(1712 palavras)
ACHEI QUE depois de minha conversa com a Laura e de ela perguntar se ainda seríamos amigos que se beijam e se amam, tudo voltaria ao menos a ser como antes, mas não, estamos nos falando, conversamos, rimos, mas é só isso. Parece que ela age comigo como as outras noviças e isso tá me deixando muito triste, pois agora eu percebo que não a vejo como as demais, ela é a minha carrapatinha cheirosa e essa distância que ela colocou entre nós, me entristece. Se só eu gosto, talvez ela não seja a minha Eva e talvez... eu tenha que esquecê-la. É por isso que eu não queria papo com ninguém, tudo culpa da irmã Maria que disse que eu deveria me entrosar, agora deu nisso.
A única coisa que me deixa feliz, é que meu pai veio me ver e falta apenas uma semana para meu aniversário. Ele bem que disse que tentaria vir, pena que a mamãe não veio com ele. Estou precisando de colo e carinho e creio que só ela poderia fazer isso agora.
— Pai!
— Giovanni, como prometido, eu vim te ver.
— E a mamãe?
— Não pude trazê-la, sinto muito. Arriscado demais.
— Vou deixar vocês a sós - disse Madre Luzia, saindo da sala e deixando meu pai e eu sozinhos.
— Você não parece muito feliz - disse ele.
— Pai... eu... - comecei a chorar e meu pai veio perto de mim e me puxou para sentar em uma das cadeiras que há na frente da mesa da Madre. Ele sentou-se na outra, virando a mesma de frente para mim.
— Filho, o que houve? Achei que ficaria feliz em me ver - ele tirou o véu de minha cabeça, limpou meus olhos e beijou minha testa — Giovanni, o que houve?
— Eu tô com saudade de vocês. Eu queria que esse aniversário fosse diferente. Queria poder festejar, com bolo, uma festa, minha família e meu amigo.
— Eu sinto muito...
— Eu também.
— Eu tenho um presente para você. Foi sua irmã que mandou - ele levantou e foi até uma poltrona pequena perto da janela e apanhou uma sacola grande de papel com um laço e me entregou.
Abri a mesma, e o presente era uma calça jeans com uma camiseta branca e um tênis de marca. Olhei confuso para o meu pai.
— Gostou?
— Gostei, mas...
— Não vai perguntar qual é o meu presente para você?
— Qual? - coloquei a sacola no chão próxima dos pés da cadeira em que eu estava sentado.
— Filho, Graveto foi preso essa semana e entregou os comparsas, mas ainda estão buscando o chefe deles, o Ceifador, mas ainda não o encontraram.
— Sério?
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𝕾ob o Véu
RomanceTrancado desde os seus 13 anos e não por seu desejo ou amor, mas por obrigação e para salvar sua vida e de quem ama. Seu maior desejo é sair de lá e viver uma vida normal como os jovens de sua idade. Porém, sabe que é muito arriscado e não quer co...