第13章 (Cap.13)

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(1122 palavras)

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(1122 palavras)


NAQUELA MANHÃ, acordei as galinhas como de costume, agora tinha que ser mais firme, pois as danadas não se assustam mais comigo. Já havia feito minhas higienes, já havia até ajudado a irmã Celeste a preparar o café da manhã de todos, não sei porque, mas acordei animado.

Pedi para a Madre ligar para o meu pai e dizer que gostaria de vê-lo, pois com o conselho que o Felipe me deu para investir o meu dinheiro e eu sendo menor, preciso da ajuda do meu pai.

Estávamos todos na mesa do café quando Laura chegou. Ela estava estranha, com um semblante triste e isso não evidenciava a beleza que ela tem. Não gosto de ver as pessoas próximas a mim tristes. Até tentei puxar assunto com ela, mas ela me ignorou a manhã inteira e eu senti que ela não tava bem, mas não vou invadir o espaço de ninguém, principalmente que ela não me deu espaço para isso.

Após o almoço, ela foi pra nossa cela, coisa que ela não costuma fazer, normalmente ela fica saracoteando pelo convento ou no meu pé. Fui até lá fazer nova tentativa para ver se ela me contava o que estava errado ou talvez pudesse tirar ela daquela cela.

Mas ao me aproximar da cela ouvir soluços, abri a porta devagar e vi que ela estava chorando, eu queria entrar e conversar com ela, tentar fazer ela se abrir, desabafar, mas ela estava com um celular na mão e apertou ele contra o peito, deitou-se e continuou com o celular próximo ao coração e chorando. Eu deduzi que poderia ser saudade. Aparentemente, minha companheira de cela não deveria estar aqui, Laura não se encaixa em nada para ser uma noviça ou até uma freira. Ela não parece religiosa, é sempre curiosa demais, falastrona, tem vaidade, não gosta de orar, não gosta de ler... até os trabalhos manuais que há para fazermos, ela não gosta. Então fico me perguntando o que ela tá fazendo aqui?

Resolvi deixá-la só, talvez ela precise de um tempo refletindo sobre tudo. Sai da porta em direção à capela, fui rezar um pouco, acho que Deus está precisando ou sentindo falta dos meus puxões no saco dele. Estava no segundo terço, quando ouvi soluços e olhei para a entrada da capela não vendo nada, nem ninguém. Porém meu coração apertou e meus pensamentos foram direto para a Laura.

— Eu volto para terminar o terço, não se preocupe - disse olhando para o altar. Fiz o sinal da cruz, beijei o terço, coloquei ele no bolso e fiquei de pé indo para a porta.

Olhei para um lado e para outro e não vi ninguém. Resolvi ir até a cela.

— Vou chamar a cabelo de fogo para terminar de rezar comigo, talvez em companhia, ela consiga.

Quando cheguei à cela, ela não estava... onde ela foi?

Fui até a cozinha e perguntei pela Laura à irmã Celeste.

— Não a vejo desde a hora do almoço.

— Obrigada, irmã.

Fui até a biblioteca, como ela agora resolveu ler... vai que pegou amor pelos livros e veio buscar um interessante? Ela poderia me pedir opinião, já li quase todos que tem aqui.

— Oi, fofinha.

— Oi, Joana - minha ursinha de pelúcia, irmã Bernadete, respondeu sorrindo.

— Viu a Laura? Ela apareceu por aqui?

— Não. Não a vi desde que terminamos o almoço.

— Tá bom, meu docinho, vou procurar em outro lugar.

E assim, praticamente corri todo o convento e não achei a ruiva. Só resta um lugar...

— O laguinho. Ela gosta de lá.

Fui para o lago e quando cheguei, só vi o véu dela boiando no meio do lago.

— Laura?

Olhei em torno, vi um celular no chão e seus sapatos.

— Laura? - coloquei as mãos em côncavo para ajudar a dar mais volume à minha voz — LAURAAAA.

Gritei e nada... tirei os sapatos e me aproximei do lago.

— LAURAAAA.

Percebi cabelos ruivos na água...

— Ai meu Deus... não, não, não - me joguei na água e mergulhei avistando ela. Puxei ela por suas vestes e levei o corpo para a superfície — Laura... - foi bem difícil nadar e levar ela até a margem. Quando cheguei, peguei ela nos braços e deitei ela no seco.

— Laura, Laura, Laura - mexia nela e nada — Ai meu Deus, me ajuda, ela não tá respirando... como é mesmo essa coisa de primeiros socorros? Espera... - fiquei de pé e estava muito nervoso, arranquei o véu da cabeça, que não sei porque milagre ainda estava preso em meu cabelo, me agachei outra vez — Colocar a pessoa de barriga pra cima, ok... e agora... ai meu Deus, me faz lembrar... tá, é... olhar se ela tá realmente sem respirar - coloquei minha mão na testa dela e no queixo, movendo sua cabeça um pouco para trás e aproximei meu ouvido de sua boca e nariz e nada, não se ouvia absolutamente nada.

— E depois? Espera... fazer cinco respiros boca a boca - mantive a cabeça da Laura para trás e coloquei minha boca cobrindo a dela e soprei, cinco vezes, ainda assim nada — Laura, por favor, não faça isso comigo... SOCORROOO! - coloquei minhas mãos uma por cima da outra, procurei o meio de seu peito e comecei a fazer massagem cardíaca, trinta vezes e dois respiros — ALGUÉM ME AJUDE! Laura, acorda, por favor, por favor - mais trinta massagens e dois respiros — Acorda, pelo amor Deus. Senhor faça algo, eu juro que não lhe encho mais o saco... Laura, Laura. Um, dois, três, quatro... vinte e oito, vinte e nove, trinta - fui em direção à sua boca e dei mais dois sopros e nada ainda — SOCORROOOOOOOOOO. Um, dois, três... vinte e nove, trinta... anda, respira...

Finalmente ela tossiu e começou a jogar água para fora. Virei seu corpo de lado e me joguei ao chão ao lado dela. Comecei a chorar...

— Jo-Joana...

Puxei ela para os meus braços e a abracei forte, me levantando logo em seguida e pegando ela no colo e levando para o convento.

Quando cheguei com ela nos braços, nós dois molhados e chorando, tanto eu quanto ela, a irmã Celeste foi a primeira a nos vê.

— Meu Deus, Joana, o que aconteceu?

— Laura se afogou. Me ajuda irmã... - pedi chorando.

— Leve ela para a cela, eu vou chamar a Madre.

Foi o que eu fiz, levei a Laura para a cela e deitei ela na cama. Ela continuava chorando e dizia que eu não deveria ter arriscado minha vida para salvar ela.

— Deus ama todos os seus filhos e ele me incumbiu de ir atrás de você. O que aconteceu, Laura?

Antes que ela pudesse me responder, a Madre adentrou à cela, com um semblante muito preocupado, dizendo que era para acompanhar ela, pois o Tonho nos levaria ao hospital.

Antes que ela pudesse me responder, a Madre adentrou à cela, com um semblante muito preocupado, dizendo que era para acompanhar ela, pois o Tonho nos levaria ao hospital

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