(1749 palavras)
MEU DEUS, a Joana tá ficando doida, quer dizer, aquele moleque tá surtando com essa paixão entre ele e a Laura. Tá cheio de questionamentos e acabou sobrando pra mim, tá, eu não estou reclamando, que fique bem claro, talvez só um pouquinho. Eu literalmente tô bancando o irmão mais velho, ele deveria se esclarecer sobre essas coisas de sexualidade com seu pai, mas devido a situação do coitado eu entendo que eu terei que fazer esse papel, mas que é divertido, é.
Hoje fui buscar os salgados como sempre, mas resolvi ir pela manhã. Pensei em chamar uns conhecidos para jogar bola, até chamaria a Joana, quer dizer, o Giovanni, mas eu duvido muito que ele saiba jogar bola e menos ainda que pudesse ir. Já que ele teria que mudar de roupa e creio que os meninos achariam muito estranho uma noviça jogando bola com uns meninos. Afinal, muita gente sabe que eu e Joana somos sócios. Após aquele pedido enorme para a festa de casamento, já recebi muitas ligações, ou seja, ficamos conhecidos. Voltando ao assunto convento, quando cheguei, ele me arrastou para o laguinho dizendo que precisava de novos conselhos, gente, eu não consegui me controlar, por mais que o assunto fosse sério pra ele, pra mim era muito engraçado, o que culminou nele me jogando dentro do lago.
Tentei esclarecer as dúvidas dele, mas não deu. Enfim, quando fomos de volta para o convento, molhados iguais dois pintos, eu fui até meu carro pegar o dinheiro para o pagamento dele e da Madre, mas me surpreendi quando fui apresentado ao pai dele.
— Felipe, quero lhe apresentar meu pai. Pai, esse é o meu sócio, o Felipe Aguilar.
Estendi minha mão para ele que me olhou de cima a baixo e depois para o filho. Giovanni olhou para o pai e sorriu, então o pai apertou minha mão.
— Prazer, senhor Aguilar. Gostaria de saber, por que vocês dois estão molhados?
— É que eu caí no lago e o Felipe foi me ajudar, mas como ele é um molenga, acabou não aguentando meu peso e caiu no lago também.
— Filho mentir na casa de Deus é muito feio.
— Mas ele não tá aqui, tá na outra casa dele, a de verão, é que ele tá de férias - todos rimos — Tá, eu joguei ele no lago e depois caí.
— E então, senhor Aguilar...
— Me chame só de Felipe, senhor - o interrompi.
— Teodoro. Teodoro Saito. Então, Felipe, soube que o meu filho lhe contou sobre o que acontece com a nossa família.
— Sim, senhor.
— Preciso lhe pedir para não contar nada sobre esse assunto a ninguém?
— Ninguém? Nem mesmo para minha sombra? - dei um sorriso amarelo e percebi que fiz uma piada besta, só que a Joana desatou a rir e eu acabei rindo junto — Desculpe, senhor Teodoro, eu não vou contar a ninguém, pode ficar tranquilo. Lhe dou minha palavra. Eu gosto muito da Joana, quer dizer, do Giovanni.
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𝕾ob o Véu
RomanceTrancado desde os seus 13 anos e não por seu desejo ou amor, mas por obrigação e para salvar sua vida e de quem ama. Seu maior desejo é sair de lá e viver uma vida normal como os jovens de sua idade. Porém, sabe que é muito arriscado e não quer co...