第7章 (Cap. 7)

81 14 16
                                    

(1925 palavras)

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

(1925 palavras)


NO OUTRO dia à tardinha, o Felipe apareceu para pegar sua encomenda, me disse que o cliente aceitou todas as exigências e que os doces seriam para o dia 28 e hoje é 6... então tenho bastante tempo. Ah, ele me disse o valor que cobrou dos Soares pelos doces e salgados. Pra ser honesto, eu nunca peguei tanto dinheiro na minha vida e até disse que ficaria rico. A irmã Maria e ele riram de mim. Por que as pessoas riem de mim, se eu não sou humorista e nem fico fazendo graça?

— Você tem o dinheiro para comprar sua parte do material, Joana?

— Tenho. Quando você vai comprar seus ingredientes?

— Como é para daqui há 22 dias, quero comprar logo tudo e ir fazendo aos poucos. Mas por que a pergunta? Quer ir comigo, Joana?

Ele olhou pra mim com aquela cara de sei lá... parecia um garoto doido... eu tenho quase certeza que ele é, mas... se eu preciso daquele maluco para conseguir sair daqui, vamos dar a mão ao maluco e ir para o manicômio cantando e feliz.

— Sim, Felipe. Seria melhor irmos juntos. Mas creio que seu carro não caiba tudo.

— Eu posso pedir o carro do meu pai, o que ele usa para entregas, é uma Fiorino, caberá tudo, tanto o que é seu, como as minhas coisas.

— Então tá bom.

— Posso passar aqui pra te pegar que horas e que dia?

— Pode ser dia... 8? Terei vinte dias para fazer quinhentos salgados.

— Na verdade, começando dia 8, você terá dezoito dias.

— Você é ruim de conta, hein Felipe!

— Joana - ele virou-se pra mim e pegou em minhas mãos. Mania que ele tem de ficar pegando em minhas mãos — Você que não tá pensando direito, querida. Temos que entregar dia 28, mas temos que tirar um dia para verificar se está certo, a quantidade sobressalente pra não dar problemas, fora que se formos assar e fritar um dia antes, então... restam 18 dias.

— Saquei. Não ria da minha cara, o empresário aqui é você.

— Não estou rindo de você, só tentando te ajudar a entender.

Puxei minhas mãos das suas, quando notei que ele acarinhava o dorso delas com seus polegares.

— Então acha que dia 8 está bom?

— Sim, está. Vou falar com meu pai amanhã, pois hoje ele está na cidade vizinha.

— E ele não volta hoje?

— Quanta ansiedade... não, ele foi visitar a minha avó, mãe dele.

Baixei meu olhar e fiquei com vergonha. Não me lembro a última vez que vi minha avó. Faz tanto tempo, nem lembro mais do rosto dela. Nem dela, nem do meu avô que morreu quando eu já estava aqui, nem pude ir ao enterro dele. Aquilo me entristeceu e o Felipe notou minha tristeza.

𝕾ob o VéuOnde histórias criam vida. Descubra agora