nunca foi um grande fã de futebol — Ou de esportes no geral. — Mas seu tio César fazia questão que o rapaz torcesse para o time de seu coração.
E também dizia que as garotas achavam sensual um rapaz com camiseta de time. Desta parte, Leonardo duvidava um pouco.
Com uma bermuda branca e o tênis mais bonito que tinha, Leonardo aplicou perfume em seu pescoço. Penteou os cachos escuros, que se projetavam rebeldes sob sua testa. Enfim, estava pronto; Bastava uma ligação de Helena e sua noite incrível iria começar.
Como se lesse sua mente, naquele mesmo segundo o celular vibrou.
***
— Maria mole! — Berrou Helena, do outro lado da rua.
O carro da vez era um celta vermelho. No banco do motorista, estava Douglas, sorridente e receptivo. Ao contrário do que Leonardo esperava, Helena não havia se aprumado muito para a saída da noite; Estava vestindo uma blusa do Metallica — O que já era esperado. — E uma calça rasgada, juntamente com um tênis preto. O estilo despojado de sempre, pensou Leonardo.
Ao adentrar o veículo, contudo, a primeira coisa que Helena reparou foram nas suas roupas:
— Camiseta de time, Maria-mole? — E fez uma careta. — Não tinha nada melhor no seu armário, não?
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Nunca Mais Seremos os Mesmos
RomansaLeonardo, aos dezessete anos, acaba de perder sua mãe de forma abrupta e traumática. Se sentindo apenas um peso no mundo, o garoto acaba por viver com sua avó e se obriga a encarar uma nova vida, cheia de medos e mistérios. Dentre tantas incertezas...