(1687 palavras)
NÃO SEI se digo que as coisas estão mais fáceis ou se estão cada vez mais complicadas. A única coisa que eu sei, é que tenho que passar a me controlar, pois a cada dia que passa eu adquiro mais e mais raiva do Felipe e não há motivos para isso.
Se eu, sendo menina e sem nunca imaginar me apaixonar pela Joana, fico toda boba perto dela, imagine ele, que tem muito mais chances que eu. Parei pra pensar e percebi que olhando todas as outras noviças, nenhuma desperta nada em mim, e quando digo nada, é nadica de nada.
Não sinto nem ao menos vontade de sentar e admirar algumas delas. E têm moças muito bonitas aqui, mas nenhuma mexe comigo, me desperta desejos ou admirações como a Joana. Tô começando a pensar, o que ela tem demais pra me deixar assim, e ao meu rival?
Quando ela me disse que os familiares dela estiveram aqui e ficaram trancados na sala da Madre por um bom tempo, eu fiquei com meu coração na mão. Ela apresentou o Felipe para o pai e sua irmã, ele já está bem mais próximo que eu. Claro, se os pais dela permitiram que ela viesse para cá, é porque são religiosos, é natural que pensem que Deus fez o homem para a mulher e vice-versa. E eu nunca questionei tal argumento, até agora.
Só que, naquela noite, naquela bendita noite, tudo começou a mudar. Ela deixou rolar não só um, mas muitos beijos entre nós. E foi tão gostoso... Joana parece realmente não saber nada de relação entre duas pessoas. E eu terei o maior prazer do mundo em ensinar a ela, mas pra que ela use comigo. Não quero nem imaginar, ela aprender a beijar e talvez outras coisas, para depois fazer tudo isso com o Felipe, eu morro se isso acontecer.
Já me decidi que não quero mais ser freira, não quero me trancafiar aqui dentro e me privar do amor. Eu quero viver o amor, intensamente... com a Joana. Agora, só tenho que fazer com que ela desista dessa ideia absurda de ser uma freira enclausurada e com voto de silêncio.
Eu vou sair daqui e de preferência, com ela.
Depois que ela me jogou da cama embaixo, pensando que meu gemido era de dor, eu resolvi não bater de frente, afinal eu já sei que não adianta forçar ela a nada. Quando ela se tranca, não há Deus que a faça voltar atrás, então, eu voltei para minha cama e me apertei a um dos travesseiros para que o meu pavor de trovões e raios fosse amenizado. Praticamente passei metade da noite sem dormir, pois a tempestade durou muito tempo e os raios não cessaram até bem tarde da noite.
Quando eu acordei e como já era de costume, a Joana não estava mais na cama dela, nem na cela. Percebi que sua toalha também não estava lá e que havia raios de sol adentrando pela pequena janela.
Levantei, fui para o banheiro e fiz minhas higienes junto com as outras, escovei meu cabelo, trancei o mesmo e coloquei o véu.
Quando cheguei à sala de refeições, Joana estava ajudando a irmã Celeste a colocar tudo na mesa para o nosso café.
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𝕾ob o Véu
RomanceTrancado desde os seus 13 anos e não por seu desejo ou amor, mas por obrigação e para salvar sua vida e de quem ama. Seu maior desejo é sair de lá e viver uma vida normal como os jovens de sua idade. Porém, sabe que é muito arriscado e não quer co...